PEDRA

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I've been thinking 'bout it all day
And I hope you feel the same way (yeah)
'Cause I want you bad
Yeah, I want you, baby

Slow Hands - Niall Horan

Pedra, foi o máximo que sobrou do lugar que eu antes chamava de casa, e foi isso que conclui no momento em que coloquei meus pés aonde eu antes morava

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Pedra, foi o máximo que sobrou do lugar que eu antes chamava de casa, e foi isso que conclui no momento em que coloquei meus pés aonde eu antes morava.

Eu tinha saído do hospital direto pra lá, já que agora eu estava de alta eu precisava de um lugar pra morar, e aquele era o meu lugar, mas quando o carro me deixou ali na porta eu quase entrei em pratos, não existia nada mais ali, a não ser uns pedaços de pedra que provavelmente tinham sido partes das paredes da minha extinta casa. Faziam 4 dias que tudo tinha acontecido e ainda tinha um pouco de fumaça saindo de alguns pontos específicos. Carlos tinha me dito na ultima vez que perguntei a ele, que o incêndio estava sendo investigado mas que tudo indicava que tinha sido acidental, algum curto circuito tinha causado, ou algo que eu tinha esquecido no fogo, alguma tomada, fio desencapado e eu só consegui pensar se tinha alguma dessas situações, o que claramente eu não me lembrei.

Eu caminhava pelos destroços procurando alguma coisa, qualquer coisa que me ajudasse a recomeçar, mas nada ali me dava nem uma pista do que eu deveria fazer, e eu só conseguir agradecer por ter salvo algumas poucas coisas da Hope e os meus documentos, e isso me fez pensar em Carlos em como sua família nos acolheu e até comprou coisas pra nós duas. Andei por tudo e as únicas coisas que achei sem virar cinzas foram algumas poucas panelas, e outras coisas na cozinha, mas nos dois quartos que era onde eu esperava e queria encontrar algo inteiro nada tinha sobrado. 

Só me restava um lugar pra ficar, eu sabia que lá precisaria de uma bela de uma faxina se eu e Hope fossemos habitar aquilo, mas eu faria, eu daria tudo de mim por ela. Larguei tudo ali do mesmo jeito que estava antes, eu veria se conseguiria vender o lugar e quem sabe depois arrumar um dinheiro pra comprar algo nosso, já que ali era bem localizado e um terreno na área deveria custar uma boa grana. 

Caminhei até uns quarteirões dali, onde eu tinha uma pequena sala de aluguel onde antes era minha confecção e que agora também seria minha casa, teria que servir. Quando entrei ali o cheiro não foi dos melhores, tudo precisava ser limpo e organizado e foi o que eu fiz, eu prendi meus cabelos e comecei a limpeza, tirei todos os tecidos e os arrumei por categorias em seus devidos lugares, arrumei as linhas por ondem de cor e depois os croquis, eu deixei tudo em ordem e quando eu terminei já era noite, eu só fui até a padaria da esquina onde passei uma coxinha e um suco no cartão de crédito, voltei pro atelie e arrumei minha nova cama, ou seja, forrei o chão e me deixei ali mesmo com o pensamento de que aquilo era temporário. 

Só que o temporário durou, tempo demais, o suficiente pra ser chamado de fixo. Hoje faziam exatos 25 dias em que eu me encontrava dormindo, e trabalhando no mesmo lugar. Minha cama ainda era o chão, já que eu estava economizando cada centavo que ganhava em qualquer roupa que produzia pra poder dar o melhor a Hope, eu contava moedinhas pensando no berço, comoda, roupas e fraldas que eu sabia que me faria gastar muito ainda.  

HopeWhere stories live. Discover now