Navios na noite

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Todos os anos no meu aniversário meu pai me deixava faltar a escola e se organizava no trabalho pra conseguir folga, nós passávamos o dia juntos e cada ano era um programa diferente, era sempre bom e eu gostava de sermos só eu e ele naquela data.

Por isso, ele ficou surpreso quando quase que em cima da data eu disse estar planejando algo com uns amigos em casa, mas não de uma maneira ruim porque na verdade ele aparentou uma felicidade genuína quando compartilhei meus planos com ele e até mesmo ofereceu sair e nos deixar sozinhos em casa.

Obviamente essa oferta eu recusei porque eu não abria mão de tê-lo por perto naquele dia, mas a vida pareceu conspirar contra esse plano quando a companhia aérea remarcou o voo dele que seria na quarta para às 22 horas daquela terça na qual completava aniversário. Claro que eu ficava triste, mas eu entendia que era o trabalho dele e infelizmente ele não podia fazer nada sobre aquilo. Pelo menos passaríamos o dia praticamente todo juntos.

— Ficou bonito, fizemos um bom trabalho! -Mirae sorriu satisfeita olhando a decoração que havíamos feito na sala, ela havia ido para minha casa assim que saiu da escola. Minha melhor amiga com certeza tinha muito mais habilidade para aquilo do que eu e meu pai, felizmente ela se ofereceu pra ajudar.

— Você fez um ótimo trabalho, só seguimos suas ordens. -meu pai disse e não era mentira, Mirae havia ditado tudo enquanto nós apenas seguimos. Até mesmo a ideia de usarmos star wars como tema da decoração foi dela, que sabia mais do que ninguém o quanto eu gostava da saga.

— Imagina, tio. -apesar de dizer isso eu conseguia ver o orgulho na expressão dela, se tinha uma coisa que Mirae gostava essa coisa era de elogios sobre a habilidade dela de decoração. 

O relógio marcava seis horas da noite, eu havia marcado com todo mundo às sete então havíamos conseguido terminar com bastante tempo de antecedência e já estávamos até mesmo arrumadas. Mirae usava um vestido azul bebê com pequenas flores rosas tão fofo e delicado quanto ela, enquanto eu usava uma camiseta branca por baixo de uma jardineira preta.

— Pai, queria pedir uma coisa… -mordo o lábio inferior nervosa, pensando em maneiras de explicar aquilo para o meu pai. Felizmente havia lembrado de fazer isso, por muito pouco não me metendo em uma situação comprometedora. — O senhor tem que fingir não ter conhecido o Taehyung naquele dia.

Ele me olhou com um olhar confuso e Mirae ao meu lado murmurou um “e lá vamos nós” que me fez rir de nervoso. Tentei explicar de maneira resumida sobre como Tae estava me ajudando com um garoto que eu gostava e esse garoto obviamente não sabia disso então ninguém no grupo tinha conhecimento sobre minha amizade com o Kim ser mais próxima do que aparentavamos.

Meu pai torceu o nariz? Claro que sim, mas não questionou e apenas disse que faria aquilo. Eu iria agradecê-lo, mas o som da campainha tocando roubou minha atenção e me perguntei se seria alguém do grupo chegando adiantado.

— Vou atender. -levantei do sofá, onde estava sentada com Mirae, e fui até a porta sorrindo instantaneamente assim que a abri e vi o garoto parado com seu sorriso quadrado que havia se tornado um dos meus preferidos.

— Feliz aniversário, gatinha! -ele me estendeu uma sacola preta, que eu peguei em segundos somente pra soltar ao meu lado no chão e jogar meu braços ao redor do pescoço dele em um abraço desengonçado. — Desculpa chegar mais cedo sem avisar, é que eu me toquei ainda pouco que se eu chegasse depois de estar todo mundo aqui eu não poderia falar com você direito.

— Não tem problema não ter avisado, na verdade obrigada por ter pensado nisso. E obrigada pelo presente, não precisava -disse o soltando, nem precisava olhar para atrás pra saber que os olhares curiosos de meu pai e Mirae queimavam em cima de mim e Taehyung. — Entra!

Cinco aulas de sedução - Taehyung || REVISÃO Where stories live. Discover now