A Obreira Real (Em revisão)

Esquecida?...

A força que eu carregava dentro de mim, me fazia invencível. A minha mente estava conectada com o Alto. Não importava a noticia que eu receberia, de qualquer forma eu estaria em paz, pois o próprio Deus, havia confirmado que estava no controle de tudo, e que a vontade do Mesmo, seria feita.

Desde de que o meu sacrifício foi concluído, se passaram 1 semana, e nada aconteceu. A esposa do pastor que a um tempo atrás havia falado que eu conversaria com o bispo, simplesmente não me dava notícias de quando seria a entrevista. 

No dia seguinte, á nós termos ido, até a casa da Melissa e a mesma ter desmaiado, eu segui a orientação da esposa do pastor, e fui para a entrevista com o regional ou o bispo. Chegando lá, eles tiveram um imprevisto, e precisou sair correndo da sede, e então disse que marcaria outra data com a esposa do pastor e ela me avisaria.

Ele também não se lembrou de mim. Ninguém se lembrava, quando as pessoas pensavam em mim, elas apenas me viam como "o problema". Mas eu não me importava com isso, pois sabia que Deus havia se lembrado, e essa não era sua visão sobre mim.

Estava escurecendo, eu estava limpando algumas mesas e foi quando Julia apareceu. 

-Obreira, obreira, a esposa quer falar com a senhora-diz Julia afobada.

-Comigo? Mas o que aconteceu?-pergunto preocupada.

-Ela me pediu para ir até a sua casa, pois não consegue falar com a senhora no seu celular, ele está só chamando e ninguém atende. Porém, como sabia que a senhora estaria trabalhando, decidi vir aqui-diz.

-Eu não estou mais com celular, eu o vendi para o meu sacrifício, por isso não atendi. E eu não posso sair daqui, ainda falta 30 minutos para meu expediente acabar-digo.

-A senhora não pode demorar isso tudo, rápido, troque de blusa comigo, e eu fico no seu lugar-diz.

-Obrigada Julia mas...-digo e sou interrompida.

-Corre obreira!-diz autoritária.

-Oxe, o.k então-digo.

Depois de me trocar com a Julia, corri para a igreja que ficava á 10 minutos do meu trabalho.

Quando entrei na igreja, vi o pastor regional conversando com a esposa do pastor e o pastor, e com eles estava a esposa dele.

-Boa tarde!-digo sem jeito, me aproximando deles.

-Boa tarde!-respondem em coro.

-Achou que eu havia me esquecido de você mocinha-pergunta o regional, e depois ri.

-Sim senhor, como todos-digo e sussurro as últimas palavras.

-Não mesmo, eu e minha esposa conversaremos com você-diz.

-Sim senhor!-digo.

Nos sentamos e o pastor e a esposa foram para a cozinha.

O pastor regional e a esposa me fizeram perguntas relacionadas a minha vida espiritual, e aos últimos tempos desde que eu voltei. Respondi tudo com sinceridade, e no fim ele me diz:

-Lamento, mas você não está pronta ainda.

Olho para ele e assinto com a cabeça. Logo ele sorri e diz:

-Fica calma, eu estou brincando contigo. Helena, Deus está te dando mais uma chance, então não desperdice-a ou você poderá não ter outra.

-Sim senhor, jamais!-digo radiante.

-Fico feliz por você Helena-diz a esposa do pastor regional.

-Obrigada dona!-digo.

Depois de me levantar, ele fez uma oração por mim, e o pastor e a esposa dele me parabenizaram. Meu coração palpitada velozmente pela felicidade que eu estava sentindo. 

-OBRIGADO MEU DEUS, OBRIGADO MEU PAI! O SENHOR É MARAVILHOSO, OBRIGADO, OBRIGADO-repetia saindo da igreja.

O caminho da igreja ao meu trabalho foi diferente, eu havia voltado, e eu daria o meu melhor agora, eu não decepcionaria mais á Deus, e isso era algo que eu prometia primeiramente a mim mesma e depois a Ele. 

Quando cheguei a lanchonete Julia me olhou com os olhos bem abertos e quando eu sorri e assenti com a cabeça ela entendeu o recado e correu para me abraçar.

-A senhora voltou-ela diz e começa a chorar.

-Sim, eu voltei, eu voltei-digo com voz embargada.

-Eu estou tão feliz obreira-diz ainda me abraçando.

-Você nem imagina eu Julia-digo.

Minhas palavras quase não saiam, eu queria agradecer a Deus, queria gritar para o mundo que eu estava de volta, mas era como se tudo que eu falasse não fosse o suficiente, meu vocabulário era limitado demais, então eu apenas chorava e ria, pois sabia que Deus sabia o quanto eu estava feliz e agradecida.