Prólogo - Que cintila em qualquer lugar

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Ali não importava se era dia ou noite, pois o pleno escuro advinha de grandes extensões de rocha, água e quietude.

Alguns já estiveram ali quando era diferente, havia água, mas não tanta, assim como luz, que antes era do sol, mas não mais. O artefato, e único ponto cintilante do lugar, que impedia o escuro de ser tão escuro, era pequeno e esculpido na forma da morte. Iluminava o altar cristalino que o sustentava, que refletia sua imagem no teto da caverna e rebatia meias-luzes nas paredes musgosas ao redor. Brilhava por três motivos: o primeiro; as falácias contadas por ignorantes exaltados, que se achavam entendidos do assunto. O outro era o óbvio, aquilo que ecoou por anos até se tornar senso comum, e o último; a verdade. Mas isso não importava para aquele lugar, era aquele lugar que; na verdade, importava.

Muitos, depois do desastre; ou milagre, tentaram encarar o objeto como uma lenda, outros até chegavam a se arrepiar com as histórias; mas, preferiam que servisse de lápide para seu antigo dono, e que não houvessem mais donos. No entanto haviam aqueles que se consideravam dignos de tomar o poder para si, pois era um grande poder, e de acordo com eles serviria para que provassem o quanto eram grandes, ou até mesmo para desvendar segredos que foram ocultados pela história.

Na história existiam buracos escuros, que precisariam de luz para se tornarem fatos, ou até mesmo soluções. E pouco poderia se esperar de seu herdeiro futuro, pois tudo dependeria do seu senso e estado de espírito. Talvez seu bolso não pesasse muito, e sua sede imensa faria o objeto cair nas mãos de quem tivesse mais sede ainda.

De qualquer forma, não seria fácil alcançar o clarão, pois o pirata tiveraescolhido um lugar maldito para morrer.

A Caveira de LuzWhere stories live. Discover now