Indesejada

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- Kaily? - seus olhos verdes se arregalaram, vi surpresa e euforia passa por eles, como uma criança que ganha um brinquedo.
Senti nossos corpos próximos, o calor fluía por seu corpo seu camisa. Ao fixa meus olhos nos seus eu sentia meu coração bater mais forte, como se fosse sair pela garganta.

- Kayli? - uma voz mais suave chamou meu nome.

Me levantei rapidamente e vi um garoto alto cabelos pretos e olhos grandes, na mesma hora veio na minha mente quem ele era, me aproximei dele, e a cada passo parecia uma memória.

- Caio. - eu disse afirmando pra mim mesmo de que eu conseguia lembrar que ele era meu irmão.

Nos abraçamos forte, e as lembranças eram mais intensas, como socos na minha mente.
- Eu não acredito que consigo me lembrar de você, como senti sua falta. - eu disse entre longos suspiros.

- aonde você estava? E como assim se lembrar de mim? - ele perguntou preocupado, quase com voz de choro.

- eu não consigo me lembrar... faltam partes da minha memória. - eu olhava para ele com desespero. - os anjos, foram eles, eles apagaram minha memória.

- achamos que estivesse morta, mais esse tempo todo estava presa?

Fiz que sim com a cabeça. Nos entre olhamos.
- não se lembra de mim? - a voz de Enzo soou fraca.

- me lembro dos seus olhos, e que eu chamava seu nome, por isso reconheci voce.

Seus lábios se abriram, mais logo o vi se fecharem seus olhos se desviarem de mim e seu corpo ficar rígido. Meus olhos correram para onde ele olhava, e meus olhos encontraram uma loira alta, delicada, batom rosa e ela cheirava rosas. Nos entre olhamos enquanto ela passava por mim e ia em direção aos braços de Enzo.

- Livi essa é a Kaily irmã do Caio. - Enzo disse.
- não sabia que tinha uma irmã Caio. - sua voz era doce e fina.

- E, ela acabou de chegar de uma longa
viagem - ele se virou para mim - melhor você tomar um banho, vamos. Ele me arrastou para o fundo da casa e me empurrou pra um dos quartos.

- o que foi? - perguntei.

- não se lembra mesmo do Enzo?

- não, deveria? Ele era alguém importante?

Ele sorriu com deboche.

- acho melhor vocês dois conversarem quando sua memória voltar.

- o problema é como vou fazer isso, eu vim para procurar nosso pai para me ajudar, o mundo lá fora tá um apocalipse e eu não tenho a menor ideia do que fazer e por onde começar. - respirei fundo, sem fôlego por ter desabafado tudo que estava instalado.

- Conan está desaparecido pra varia, e se nem você conseguiu contato com ele... - ele fez uma pausa dando de ombros - acho difícil encontra -ló.

Passei a mão pelos cabelos pensando o que iria fazer.

- vai tomar um banho, o mundo pode esperar você tomar uma chuveirada, está toda suja de terra.

Ele me estendeu a mão e vi ternura em seu olhar, me direcionou até outra porta que havia no quarto escuro e cheio de poeira. Entrei no banheiro e ele parecia banheiro de rodoviária, escuro, espelho quebrado e pia suja com água parada. Abri o chuveiro e o primeiro jato saiu sujo, como lama depois a água ficou clara e quanto tirei minha roupa e as armas e deixei no chão, por algum tempo eu conseguia ouvir apenas a água contra o meu corpo que logo em seguida caia no chão, mais depois ouvi sussurros, que ficavam cada vez mais nítidos a medida que eu prestava mais atenção.
"Quem e ela?" Por que ela estava armada?"
"Você sabe como as coisas estão lá fora, ela só está tentando ficar protegida."
"Não quero ela aqui, viu como ela parece perigosa" - a voz feminina tinha mais veneno na voz do que medo, eu conseguia sentia.
Desliguei o chuveiro, olhei ao redor e não vi nenhuma toalha, abri a porta e sai para o quarto, me deparei com Enzo sentado na cama, eu vi sua boca se abrir levemente e depois se fechar com um leve sorriso malicioso, mais não tirou os olhos de mim, ele se levantou e foi em direção à porta, o segui com os olhos, mais ao invés dele ir embora ele só fechou a porta.

Guardiã Where stories live. Discover now