♪Cordas Natalinas

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"Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia."
 — Shakespeare.


  ♪♪♪  


Olhei-me no espelho uma última vez. O vestido vinho ficara bom com o salto preto e o colar que usava, também estava satisfeita com o resultado da maquiagem e meu cabelo estava solto, não se dava para fazer muito quando se tinha um cabelo curto, mas tirando isso, estava pronta.

Não demorou muito para Edward bater na porta, o escritor tinha uma pontualidade de dar inveja.

Essa era a primeira vez que o vi vestindo um terno completo. O azul-marinho combinava perfeitamente e o valorizava. Edward também estava de óculos e, talvez, a junção de tudo me fez perder o fôlego.

Edward sorriu ao me analisar e se inclinou em minha direção.

— Você está magnífica.

— Você também está... estonteante. — Suspirei. — Um verdadeiro príncipe.

— Que piegas, Lyra. — Ele riu.

— É a convivência com certo escritor, não me culpe.

— Me senti ofendido. — Brincou. — Mas vou deixar essa passar. — Edward segurou minha cintura. — Pelo espírito natalino.

— Quer dizer que hoje tenho um passe livre? — perguntei com um sorriso.

— Pode-se dizer que sim, senhorita Scherzo.

Nos beijamos.

— Está usando um colar bonito, Lyra — Edward o tocou com delicadeza. — Mais extravagante que os outros que normalmente usa.

— Ocasiões especiais pedem por joias especiais.

— Fico lisonjeado que a senhorita acha que passar tempo comigo é algo especial.

— Eu estava pensando mais em agradar seus pais, para ser sincera... — Brinquei.

— Que absurdo...

Edward tirou os dedos de cima do colar e os deixou passearem pelo meu pescoço. Conseguia sentir os calos ásperos que o violino causara. Senti um arrepio e ao encarar o escritor, ele sorria.

— Vamos nos atrasar... — sussurrei.

— Não se preocupe com isso.

Edward me deu um beijo de tirar o fôlego e abalar estruturas. Era um milagre ter permanecido em pé, principalmente por estar de salto. O escritor desceu os lábios até meu pescoço, mas parou de repente.

— Vou buscar os presentes — disse, mas o impedi.

— Você não pode ver seu presente! — exclamei. — Vá para o carro, eu busco os presentes.

Voltei para casa e peguei tudo que precisava.

Estava ansiosa sobre conhecer os pais de Edward, que tipo de pessoas seriam? Gostariam de mim?

— Tente relaxar um pouco. — Edward me olhou de relance enquanto dirigia. — Vai dar tudo certo.

— Não tenho certeza. — Desviei o olhar.

— Precisa confiar em mim, Lyra. — Segurou minha mão.

— Eu confio em você, mas...

— Sem "mas". — O escritor sorriu e voltou a mão no volante. — Apenas acredite em mim.

Mozart Terminou ComigoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora