Possessive || Tom Riddle

Chapter 15 - Beijo

Eu já não reconhecia mais ele. Tom havia se tornado outra pessoa, uma pessoa com pensamentos ruins. Claro, eu ainda pensava que, com alguns argumentos, eu poderia mudar o pensamento dele. Porém, pensar em algo além de "ele quer matar uma pessoa" era extremamente complicado. Pode parecer exagerado, mas ver a única figura familiar que eu possuía se tornando um tipo de pessoa sombria era devastador. Tentei focar meus pensamentos em algo construtivo, algo que me levaria a solucionar esse problema.

Quando parei na frente da sala de Dumbledore, respirei profundamente antes de bater duas vezes e ouvir sua voz suave ceder a permissão para que eu entrasse. Tentei, com todas as minhas forças, engolir o choro e ser forte, mas as lágrimas começaram a cair antes que eu pudesse impedir e um soluço alto escapou de meus lábios. O velho sentado na minha frente suspirou e veio até mim, me abraçando paternalmente.

- Não chore, criança. – Pude ouvir o timbre de sua voz pela caixa torácica, me acalmando instantaneamente. – Para todo um problema, há uma solução, senhorita Swan. Tom não é uma exceção. – Suas palavras foram reconfortantes junto com suas carícias em meu cabelo. Naquele momento, eu vi Dumbledore como um pai que estava disposto à ouvir meus desabafos e procurar soluções comigo. Um pai gentil que eu nunca tive.

- Eu não sei o que fazer, não quero que Tom siga para o caminho das trevas. – Minha voz soou arrastada e chorosa. Eu funguei e me afastei de Dumbledore para olhá-lo enquanto ele falava.

- Senhorita Swan, preciso que confie em mim. – Eu assenti, indicando que eu confiava nele. – Tom pode parecer frio e sombrio com as outras pessoas, mas estou ciente de que, com a senhorita, ele muda totalmente a personalidade. Sei que ele não está contente em vê-la sofrendo com isso, e esse fato o torna vulnerável nesse momento. A senhorita precisa aproveitar essa oportunidade para conversar com ele e mostrar que o lado das trevas não é a melhor opção.

- Mas eu não sei o que falar, eu não sei o que fazer... – Eu estava perdida, esperando que alguém resolvesse esse problema para mim. Eu tinha que ser forte, eu precisava ser forte.

- Você saberá o que fazer na hora certa, Angel. – A voz de Dumbledore soou firme, como se ele já previsse o que estava por vir. – Você precisa ser forte e não desistir, entendeu? – Eu assenti, engolindo o nó em minha garganta. – Vá dormir, descanse e pense bem no que dirá para Tom. Você precisa de energias para lidar com ele.

- Professor. – Eu o chamei quando ele se virou. Dumbledore me olhou com a testa levemente franzida antes que eu fosse em sua direção e o abraçasse com força, agradecendo silenciosamente por ter ele em minha vida. – Obrigada por isso, eu não conseguiria criar forças para essa situação sem o senhor.

- Eu apenas estou lhe aconselhando a seguir o caminho certo, filha. – Não pude evitar sorrir pelo título proporcionado a mim. – Você terá um longo trabalho pela frente, sempre estarei aqui para ajuda-la. – Eu me afastei dele e respirei fundo, sorrindo em seguida.

- Boa noite, professor Dumbledore. – Eu acenei e me afastei, ouvindo ele retribuir a despedida. Eu caminhei com calma pelos corredores na direção do meu quarto, me perguntando se deveria ir no quarto de Tom ainda antes. Talvez para devolver Angel à ele, visto que ela ainda estava no meu quarto.

Quando cheguei no meu quarto, vi que Angel e Alface dormiam tranquilamente na minha cama. Eu sorri com a cena e fui em direção à Angel, pegando-a no colo e caminhando, discretamente, com ela na direção do quarto de Tom. Eu respirei fundo antes de bater na porta. Eu já não sabia se a intimidade entre nós dois havia mudado, então preferi manter a formalidade. Ele abriu a porta alguns segundos depois, fazendo uma expressão confusa ao me ver.

- Ma Belle... – Meu nome soou diferente em seus lábios, como se uma carga de arrependimento tivesse sido depositado em sua fala.

- Eu vim devolver Angel... – Eu pigarreei e olhei para a gata adormecida em meus braços. – Ela estava no meu quarto ainda, então...