Água, eu precisava de água, foi a primeira coisa que pensei quando acordei, olhei pros lados e constatei, eu estava em um hospital, o fogo não tinha sido um pesadelo. Levei minha mão até a barriga e não senti minha filha lá. Se eu tivesse a perdido eu não me perdoaria. Levei a mão até o nariz, onde tinha uma mangueirinha e tentei puxá-la
-Ei. - falou um cara estranho segurando minha mão, depois de ter corrido do sofá até minha cama - Não, não pode tirar agora.
-Água. - pedi, sentindo minha garganta seca.
-Água você pode, vou pegar. - ele foi pra um canto do quarto onde em cima da mesa tinha uma jarra d'água, voltou trazendo consigo o copo e me ajudou a tomar - Melhor?
-Sim. - falei.
-Já chamei a enfermeira, eles logo viram te ver. - me avisou.
-Minha filha. - falei acariciando minha barriga e enchendo meus olhos de lágrimas de pensar que algo ruim poderia ter acontecido com ela.
-A bebê tá bem, ela nasceu bem pro tempo de gestação, quando a médica vier a gente vê se você já pode vê-la. - Ele me disse sorrindo como se estivesse feliz pela bebê estar bem.
-Eu.. Eu não me lembro quem é você. - falei a verdade logo de uma vez.
-Ah, eu sou o bombeiro que te socorreu. - falou dando os ombros.
-Então não foi um pesadelo. - falei pensando em como minha casa deveria ter virado cinzas, de forma bem literal do termo.
Ele não teve tempo pra me responder já que o quarto foi invadido pelas enfermeira e a médica que era a responsável por mim. Passei por uma consulta rápida e uma porrada de exames, era um tal de olha aqui, respira assim, fica assim, da o braço aqui, que eu não aguentava mais, quando tudo enfim acabou restou apenas eu e a médica na sala.
-Bom Mariana, como eu já disse eu me chamo Patricia Stone e fui a médica responsável pelo seu parto. - falou calmamente enquanto alisava o lençol que estava dobrado na cadeira onde antes o bombeiro estava - Sua ficha foi preenchida pelo bombeiro que chegou aqui com você, mas ele não sabia muito, então precisamos preencher algumas coisas.
-Certo. - falei.
-Você tem alergia a algum medicamento? - perguntou e eu neguei com a cabeça - Endereço ta certo, seu telefone?
-Eu não tenho telefone. - falei.
-Tudo bem - ela falou dando de ombros. - O Carlos colocou o telefone dele pra casos de emergência, quer colocar o de outra pessoa?
-Carlos? O bombeiro? - perguntei.
-Ele mesmo. - disse.
-Não, pode deixar o dele.
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Hope
RandomCarlos Laskaris, bombeiro, vê sua vida mudar no momento em que vai fazer o resgate de uma pessoa e acaba encontrando duas. Mariana Camargo vê sua vida mudar no momento em que acorda em meio ao seu apartamento em chamar. Carlos salva a vida de Ma...