Hoje eu fui te procurar...

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-Vamos?-me pergunta.

-Eu não quero ir, eu estou cansada-digo.

-Cansada? Cansada você devia estar é de sofrer, corre Helena, veste uma roupa-diz Melissa.

-Ah! Mais como você é chata-digo me levantando da minha cama.

Depois de me arrumar, desso para a sala, e Melissa me olha intrigada.

-Nem parece que não estava querendo ir, parece até que você vai em um casamento...Anda vem, vamos tirar uma foto-diz.

-Não gosto de fotos-digo.

-Não enche Helena, é só uma-diz.

-O.k-digo.

Melissa parece me obrigar a fazer tudo, não consigo dizer não a ela. Ah! que raiva. Sorrio e tiramos uma foto.

-Parabéns!-diz.

-Como?-pergunto.

-Parabéns, bela máscara-diz.

-Máscara?-pergunto.

-Sim, você sorriu, colocou a máscara, e logo após a foto a tirou, Helena...Deus não quer que você use uma máscara, e se mostre feliz, mais Ele quer te fazer feliz de verdade...Sem máscaras-diz pacientemente.

-Vamos logo, antes que eu desista-digo fingindo não me importar com suas palavras.

Mais como eu me importava com elas, como aquelas palavras surgiam efeito em mim, mesmo que eu não reconhecesse isso.

-Falta 5 min, vamos entrar!-diz na porta da igreja.

-Prefiro ficar aqui, e tomar um ar-digo.

-Não dificulte as coisas Helena, não seja teimosa-diz e me puxa para dentro da igreja.

Nos sentamos logo na frente e em pouco tempo a reunião começa.

Minhas mãos suavam, minhas pernas estavam bambas, essa era a reunião que eu sempre fugia. Sempre eu entrava para a cozinha, e só saia de lá depois da oração de imposição de mão.

Eu estava muito nervosa, e a oração ainda nem havia começado.

Tum Tum Tum Tum Tum Tum Tum Tum

Esse fundo indicava o começo da oração. Eu senti uma leve pressão sobre minha cabeça, devido uma obreira ter colocado a mão sobre a mesma, e logo após tudo ficou escuro. Posso afirmar, que foi uma sensação horrível, foi como o dia em que rasguei a bíblia, eu somente voltei a mim, quando estava na frente do altar.

Que vergonha, todos olhavam para mim, e eu só queria me esconder.

-Como você está?-pergunta o pastor na frente de todos.

-Bem eu acho...-digo.

Ei...Cade aquele vazio? A dor? Finalmente havia sumido. Me senti leve, e um sorriso involuntário desenhou meus lábios. Não era uma máscara, mais era um sorriso sincero.

-Eu me sinto leve...Nas nuvens-digo e sorrio em seguida.

A vergonha não mais importava, pois eu finalmente estava bem. 

-Dá pra voar?-pergunta rindo.

-Quase isso!-digo e rio em seguida.

Após voltar para o meu lugar, Melissa olhou pra mim e sorriu. Um sorriso doce e sincero. 

Acabado a reunião, fui embora junto com Melissa, conversamos sobre coisas aleatórias e rimos muito. As coisas estavam diferentes, eu estava diferente e eu só queria que aquela paz durasse para sempre. Pena que não foi assim...

- Tchau!-digo.

-Tchau! Amanhã passo aqui no mesmo horário-diz.

-O.k-digo e me viro.

-Você não vai reclamar? Dizer pra mim te deixar em paz? Olha, isso sim, é um milagre-diz e ri em seguida.

-Tchau garota, deixa de ser boba e não estraga vai-digo e reviro os olhos.

Quando ela foi embora e eu entrei em casa tudo mudou, o clima se tornou pesado. Eu estava sozinha novamente e já era noite.

-Tia?-chamo-a e ninguém responde.

-Tiaa!-chamo mais alto.

-Tiaaa cheguei!-grito.

Ela não estava em casa, provavelmente tinha saído para beber com os amigos, como sempre fazia.

Entrei no meu quarto, e depois de trocar de roupa, fui deitar.

Olhei pela janela, e o céu estava cheio de estrelas, que brilhavam e faziam daquele céu escuro algo lindo, era como uma obra de arte, feita pelo autor da vida.

Eu queria falar com Ele, porém, tinha medo dEle não querer me escultar, eu queria abraça-Lo, mais Ele estava tão longe.

"Quando você fecha seus olhos, você é teletransportado para um lugar, onde a imaginação humana se limita, em descreve-lo. Você consegue quase que tocar o Pai, pois Ele se aproxima de você, e fica mais perto, do que a roupa do seu corpo-diz o pastor."

Assim eu fiz, me ajoelhei e fechei meus olhos. As palavras por algum tempo não saiu, porém, Ele escultou minhas lágrimas, que pediam por socorro.

-OI, QUANTO TEMPO NÃO FAÇO ISSO...BOM, HOJE EU FUI NA TUA CASA, HOJE EU FUI TE PROCURAR E...E ACHO QUE ENCONTREI, EU SENTI UMA PAZ QUE A MUITO TEMPO NÃO SENTIA, E ME SENTI NAS NUVENS...QUERIA QUE FOSSE ASSIM SEMPRE, QUERIA QUE FOSSE ASSIM "PARA" SEMPRE. MESMO QUE EU NÃO DEMONSTRE ISSO...EU TE AMO E...E...QUERO ME ENTREGAR AO SENHOR...APRENDI HOJE NA REUNIÃO, QUE NÃO IMPORTA SE EU TENHO OU NÃO UM TITULO NA IGREJA, ISSO NÃO MUDA NADA, EU SEMPRE POSSO RECOMEÇAR. ESPERO QUE SEJA VERDADE...POIS É O QUE EU QUERO. BOA NOITE...AMÉM-digo me referindo á Deus.

Deitada sobre a cama, me lembrei de uma música, a qual tinha ouvido hoje na reunião.

"Hoje eu fui te procurar, naquele lugar, 

Onde você me chamava de pai, 

Esperei com tudo o que me pediu,

Mais você não foi, onde é que você estava 

Já não ouço mais, a tua voz, você não tem mais tempo para vir aqui, 

Está tão ocupado com as suas coisas, que se esqueceu de mim, 

Mais se precisar, de um ombro pra chorar, ainda vou estar naquele lugar 

Onde você buscava e eu ia te encontrar meu filho".

-No Santo Lugar, eu quero te encontrar, sarar suas feridas, e te perdoar-canto com a voz embargada.

Como eu queria voltar no tempo, como queria ter feito tudo diferente. Ah! quem me dera.

Fechei meus olhos, e virei para o lado, então eu dormi. Sim, eu dormi.

A Obreira Real (Em revisão)Where stories live. Discover now