11 - Ilusões E Cookies

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Eu não compreendo o que está havendo nessa casa. Ontem mesmo, acordei feliz da vida. Por causa do episódio que aconteceu ontem na madrugada, tive pesadelos demonstrando minha mãe morta, trazendo que eu tenha maus pressentimentos ao acordar, e passar a manhã inteira com raiva, além do resfriado que acabei pegando de repente.

Tentei fazer novamente o episódio do jejum, mas percebi que não tenho estômago para isso. E sobre ontem depois do acontecimento a tarde, e hoje, Pennywise tentou dar uma de desaparecido. Irônico, não?

Passei a manhã inteira entre espirros e toces secas. Minha alergia com certeza estava atacando. Deve ser o tempo mudando, isso sempre acontece nesses meios tempos.

Estava pensando em passar na farmácia para comprar um remédio de gripe. E agora, para tentar fazer com que o palhaço aceite, terei que dar o braço à torcer. Cheguei até  a ensaiar baixinho o que dizer, enquanto lavava minha pequena louça do café.

Eu esperei. Esperei. E esperei. E nada de palhaço nesse lugar. Minha raiva aumentava e eu só queria dar no pé. Caminhei até a porta negra, e estiquei meu braço com o objetivo de alcançar a maçaneta, e ver se ele está lá embaixo.

- Continue assim, e se arrependerá pelo resto de sua vida, que não será nada longa.   - Prendo a respiração ao ouvir essas palavras vindo dele.

Me viro lentamente, e vejo como nós dois estamos tão.. Próximos. Só numa curta distância de um do outro.

- O que ia fazer? Finalmente pensou em fugir?   - Ele estava sério, e seus olhos não estavam nada azuis. Ah, eu quero chorar!

- N-não é isso...

- É o que, então?  

- Eu... Estava na sua procura.   - Seus olhos se estreitam em minha direção. Soltei o ar devagar pela boca.

- Estou aqui. Fale.    - Cruza os braços. Eu pensei, e pensei, até disparar tudo de uma vez:

-.. Não estou me sentindo bem e pensei que você poderia deixar eu ir na farmácia para comprar um remédio e depois me trazer de volta. Simples assim.   - Digo rápido e em bom tom.

Wise continuou sério, só consegui desviar o olhar de seus olhos para sua mão coberta com a luva e indo em direção à minha testa. Ele mediu minha temperatura, e a afastou. E com certeza é algo de se estranhar pois.. Ele ainda estava de luva e..

- Não está quente.    - Diz interrompendo os meus pensamentos. Também nego com a cabeça -   Se você estiver forçando essa doença...

- Estou resfriada. De verdade. Deve ser a mudança de tempo. Não sinto nada aqui. Talvez esteja calor alguns minutos atrás, e já deve ter esfriado um pouco. Isso mexe comigo.   - Digo a real verdade, mas com certeza, ele não quer acreditar - ... Diz que sabe tanto sobre humanos, mas parece que não sabe muita coisa. -  Murmurei e recebi um olhar cheio de raiva, engulo em seco e refaço a conversa -  Alguns humanos, como eu, não podem ficar o tempo todo resfriados deste jeito. Às vezes, esse “pequeno” resfriado, pode causar uma doença, que essa doença, pode levar à morte.   - Explico e me sinto uma professora tentando colocar alguma coisa numa cabeça de vento.

- Hunf. Não posso aceitar que você saia. Naquela hora, na floresta, você pensou em fugir com a criança, não pensou?

Respiro fundo. Agora fiquei no meio de uma parede. Ele sabia tudo sobre o que eu penso, e tudo que estou afim de fazer. Aquela hora era essencial pois eu queria ter fugido o mais rápido com aquela criança, mas estávamos longe da cidade, seria uma perda de tempo.

- Sim. Mas dessa vez vai ser diferente. Não vou pensar em fugir. É uma promessa. E promessa minha, nunca é quebrada.   - Digo sério -  Por favor, Pennywise.

𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18Where stories live. Discover now