edimburgo. 🏴󠁧󠁢󠁳󠁣󠁴󠁿

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— Sim, sim. Bruno ligou pedindo a alteração do quarto. — Diego fala com a recepcionista, num inglês perfeito. Ele notou o espanto no semblante de Amaury. — Eu dava aulas de inglês, lembra?

Bom, Amaury não se lembrava, para ser sincero, então apenas assentiu.

A recepcionista conversou mais alguma coisa com Diego que Amaury não entendeu tão bem. Ele falava melhor em espanhol, e em inglês falava pouco, mas entendeu quando Diego pediu duas cópias da chave do quarto deles.

Parecia que ele tinha pensado em tudo, e Amaury quase se importou com isso.

Quase.

E quando chegaram ao quarto, realmente havia duas camas.

The Balmoral Hotel, ou um palácio, porque o hotel era, literalmente, um castelo. Eles chegaram pelo transfer que os buscou no aeroporto, e, quando chegaram, mal acreditaram. Tinha tudo dentro do hotel: restaurantes, piscinas, casas de banho, e o quarto era enorme. O deles tinha uma vista de tirar o fôlego para o Castelo de Edimburgo e o centro histórico.

E sim, tinham duas camas e um banheiro no quarto enorme, todo em mármore. Cada cama tinha uma cômoda, e eram divididas por uma cômoda menorzinha. Tinha tudo naquele quarto: TV, um mini bar e até uma jacuzzi.

— Eu não sei como meu irmão pagou por isso, mas eu tô me sentindo culpado. — Amaury comentou, depois que a recepcionista os deixou no quarto.

Diego se jogou na cama, largando as malas. Havia escolhido a cama da ponta, então Amaury ficou com a outra. O maior se sentou, respirando fundo. Como pode aquele pequeno ser ser tão agitado? Mal entraram no quarto, Amaury queria explorar ou, no mínimo, tomar um banho depois de horas de viagem, mas Diego mal se jogou na cama e já levantou num impulso.

— Eu também, mas quero saber sobre nosso tour. O que tem nele?

— Você não recebeu no seu e-mail? — Diego mostrou a língua, e Amaury abriu o celular. — Aqui. Não temos nada pra hoje, então aquieta.

— Se você mandar eu aquietar de novo, como se eu fosse um dos seus alunos, eu vou surtar aqui.

Diego ameaçou, pegando o celular de Amaury da mão dele, olhando o que tinha programado para os próximos dias.

Amaury não esperava por aquilo. "Como se eu fosse um dos seus alunos", a frase simples o fez engolir em seco.

— Ta aqui que amanhã vamos visitar o Castelo de Edimburgo, os ingressos estão comigo. — Diego parecia concentrado, lendo no celular de Amaury.

— É aquele ali, ó. — o preto apontou pela. — Sabia que ele foi construído sobre um vulcão extinto há mais de trezentos e quarenta milhões de anos? Toda aquela montanha é o topo de um vulcão, e é por isso que é tão alto e pode ser visto de toda Edimburgo. É como se a cidade fosse a base do vulcão e...

Diego olhava para Amaury atento, de repente. Não entendeu em que momento as palavras o envolveram de tal forma que tomaram toda sua atenção, desviando seus olhos do celular em suas mãos.

A voz de Amaury, mansa, com palavras fáceis, o fez desejar saber de tudo em relação àquele castelo, mesmo que em sua cabeça, minutos antes, seu único interesse fosse postar algumas fotos no Instagram.

Diego se sentou na cama, encarando Amaury, e o movimento pareceu chamar a atenção do mais velho, que se calou imediatamente.

— Desculpa. — pigarreou. — Eu não vou ficar fazendo isso, prometo.

— O quê? Isso, o quê?

— Ficar explicando as coisas como um professor. — ele já foi se levantando, sem encarar Diego, pegando o celular de volta. — Olha, vou tomar um banho rapidinho. Pede algo pra gente comer? Eu odiei a comida do avião.

idiota raiz | dimauryOù les histoires vivent. Découvrez maintenant