Chapter 29 - Doente

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Eu sei que muita gente vai ficar "ai, ela tá vomitando na frente dele? Que nojinho" mas se eu ver algum comentário assim, eu excluo e finjo que a pessoa não foi idiota o suficiente pra comentar isso. A Angel está MAL e, se ela não vomitar, ela vai ficar PIOR ainda. E, sejamos sinceros, quem, em sã consciência, ficaria sem vomitar apenas para "manter uma aparência"? A pessoa está mal, ela PRECISA vomitar.







Ela ainda sabe. Ainda sabe de tudo.

Eu já tinha minhas dúvidas quando tentei mexer na cabeça dela e vi coisas que acho que nem Angel lembrava. Certamente, já haviam mexido na mente dela antes. E agora eu tinha certeza absoluta. Além de saber que Angel é filha de Dumbledore, eu sei que ela planeja, junto com ele, armar algo contra mim. Angel só não sabia que agora os pensamentos dela também eram os meus. As memórias dela agora eram, também, as minhas. Angel era completamente minha. Minha doce e inocente horcrux.

Eu percebi como isso estava a afetando. Seus olhos estavam constantemente avermelhados e sua pele estava pálida, assim como os lábios secos e cinzas, sem vida. Eu me senti completamente culpado por ver ela desse jeito. Afinal, os usuários de Horcruxes apenas colocaram um pedaço de sua própria alma em objetos, mas nunca em uma pessoa. Eu, realmente, não sabia se daria certo. Parte de mim insistiu para que eu afastasse Angel de mim, porém, outra parte necessitava tornar ela imortal junto comigo. Ninguém poderá matar minha Angel sem algo extremamente poderoso, nem as maldições imperdoáveis funcionariam nela. Isso me deixava seguro. Porém, agora que eu sei que Angel não pode ter a memória apagada ou modificada, eu terei que ser extremamente cauteloso e fingir que estou caindo na armadilha dela. Quando, na verdade, ela é quem está caindo na minha. Eu ainda a farei mudar de ideia, meu amor. É só questão de tempo.

Quando cheguei na enfermaria, eu procurei pelo armário de poções e fui até ele quando encontrei, pegando um frasco para todos os tipos de dor.

- Com licença, senhorzinho? Onde pensa que vai com esse frasco? – A Madame Scarllet apareceu com os braços cruzados sob sua barriga saliente. Seus óculos grandes estavam na ponta do nariz, implorando para serem colocados corretamente. Eu a olhei de cima abaixo, desprezado pela figura. Eu, simplesmente, me virei e caminhei para fora da enfermaria, ignorando os berros de indignação da mulher.

Enquanto eu voltava para as masmorras, eu parei no lugar e coloquei a mão na cabeça, sentindo novas memórias surgirem.

Angel estava no banheiro do próprio quarto, colocando tudo o que ela havia comido para fora. Angel havia comido apenas salada no almoço, o que me deixou preocupado. Ela se sentou em frente ao vaso e começou a chorar, pude sentir que ela estava com dor. Seus soluços baixinhos deixaram meu coração partido. Vê-la desse jeito me deixava... vulnerável.

Eu fui ainda mais rápido para a comunal da sonserina e fui para o quarto dela quando entrei. Pude ouvir a porta do banheiro sendo fechada e logo a torneira da pia sendo aberta. Ela estava lavando o rosto e escovando os dentes.

- Beba. – Eu estendi o frasco roxo na direção dela quando a mesma havia saído do banheiro. Angel me olhou com a testa levemente franzida por um segundo, mas apenas agradeceu e tomou a poção, fazendo uma careta de desagrado. O gosto era horrível. Ela terminou de beber e colocou o pequeno vidro em cima da cômoda, respirando fundo e fechando seus olhos. Eu franzi a testa quando senti que ela estava piorando. Angel correu de volta para o banheiro e vomitou toda a poção no vaso novamente. Eu travei o maxilar com força e peguei o frasco, tacando ele na parede com força e o quebrando em milhares de pedaços. Porque, diabos, ela está mal ainda? O organismo dela não estava aceitando os remédios e poções, isso teria que ser tratado por um profissional, mas eles descobririam que Angel não pode ser afetada e está com magia negra envolta do corpo. Isso me afetaria. Mas Angel... vai ficar pior ainda.

Eu bufei, me xingando internamente por me importar tanto com ela, e fui até o banheiro, ajudando a segurar os cabelos dela enquanto Angel lavava seu rosto novamente, limpando as lágrimas. Eu observei seu rosto pálido, me sentindo ainda mais culpado. Peguei a toalha e estendi para ela quando ela havia desligado a torneira. Angel secou seu rosto e respirou fundo, seus olhos perdidos no próprio reflexo. Pude perceber que ela estava pensando no motivo daquilo estar acontecendo. Ela achava que era pela imagem de Amber morta e com o braço decapitado. Porém, no fundo, Angel sabia que não estava mal apenas por aquilo. Seus olhos encontraram os meus pelo reflexo do espelho, nós nos encaramos por um tempo. Por um momento, um mero segundo, pude perceber que ela só queria que nada daquilo tudo estivesse acontecendo. Ela só queria seu Tommy de volta. Eu desviei o olhar para longe e me virei, saindo dali, a deixando levemente chateada. Nós ficamos ambos em silêncio após isso, Angel se deitou na cama e abraçou o próprio corpo, seus pensamentos sempre inquietos. Eu fui até a janela e observei as poucas criaturas marinhas que passavam por ali, sempre em busca de alguma presa. Após alguns minutos assim, Angel já havia dormido tranquilamente enquanto eu apenas a observava. Ela estava minimamente melhor, mas ainda estava mal. Eu fui até ela e levei minha mão até sua bochecha fria e sem cor, antes corada e quente. Alisei o local com cuidado para não acordá-la, passando meus dedos com suavidade até seu lábio inferior.

- Eu não posso deixar você assim, Ma Belle. – Eu sussurrei, tendo noção de que ela não me escutaria. – Sinto muito por tudo isso. – Me afastei dela e estendi a mão na direção da minha varinha enquanto andava, vendo ela parar na minha palma. Eu saí do quarto de Angel, fechando a porta com cuidado, e caminhei até o lugar em que eu mais odiava na escola inteira. – Precisamos conversar. – Eu disse após abrir a porta e fechar ela com força em seguida, encarando a figura que havia se levantado da própria cadeira.






ontem eu tava mal, por isso não teve meme :) Mas eu juro que hoje tô bem da vida, agora... como vocês estão, meus preciosos?

 como vocês estão, meus preciosos?

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Possessive || Tom RiddleWhere stories live. Discover now