Capítulo sem título 7

1 0 0
                                    

Você sabe que está em um ponto arriscado de sua vida quando está apaixonado ou quando sua vida já foi determinada, no caso de Clarisse as duas coisas estavam acontecendo e tudo de uma só vez, a verdade era que a menina queria entender o motivo de ter se apaixonado tão rapidamente por Sebastian, afinal garotos como ele já haviam passado por sua vida antes, mas nenhum havia feito tanto barulho.

—Está mesmo determinada a redecorar essa lâmpada?

—Se vamos continuar aqui até o dia da lua de sangue, temos que tirar todo esse preto daqui, não que eu não goste, mas deixa tudo muito escuro!

—E quer fazer o que primeiro?

—Podemos começar com o parque e depois focamos dentro da casa!

—Não acha estranho um objeto tão pequeno conter um mundo todo?

—Não Bass, eu acho fascinante! Vamos deixar o parque como deve ser um parque, vamos arrumar essas árvores sombrias e o lago, precisamos de flores...

—Céus Clari...

Os dois haviam começado juntos, enquanto Clarissa refazia as árvores, ele refazia o lago, onde ele se afogou quando ainda era uma criança e o mais engraçado é que se antes ele olhasse para esse lago, teria caído no chão em pânico, mas hoje, ele já não sentia tanto.

—Acha que aqui deveria ter pinheiros?

—Não...

—Sei que a lâmpada não é minha, mas quem sabe girassóis? E dentes de leão!

—Eu já estou fazendo isso sem vontades Clarissa, então faça o que tiver vontade!

A forma em como seus olhos se reviravam era nítida aos olhos de Sebastian, ele não queria deixar ela zangada ou até mesmo magoada, mas não tinha controle, quando percebia as palavras já haviam passado pela sua cabeça e voado em direção a sua boca.

Os dois haviam feito um bom trabalho no parque, mesmo com suas divergências eles conseguiram deixar um belo parque, tudo estava perfeitamente igual um parque seria, nas árvores haviam flores, frutas e no campo haviam banquinhos, o lago agora era cristalino e as flores, ela conseguiu deixar com seus girassóis, dentes de leão e algumas rosas pretas, porque afinal deveria ter um toque de Sebastian.

—Eu estou impressionado com as rosas...

—Foi muito difícil?

—O que?

—Elogiar!

E sem esperar por uma resposta ela saiu o deixando com a boca aberta, como um gênio ele deveria parar ela com sua magia, mas segundo essa maldição ele tinha a eternidade para conseguir domar a fera, seu medo mesmo era acabar sendo domado por ela, porque ele sabia que ela não iria desistir dele e na verdade ele não queria que ela ficasse ao seu lado, ele não era o tipo de pessoa que foi feita para ser amada.

—Você quer começar com a casa?

—Irei começar com o quarto de hospede, vou deixar como era o meu!

—Já está sentindo falta de casa?

—A questão é que aqui dentro Bass parece que apenas estão se passando horas, mas lá fora eu sei que são dias! E se eu for ficar aqui pela eternidade ou até o dia da lua de sangue, eu quero me lembrar de casa, quer pensar que estou em casa!

—Pode decorar o meu quarto? Não tenho uma imagem de como iria querer, mas não quero que tudo seja negro para sempre!

Ela assentiu saindo dali, em sua cabeça muitas coisas se passavam, porém a pior de todas era que todas as vezes que ele tentava a afastar com suas palavras, ela queria se aproximar mais e abraça-lo, mas em seu peito o coração batia temeroso, o que seria deles se não pudessem ver a lua de sangue? e se ela não pudesse ajudar contra a maldição que ele mesmo lançou?

Seus pés adentraram no quarto de hospede e de suas mãos a nevoa começou a sair e de um quarto pequeno, escuro e sombrio, em um quarto claro, com uma cama de casal, portas retratos, rádio e computador e sua mesinha com os cadernos, cadernos onde ela escrevia suas aventuras dos sonhos e olha agora, estava presa dentro de uma lâmpada e não poderia fazer nada.

Quanto o quarto de Bass ela deixou como o quarto de seu irmão, não porque ela estava sentindo uma grande falta dele, mas porque não sabia como deixar o quarto dele e ela não queria deixar da forma que estava, porque seu quarto era ainda mais sombrio do que a casa toda, haviam palavras pichadas nas paredes, vidros quebrados, garrafas com líquidos escanhos e espelhos sem reflexos.

 —Você não parece bem Clari...

—É só que fico imaginando, por que uma deusa que tinha tudo, as pessoas estavam em seus pés, ela era adorada... Por que julgar um povo apenas pela cor de seu sangue?

—Por que os seres humanos julgam os outros apenas pelas diferenças físicas Clarissa?

—Porque são pessoas com o cérebro do tamanho de noz, não tem sentindo isso!

—Isso não tem sentindo para você, mas para essas pessoas é gostoso pisar em pessoas com colorações diferentes ou a forma como nosso corpo é, porque isso da prazer a eles!

—Chega a ser ridículo, eu queria poder limpar isso do mundo, começando pelo nosso! Como pode Zorn ser considerado um mundo a frente se uma deusa que comandava ele tinha esse pensamento tão pequeno?

—Porque o povo de Zorn estava cego, acreditavam que Nix era a escolha certa e que ela faria de tudo para os ajudar, mas quando ela mostrou seu verdadeiro lado e começou a destruir nosso povo, foi aí que abriram os olhos!

Clarissa suspirou ao sentir seu peito se enchendo de tristeza e desejou estar com sua mãe agora, se ela tivesse um gênio pediria isso a ele agora, o problema era que ela era o gênio e nem assim poderia se libertar da lâmpada, ou mesmo salvar Sebastian de seu destino.

—Bom, estou indo para meu quarto! Enquanto eu tentar dormir não faça nenhuma besteira! Por favor!

—Achei que confiasse em mim Clari...

O sorriso de lado que ele lhe lançou foi o suficiente para que suas pernas tremessem e que sua voz falhasse, dando de ombros ela saiu de seu quarto, porque se continuasse ali poderia mesmo ter atacado ele e colocado em risco e era tudo o que sua mãe mais temia.

Sebastian não era do tipo que sentia medo, mas também não era do tipo que se deixava levar pelo impulso, porém quando percebeu já estava segurando os braços de Clarissa os prendendo a cima de sua cabeça, a jovem encostada na parede sentia seu coração acelerar e sua respiração mais lenta, sua racionalidade estava se esvaindo.

—Bass, não quero lhe machucar!

E foi então que ela mesma perdendo o controle de si impulsionou seu rosto e seus lábios se tocaram, Sebastian soltou suas mãos da parede deixando que ela explorasse seu cabelo e ela claro que deixou suas mãos explorassem seu corpo, naquele pequeno corredor as coisas esquentavam os deixando cada vez mais intensos.

E fora da lâmpada Serene ainda decidia o que fazer, não poderia entrar na lâmpada e não queria assustar os dois, porém sabia que aquele clarão vindo de dentro da lâmpada era a aproximação dos dois, deixou seus temeros de lado e jogou um pequeno raio dentro da lâmpada, esperando que a chuva pudesse aquietar os dois e não deixar a situação mais quente.

O som do trovão fez a casa estremecer e quando sentiu que não poderia mais desgrudar de Sebastian, Clarissa abriu seus olhos e viu toda aquela luz que saia deles, sua primeira atitude foi afastar-se dele e controlar suas respirações, por mais que ela quisesse aquilo desde do dia que ele havia chego em sua casa, ela não poderia por em risco tudo.

—Não podemos! Sebastian se controle!

—Acredita mesmo nisso? Isso é apenas nossa energia mostrando o quanto nos queremos, se entregue a esse desejo Clarissa, seja o que você quer ao menos uma vez e não o que seus pais sonharam

Suas palavras haviam adentrado seu cabeça, mas o que Clarissa fez foi entrar em seu quarto e trancar a porta, claro que não adiantaria para um gênio, mas isso mostrava que gostaria de ficar sozinha, ou que tinha que ficar sozinha, porque neste momento ela gostaria de estar enroscada com ele nos tapetes da casa, no box do chuveiro e até talvez no parque deserto. 


You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: May 21, 2020 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Pleasure and ChangeWhere stories live. Discover now