Elizabeth Drummond sempre foi um espírito livre.
Dedicada a família e principalmente a irmã, Belinha, ela embarca em uma aventura pelas terras altas a fim de acatar o desejo de sua família para unir os clãs através de um casamento arranjado.
Contud...
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A comida estava fria na bandeja.
Depois de tudo o que ouvira, o estômago de Elizabeth estava embrulhado.
Esperou até o último minuto para dar a notícia à Belinha, temendo sua reação, temendo que chorasse e que não pudesse consolá-la. Contudo, devia saber que a irmã sempre fora mais tranquila em meio ao caos.
Enquanto ela sentia-se desmoronando por dentro, Belinha mantinha o semblante sereno, indecifrável. Ela sempre fora muito boa em ocultar as emoções e era isso que preocupava Lizzie. Não gostava de saber que a irmã poderia estar sofrendo em silêncio.
— Diga alguma coisa. — pediu. — se zangue, fique furiosa assim como eu, só não faça essa expressão, por favor.
A pequena jovem sobre a cama sustentava um silêncio fúnebre.
— E o que eu deveria dizer, Lizzie? — Belinha a fitou e encolheu os ombros. — Devo me rebelar? Adiantará de algo?
Não, não adiantaria. E era isso que deixava Elizabeth indignada.
— Eu não sei se conseguirei seguir com essa loucura. — Disparou, encarando os olhos arregalados de Belinha.
— E então o que fara?
— Não sei. Tentei falar com nosso pai, mas não me foi permitido. Tenho certeza de que ele não faz ideia do que está acontecendo e apesar de ser bastante leiga a respeito de política, não sou parva a ponto de não perceber que estamos indo para a cova dos leões com esse plano absurdo. Onde Angus está com a cabeça?
— Temo por nosso pai. —Isabella suspirou.
Lizzie também temia.
— Mas e você, me diga, como está sua febre?
— Indo e vindo, mas não o suficiente para me derrubar.
— E a tosse?
— Ainda sinto como se rasgasse o peito a cada vez, mas está melhorando. Vou ficar bem, só preciso continuar usando minhas misturas.
— Tem de melhorar. Tenho medo dessa viagem. Não quero me separar de você, algo me diz que não devemos nos separar. Quem vai ampará-la quando estiver doente? Como eles podem dar você assim de mão beijada a James Mackenzie?
Belinha tocou a mão da irmã gentilmente.
— Você sempre foi muito valente. Agradeço a preocupação.
—Não está com medo?
— Estou morrendo de medo se quer saber. Não tenho interesse algum em James Mackenzie. — Afirmou — na verdade se pudesse escolher, jamais me casaria com ninguém.
—Gostaria de ser tão tranquila como você mas não consigo.
— De que adianta a tranquilidade por fora se por dentro estou em pedaços? Queria gritar e espernear como você, talvez o peso em meu coração diminuísse um pouco. Entretanto não sei gritar. Nunca soube.
