Coisas horripilantes

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A noite caiu e eu fui liberada. Voltar para as ruas frias, vazias, eu parecia estar andando dentro de mim mesmo. Andei e andei até voltar a igreja. Andei mais depressa para dentro da sua escuridão que parecia me chamar e a voz era o vento frio que me consumia enquanto passava pelas fileiras de madeira até me jogar no chão de terra e mais que depressa tocar na placa fria onde estavam escritos os nomes. De repente senti uma fincada e um frio dentro de mim. Fechei os olhos, sentindo eles latejarem de tão fechados, mas não me importei por que lembranças me sugaram para dentro de mim mesma. 

Um lugar muito claro pessoas passando por mim, dentro de mim. Anjos. Malditos anjos. Depois tudo se escurece a não ser pela única luz que fica pendurada no meio da sala, me aproximo até ver um corpo forte e sua mão tenta me pegar, não consigo ver o rosto, mais ele me traz sensações familiares. Olho para o chão e vejo sangue, o sangue que me leva a minúsculas frações de lembranças  e sentimentos como amor e dor que vivi, mais nenhum rosto. Um vento forte e barulhento me traz um nome Maicon. 

A falta de ar nos pulmões me traz de volta a realidade. Levantei-me de vagar, tentando organizar minha mente com a nova informação. Uma leve olhada para o céu e já consigo sentir o ar denso, e logo depois pingos de chuva escorrendo por minha pele, o que não ajuda em nada no meu desespero interno, e o pior de tudo e que eu estou sozinha e prestes a desmoronar de dentro pra fora. Olho ao redor e tudo que eu consigo pensar e que a garota durona está se desfazendo e indo embora junto com a água que escorre por mim e acaba no chão. 

Volto para dentro da igreja limpando meu rosto, o vento correu de fora para dentro daquela enorme porta escura que levaria novamente a rua, e o vento trouxe algo mais, um cheiro insuportável, como carne podre, serro os olhos para a escuridão e vejo uma pele pálida e quebradiça surgindo a minha frente de repente, com agressividade pula em cima de mim me levando ao chão, mais meu corpo reagi rápido segurando o pescoço de quem quer que fosse. Mesmo no escuro consigo ver os dentes afiados e podres, o mal cheiro... Está morto. Uma de minhas mãos segura forte seu pulso e arrancando seu braço, que se esfarela no mesmo instante, volto a olhar nos olhos completamente negro daquela coisa e de repente vejo um leve sorriso nos lábios rachados e escuros de sangue podre, um sorriso sinistro, logo em seguida sinto uma queimação de dentro pra fora que se concentra diretamente em meu umbigo, olho para baixo para ver o que está acontecendo, e vejo um pequena luz como se me sugasse, volto a olhar em seus olhos e com a mão em seu pescoço o quebro deixando que sua abeca role de lado enquanto seu corpo se esfarela diante de meus olhos. A queimação fica mais forte, me levando a gemer de dor e a contrair meu corpo até não aguentar mais e desmaiar de dor.

Abro os olhos e sinto a poeira me sufocar, giro a cabeça para me certificar de onde estou, me sento e suspiro fundo enquanto organizo meus pensamentos. Rapidamente tiro minha enorme blusa de frio e levanto a camiseta para ver o que houve ontem à noite e a única coisa que vejo e uma pequena marca no meu umbigo, como um pequeno alvo em volta dele, percebo que todas as minhas marcas sumiram.  O que aconteceu? Ele tirou meus poderes de mim? Me transformou em humana? Olho ao redor para ver se tem vestígios daquela coisa, mais nada dela, e como se eu tivesse tido apenas um sonho ruim. Me levanto, e eu realmente estou com medo do que aconteceu comigo, por que se aquela coisa tirou qualquer coisa de mim eu nunca mais vou voltar a ser o que eu era. – Cala boca - disse a mim mesma. Ao em vez de ficar aqui eu devia sair e ver o que aconteceu, por que ficar parada não e o que vai me levar a alguma coisa.

Antes de chegar a porta tracei um rápido curso em minha cabeça. Meio de transporte, roupa e dinheiro. 

Comecei a andar sabendo exatamente aonde eu iria pra conseguir um carro. E as ruas estavam desertas. A cidade estava. Janelas fechadas, silencio total, literalmente uma cidade fantasma. Seja lá o que àquelas coisas fossem não gostam da luz do sol. Ou seja, isso me dar mais vantagem pra sair daqui logo sem ter que lutar contra nada. Entrei no primeiro bar que vi, e adivinha aquelas coisas estavam lá, senti meu coração bater mais forte a medida que o cheiro me sufocava, meus olhos ardiam, mais eu não podia ir embora e perder a chance de ver de perto o que eram aquelas coisas enquanto elas tiravam um "cochilo". Não havia muitos mais eu sentia dentro de mim a necessidade de ver de perto. Aproximei-me de um que estava debruçado sobre a mesa, não vou negar que fiquei com o coração na mão daquilo acorda e me dar um baita susto, mais a emoção de tocar naquilo era maior, lentamente me aproximei com os dedos e passei por seu rosto que parecia pedra, e adivinha o lugar onde meu dedo passou se desfez, eu ainda estava no controle de tudo como a filha do demônio, e descobri que aquela coisa de ontem a noite só me deu o poder de destruir sua própria raça. Ótimo. Olhei direto em seus olhos fechados com veias saltadas e coloquei a mão direto no coração e a criatura se desfez, um vento soprou forte em meu rosto como um grito de desespero e foi direto para o alvo na minha barria. O que foi aquilo? Eu virei um aspirador de...  Coisas horripilantes? Nunca pensei que diria isso mais adoraria Conan aqui pra me explicar tudo isso, pena não poder mais contata – ló, Droga.  O que foi que esses malditos anjos ou o Conan fizeram sob a terra enquanto eu estava fora? Tenho certeza que isso não e só uma doença qualquer.

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