Sete - parte I

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Elizabeth dormia sobre uma cama quente e macia

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Elizabeth dormia sobre uma cama quente e macia. Era muito confortável.

Oh, senhor, mas em que momento tinha ido parar em uma cama? Era tão aconchegante que ela gemeu de contentamento por ser agraciada com algo tão agradável como uma boa cama.

Ouviu um riso curto, baixo e grave. Um riso que a despertou daquele sonho ridículo. Percebeu que a cama quente e macia na qual repousava era o peito do homem que a carregara durante toda a noite e então, o que antes era um som de satisfação agora transformava-se em um gemido de desgosto somado a um revirar de olhos.

Endireitou-se imediatamente.

— Pode continuar dormindo, se quiser, milady. Estava adorável.

— Não fecharei os olhos enquanto se aproveita de mim. — Lizzie empertigou-se um pouco mais tentando manter alguma distância do corpo quente que há pouco ainda a aquecia.

— Nunca me aproveitei de ninguém sobre o lombo de um cavalo, mas se quiser, podemos tentar. Para tudo existe uma primeira vez. — ele estalou a língua.

Ela não pode evitar uma careta de insatisfação.

— O senhor tem modos ultrajantes.

— A senhorita também.

Lizzie bufou, prestes a começar uma discussão, inclusive chegou a abrir a boca, pronta para dizer poucas e boas para aquele selvagem, contudo, lembrou-se de Belinha e rapidamente virou o rosto, procurando-a.

— Minha irmã... — se viu dizendo.

— Ele segue dormindo.

— Precisamos parar em algum momento, ela está doente...

— Sabemos.

Aquela afirmação chamou sua atenção.

— Como?

— Ela teve febre branda durante todo o percurso — disse ele — mas, recentemente ficou mais quente e gemente, o que nos leva a crer que seu estava está se agravando.

O coração de Elizabeth se apertou.

— Deus, precisamos parar.

— Há uma clareira mais a frente, vamos acampar ali — comentou ele — deviam ter dito que ela não estava bem — complementou.

— Acho que não tivemos muito tempo para isso dada a forma que fomos "resgatadas" — salientou ela, ríspida.

Ele não respondeu, o que a deixou ainda mais irritada.

Bem, ao menos iriam fazer uma parada e ela agradecia a Deus por isso. Suas costas já estavam começando a reclamar e apesar de ter conseguido dormir um pouco, sentia o corpo rígido, implorando para se esticar um bocado. Imaginava então com a irmã estaria. Ao pensar no estado frágil de Belinha, novamente a raiva — até então abrandada — se manifestou dentro dela. Todas as lembranças do dia anterior a bombardearam, fazendo com que uma mescla de ódio e impotência tomassem conta dela.

Sabia que não deviam ter partido naquelas condições, sabia. Se a irmã piorasse, se algo acontecesse a ela, Lizzie enlouqueceria. Custava terem esperado um pouco mais? Custava deixar que ao menos preparassem decentemente sua partida rumo ao covil do inimigo? Sequer puderam se despedir do pai. Simplesmente foram enxotadas de casa naquela missão suicida. E agora o destino, vil e traiçoeiro caçoava dela colocando dois estranhos em seu caminho. O que o bom Deus estava planejando? Enlouquecê-la?

Sentiu a rigidez do próprio corpo, fervilhando de raiva e tentou se acalmar. Não queria dar vazão àquelas emoções, não ali, não naquele momento. Mesmo sentindo o arder dos olhos que imploravam por derramar algumas lágrimas, ela se conteve. Engoliu em seco, respirou profundamente e disse a si mesma que tudo ficaria bem. Tinha que ficar. Sofrer antecipadamente não lhe serviria de nada e pensando nisso, aos poucos, Lizzie tratou de se acalmar.

Demorou um pouco até que o local do acampamento estivesse finalmente a vista. Ou o nervosismo a fez acreditar que demoraram mais do que ela gostaria. O dia estava amanhecendo e a claridade se mostrou muito bem-vinda. E então, só então, Elizabeth se permitiu olhar para trás. 

 

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Continua na parte II...

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