Chapter 38

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Os próximos meses antes das férias foram tranquilos. Tom não aprontou mais nenhuma, o que estava me deixando receosa. Nós patrulhávamos todas as noites e cuidávamos dos sonserinos durante o dia, quando não estávamos em aula. Theo havia se aproximado mais de mim, mas eu ainda não estava 100% confiante nele, porém, ele parecia apenas ser algum ser humano com não muitos neurônios, já que ele conseguiu tirar notas baixas em todas as provas e quase reprovar de ano. Algo me diz que foi proposital, já que ele implorou que eu o desse aulas extras de todas as matérias. Não sei como, mas Tom descobriu e ficou enciumado, então Tom e Theo fizeram um acordo de que o próprio Tom o ensinaria as matérias. Theo não gostou muito da ideia, mas acabou aceitando já que eu estaria junto para observar.

May e eu saímos algumas vezes para Hogsmade, descobri que ela possui uma pensão enorme dos pais e sempre gasta tudo quando pode, algo que me deixou surpresa. Ela havia me dito que estava saindo com uma garota, mas que, por enquanto, não era nada sério. Eu fiquei orgulhosa por ela e disse que daria conselhos caso ela precisasse. Porém, minha vida amorosa estava um caos. Eu e Tom ficávamos juntos todas as noites, basicamente. Ele sempre achava um jeito novo de me provocar e fazer parecer impossível resistir à ele. Mesmo eu decidindo parar de tentar resistir, um pouco da minha noção ainda tentava, mas acabava falhando miseravelmente.

Theo, May, Tom e eu ficamos na mesma sala em várias matérias, o que nos aproximou mais. Theo começou a tentar paquerar May, mas ela o deixava completamente de lado e ia paquerar alguma garota. Esses dois não paravam quietos. Eu e Tom sempre ficávamos em silêncio, apenas observando os dois se alfinetarem a cada 5 minutos. Eles dariam um belo casal, se a preferência de May não fosse garotas e se Theo não fosse tão... Theo.

Nesse exato momento, eu e Tom estávamos em frente ao orfanato. Nós não queríamos entrar, ambos tínhamos o mesmo sentimento de rancor e mágoa quanto a esse local. Fazia tempo que não víamos os outros órfãos dali, talvez eles nem se lembrassem mais de nós. Eu e Tom nos entreolhamos rapidamente antes de entrar pelo portão e bater na enorme porta. A senhora Cole apareceu poucos segundos depois e suspirou, bufando, quando nos viu. Ela ainda odiava muito nós dois, principalmente eu, pelas diversas vezes em que batemos nas outras crianças.

- Entrem. – Sua voz saiu arrastada e cansativa. Nós dois entramos e subimos direto para nosso quarto, carregando nossas malas e gaiolas. Senhora Cole foi direto para seu escritório, não se preocupando em perguntar como foi nossa experiência na escola. Eu e Tom colocamos os gatos no quarto e as malas, cada um na própria cama.

Eu fechei a porta e me joguei no meu colchão, suspirando.

- Eu odeio esse lugar. – Tom resmungou, começando a guardar suas coisas.

- Somos dois. – Eu murmurei, concordando com ele. A cidade estava ainda mais fria e mórbida do que da última vez em que estivemos aqui, o lugar parecia sem vida nenhuma. Eu me levantei e fui na direção da janela, observando a rua sem movimento algum. Os prédios estavam levemente cobertos pela fina camada de neve, o céu estava completamente escondido atrás da acinzentada neblina. Eu suspirei. E lá vamos nós de novo.

- Uma pena que não podemos sair daqui. – Ele disse, chamando a minha atenção. – Não vejo a hora de ter idade o suficiente para pegar você e sumir desse lugar.

- E nós iremos para onde? – Eu me sentei de volta na minha cama, vendo Tom guardar sua última peça de roupa. – Nem começamos a trabalhar ainda.

- Tenho certeza de que conseguiremos arranjar alguma coisa. – Tom disse, fechando sua bala e guardando-a debaixo da cama. Ele se sentou em seu colchão e me observou.

- Talvez meus pais tenham deixado alguma coisa para que eu pegue quando for maior de idade. – Eu dei de ombros, pensando se Emma e Gabriel teriam sido bons nesse nível. Mas eu não conseguia pensar neles deixando algo para mim, já que eles sempre foram conservados entre os dois. – Talvez eu possa arranjar um estágio enquanto estou aqui no orfanato, assim teremos dinheiro para quando sairmos daqui.

- É uma boa ideia, mas deixe que eu faço isso. – Eu franzi a testa.

- Por que?

- Porque os trouxas estão no meio de uma guerra, Ma Belle. Não vou deixar que saia do orfanato enquanto lá fora não for completamente seguro. – Ele se levantou e pegou seu diário na escrivaninha, se sentando em sua cama novamente. – Vou ver o que encontro no jornal da cidade e falarei com a Senhora Cole depois.

Eu apenas fiquei quieta, pensando no que eu poderia fazer para reverter a situação. Me levantei enquanto Tom lia o jornal da cidade e saí na direção da porta, indo direto para o escritório da Senhora Cole. Eu bati duas vezes na porta e entrei quando ela resmungou algo, o que eu acreditei que fosse um "entre" arrastado e raivoso.

- O que você quer? – Sua voz saiu torta e rouca, eu estremeci quando vi que a Senhora Cole estava fumando um cigarro. Somente o cheiro já foi capaz de me deixar enojada.

- Eu... queria saber se eu posso ir à cidade. – Eu prendi a respiração enquanto estava ali na sala, torcendo para que ela não percebesse.

- Tanto faz. Se você morrer, ninguém vai sentir sua falta mesmo. – Ela deu de ombros e se virou para a janela, tragando o cigarro. Eu engoli em seco e agradeci rapidamente saindo dali e respirando fundo após fechar a porta. Pelo menos agora eu conseguiria procurar alguma coisa pela cidade.

Como eu já estava com roupas adequadas para sair, eu fui direto para o portão do orfanato e abri ele, saindo dali rapidamente e decidida à não perder tempo. Podia ter a sensação de que alguém estava me observando, mas, talvez, só talvez, eu estivesse louca.








oi, docinhos, como estão?

oi, docinhos, como estão?

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Possessive || Tom RiddleWhere stories live. Discover now