Coração partido

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O dia amanheceu e eu nem havia dormido, entrei na casa e fui para a cozinha, encontrei um Enzo sem camisa apenas com uma causa de moletom, ele fazia o café, o cheiro do café, o jeito como se posiciona para mexer na cozinha... era familiar, como se eu já tivesse visto aquilo acontecer antes.

- nos já ficamos? Quero dizer... tivemos algo? - gaguejei.

Ouvi ele dar uma risadinha. - o que te fez perceber? Foi a atração palpável ou lembrou de algo?

- tudo que você faz me e familiar, eu não me lembro mais e como se eu já tivesse visto, tivesse o costume de presenciar, e e claro a atração.

- você vai acabar se lembrando. - ele sussurrou.

- enquanto isso fico adivinhando o que já fizemos ou o que tivemos?

Ele se virou para mim, se aproximou e colocou seu braço tatuado perto do meu corpo.

- não precisa tentar adivinhar - ele aproximou seu rosto do meu, sua boca quase encostava na minha - o que fizemos tem haver com muito sexo e varias mortes e o que tivemos foi e sempre será um amor épico.

Nos entre olhamos profundamente, mordi meus lábios, senti meu coração pulsar tão forte que o sentia contra a caixa torácica. Olhei para sua boca e depois para seus olhos, e quando percebi minha boca estava colada na sua, seus braços se envolveram no meu corpo rapidamente, e a chama foi acesa junto com todas as minhas memórias sobre ele, tudo voltava a cada segundo. Me afastei alguns milímetros.

- eu me lembro - sorri- eu finalmente me lembro. - continuei beijando - o.

Mais logo em seguida a fica caiu, ele estava com outra, ele desistiu de me procurar e ficou com outra. Me afastei dele. E toda a alegria de estar beijando o homem que amo de desmoronou.

- o que foi?

- você desistiu de me procurar e preferiu ficar com outra. - eu disse quase triste.

- achei que você estivesse morta, e ela...

- cala boca, eu não quero saber, eu preferia nem ter me lembrado de você. - dei de costas e sai andando pela casa, mais antes que eu chegasse a porta um monte de músculos me fez parar.

- tudo bem? - o cara de cabelo comprido que agora me lembro que era Maycon irmão de Enzo perguntou.
Continuei calada e fui para fora. Olhei para a pares quase transparente ainda lá e a desfiz com o toque da minha mão, ao redor havia restos daquelas coisas, passei por eles sentindo meu sapato afundar na poeira.

- kayli volta aqui, por favor.

Sua voz me fez parar, ele conseguia mexer com meu coração, mais agora ele estava partido.

- não tem nada que você possa dizer que vai mudar as coisas, mais vai lá, tenta. - cruzei os braços.

Ele se aproximou. - eu passei meses te procurando, mais seu pai sumiu e não tinha mais ninguém que ajudasse a mim e ao Caio, não sabíamos mais o que fazer pra te encontrar.

- o Caio eu até entendo, ele é humano, o que poderia fazer? Mais você... a primeira coisa que fez foi pular na cama de uma vadia qualquer.
Ele abriu a boca, mais logo a fechou, seus olhos eram tristes e arrependidos.

- o que está acontecendo? - ouvi a voz de Caio perguntar.

Olhei para a varanda e ele estava lá, ainda um pouco sonolento, Livi estava ao seu lado com uma cara fechada.

- Caio vamos embora, precisamos achar o Conan e acabar com esse inferno. - eu disse com a voz ríspida.

- como assim? - ele perguntou confuso.

- eu me lembro Caio - gritei - de tudo, e não posso mais ficar aqui, mais você... você e minha família, pode vir comigo.

- caramba, tudo bem, so vou pegar minhas coisas, não mata ninguém por favor.

Fiz um maneio confirmando e ele sumiu para dentro da casa, meus olhos correram por Livi e ela estava com uma cara horrível para mim, aquilo estava me irritando, imaginar os dois...
fui para cima dela velozmente, seus olhos agora estavam arregalados, eles passavam medo agora é não raiva, seu medo era delicioso, dei a volta por ela de vagar apreciando o cheiro do seu medo.

- o que está fazendo? - ela perguntou gaguejando.

- Kaily não faça isso. - Enzo implorou.
- não pode me impedir.

Senti meus dentes ficarem afiados como lâminas, eu queria mata - lá, senti o medo delas escorrer por minhas mãos. Eu não pensava em nada além disso. Segurei seu corpo fraca com toda minha força.

- Kaily... - uma voz soou atrás de mim, e eu sabia que era Maycon, logo em seguida ouvi a arma sendo engatilhada.
Voltei a olhar para Enzo. - partiu meu coração Enzo - senti uma lágrima quente deslizar pelo meu rosto - agora eu vou partir o dela.

Foi tudo tão rápido... senti minha mão atravessando seu corpo, seu grito tendo fim, e o barulho da arma sendo disparada e logo em seguida atingindo meu corpo, mais já era tarde, seu coração já estava em minhas mãos.
Seu corpo saiu diante dos meus pés e eu segurei firme seu coração nas minhas mãos, olhei para Michael atrás de mim e sorri enquanto senti o meu próprio sangue voltar pela boca e escorrer pelo fato dele ter me acertado.

- quando foi que ficou tão corajoso? - perguntei em meio arfadas de ar.

Desci as escadas de vagar até me aproximar de um Enzo paralisado e boquiaberto.

- não precisava ter feito isso. - ele disse sussurrando.

- não devia ter me machucado. - eu disse sussurrando também. Senti muito sangue voltando pela minha garganta.

Senti meu corpo fraco, se desfalecendo, soltei o coração e logo em seguida senti meu corpo no chão.

- o que você fez Michael? - Enzo gritava enquanto me pegava no colo.

- achei que nada a matasse só queria para - lá. - ele respondeu irritado.

- uma bala no coração não vai mata - lá, mais ela não está nada bem também. - sua voz era preocupada. - você vai ficar bem meu amor, eu prometo. - ele sussurrou em meio aos meus cabelos, até que perdi totalmente a consciência.

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