HOPE&NOAH

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N O A H

   Noah havia convencido a si mesmo que não pensava mais em Hope Sanders. Bem tentava não pensar mais nela ainda.

Tinha tentado convencer todos os seus amigos que estava bem, e que esquecerá totalmente aquela garota que havia partido seu coração.

Sabia que se passasse pela sua casa antiga a qual ela morava iria pegar o caminho mais longo para casa, imaginando se ela um dia apareceria pela janela da onde era seu quarto provavelmente faria seu coração palpitar novamente, então não correria o risco mesmo sabendo que ela estava no outro lado do mundo tecnicamente.

Chegará cansado aquela tarde, e se trancará no quarto provavelmente para não escutar os resmungos e irritações de seu pai por conta da bebida, tudo havia desandado depois que sua mãe fora embora, não podia dizer que partirá o coração de seu pai porque ele nunca sequer demonstrou que já amou a esposa, mas a rotina ter totalmente mudado o irritava, tanto que perderá o emprego a meses atrás e eles sobrevivam com os pequenos trocados que Noah conseguia com suas canções e versos de poesias no metrô e os bicos na loja de guitarras a qual trabalhava nos finais de semana.

Mas Noah esperava que com a estreia de seu livro mais tarde pudesse arrecadar dinheiro o suficiente para sair daquela cidade e começar uma vida nova, onde poderia fazer o que realmente amava e espalhar seu trabalho pelo mundo afora.

Então encarou o pequeno monte de cartas enroladas em barbante que havia chegado a uns dois meses atrás, sempre o assombrando para tentar lê-las, mas quando ele tentou fazer isso a primeira vez e viu quem as mandou as parou de abri-las na hora.

Eram dela.

Ela havia escrito a ele assim como ele havia escrito a ela. Ela queria estilhaçar seu coração mais do que antes.

Noah não queria ler seus motivos é claro, lutava para esquecê-la todas as noites, sempre amaldiçoando o dia que se apaixonara por ela. Ele se sentia um adolescente bobo que acreditara ter conhecido o verdadeiro amor, mas Noah nunca acreditará naquilo.

E então por alguma razão que não pode controlar ele desamarrou o barbante que preendia as cartas e decidiu que acabaria logo com aquilo e leria logo aquelas malditas palavras que aquela garota escreveu e jurou que as queimaria em seguida.

E assim que desembrulhou a primeira carta e encarou a caligrafia rústica e meio desajeitada de Hope, suspirou pelo sentimento arrebatador que apenas simples linhas o causava. E começou a ler aquelas linhas cursivas que começaram a tirar seu fôlego a cada frase e parágrafo, e quando terminou de ler todas e percebeu que não havia sobrado nenhuma entrou em choque. Sua cabeça estava um redemoinho de confusões alarmadas depois de ler cada carta.

Aquilo eram mais que simples cartas; eram as portas de seu coração.

"Eu te amo em meu detrimento. Eu sempre vou amar você."

Noah sentiu como se o mundo inteiro tivesse parado só para ele para ler aquela última frase. Sentiu como se o seu eu interior fosse explodir de alegria só com aquilo.

Ele se perguntou se Hope tinha alguma noção de tudo o que causava nele: todas as vezes que ficou sem dormir pensando nela, se ela estava bem ― se estava feliz ―, ou se ainda estava com outro alguém que mencionou em uma das cartas. Ele esperava que a resposta do último pensamento ainda fosse "não".

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