iii. ESSA GAROTA

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"Eu estava tão louco e cego por você que não conseguia pensar em mais nada que não fosse você."

Ignorado.

Eu estava sendo ignorado por Hope Sanders a mais de uma semana.

Lembro que deis da nossa conversa na livraria, você estava me evitando, faltava apenas as aulas de literatura quando eram na verdade suas favoritas e a única a qual fazíamos juntos.

Eu estava guardando alguns livros do armário da escola, e ouvindo Cameron tagarelar sobre a próxima festa na sexta que tocaríamos, ele ainda estava puto comigo por ter perdido o ensaio completamente todo, mas Cameron não era o tipo de guardava rancor para sempre.

"E então eu decidi convidar Holly Brake para vim comigo, mas sabe o que ela disse?"― Cameron me encarava esperando que eu tivesse alguma ideia, mas apenas arqueio as sombracelhas para que continuasse. "Ela disse que não pegaria figurinha repetida, dá pra acreditar? Ela devia se sentir sortuda por eu querer pega-la de novo, você sabe que não sou esse tipo de garoto que corre atrás."

"Não é todos que querem provar novamente do gosto horrível de Cameron Jacques"― digo sarcástico e Cameron me dá uma cotovelada.

"Hey aquela não é sua garota?"― ele diz olhando para uma parte do corredor e sigo seu olhar, e estava você.

Você ria e sorria ao conversar com uma garota de cabelos curtos como os seus só que lisos e castanhos claros, começo a encara-la e você olha diretamente para mim, parando de rir, e depois baixa o olhar continuando a passar por nós.

Ouço a risada de Cameron e viro-me para ele que diz:

"Cara eu nunca o vi olhar assim para uma garota, não acredito que talvez Noah Livergens esteja apaixonado pela uma das garotas mais estranhas da escola."

"Eu não estou apaixonado"― reviro os olhos ― "E Hope não é estranha, ela é interessante, suas opiniões e seu jeito de pensar são tão curiosos que me deixam atormentado para entendê-la. Essa garota..."

Olho para Cameron que sorria de modo divertido, da confusão quando eu tentava explicar todo aquele interesse por você.

"Se você realmente está interessado por Hope, por que não a chama para sair? Peça seu número a aquela amiga que vive com ela. Tome uma iniciativa Noah Livergens ou a tomo por você. " ― ele disse rindo com um olhar sério, Cameron tinha razão eu não podia esperar por uma mágica para me aproximar de você, e também eu não ia querer Cameron tomando a iniciativa de falar que eu a queria a chamar para sair, e me fazer passar vergonha.

[...]

Assim que a aula de física acaba vou até a garota a qual vivia a seu lado, que por concidência fazia física comigo. Vou ate sua carteira a olhando enquanto guardava o material, ela percebe minha presença e para de guarda o material e me encarar arqueando as sobrancelhas.

"Oi"― digo começando a conversa, eu nunca chegaria ate a ela ja pedindo seu número de cara.

"Oi" ― ela diz parando de me olhar e voltando a guardar seu material e depois colocando a mochila atrás das costas e saindo pela sala. Eu não esperava aquilo então começo a caminhar ate ao seu lado.

Ela para de andar e começa a me encarar, arqueando as sombracelhas de novo.

"Então .... Você é amiga da Hope, certo?"― digo envergonhado pela a maneira que a garota me encarava tão intensamente como se pudesse ver minha alma.

"Sim. Por quê?"

"Você teria o número dela?"― digo sentindo um alívio ao falar aquilo logo.

"Sim, e??"― dou um sorriso irritado era tão difícil dela perceber que eu queria seu número?

"Você me podia passar o número dela?"

"Não, sem saber o motivo"― ela diz ainda séria e quero gritar com ela, mas apenas respiro fundo.

"Ok. Você não me conhece, e nem eu a você mas eu quero me aproximar de Hope e convidá-la para sair, será que é tão difícil perceber que talvez eu esteja gostando dela? E possa me passar logo a droga de seu número?"

A garota sorri divertida, e pega uma caneta em sua mochila e começa a anotar os nove dígitos na palma de minha mão.

"Me conte tudo quando for chamá-la para sair." ― ela diz depois de guarda a caneta e indo embora e fico confuso.

[...]

Eu já estava em casa, deito-me na minha cama pensando em algo para desenhar naquela tarde nublada e entediante enquanto alguma musica indie começava a tocar em meu notebook. Olho para o teto procurando alguma inspiração para algo para desenhar e fico frustrado com o nada em minha cabeça. Sento-me perto na janela, olhando o céu cinzento e nublado e com poucas pessoas passando pela rua, e nem percebo quando minha mão começa a desenhar qualquer coisa apenas para sair do tédio.

Começo com um par de olhos grandes e pupilas castanhas escuro quase chegando ao preto, depois vou delineando uma boca carnuda e com estraços vermelhos de batom matte. Cabelos curtos e em cachos castanhos como a sua cor de pele.

E quando acabo o desenho fico sem ar.

Eu a desenhei porque eu não conseguia parar de pensar em você.

Essa garota. Essa garota que nem eu a conhecia, mas que me fazia grudar na cabeça como uma musica qualquer que está na moda.

Fico admirando o desenho e como nele era impossível transmitir toda a beleza e perfeição que exalava de você, olho para a palma de minha mão e encaro aqueles noves dígitos e respiro fundo antes de digitá-los em meu celular.

E então ligo.

Sinto meu coração apertar ao escutar o primeiro toque, e o segundo, e o terceiro e então perco as contas de quantas vezes o celular tocou e o desligo.

Você ainda me ignorava ou estava ocupada demais para me atender, passo as mãos nervosamente entre meus cabelos frustado e começo a vestir meu par de conturnos e caminhar para fora de casa.

E sabe o mais impressionante Hope era que quando eu saí de casa para me distrair e não pensar mais em você, mas por ironia do destino tudo o que eu via me lembrava você.

Eu conseguia sentir o cheiro de café com caramelo saindo da cafeteria na esquina a qual você comprava sempre antes de caminhar para escola, a livraria a qual você vivia sempre e eu ate paro para olhar na vidraça esperando ver se estava lá, você estava até mesmo no céu bipolar que agora estava se abrindo e deixando o sol aparecer.

Porque você era assim, você em alguns momentos se abria bem pouco e deixava poucas pessoas iluminarem sua vida e as muitas outras você era como uma tempestade, um turbilhão de pensamentos caóticos e um furacão de inseguranças.

E eu Hope costumava odiar tempestades.

Hope & NoahWhere stories live. Discover now