Cinco

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Tudo aconteceu muito rápido e a falta de claridade interferia em sua visão

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Tudo aconteceu muito rápido e a falta de claridade interferia em sua visão. Lizzie saltou sobre o homem como um animal feroz lutando pela vida.

Desviou de um e outro golpe só Deus sabe como, pois, se fosse capaz de pensar em algo naquele instante seria apenas no quanto estava sendo tola e imprudente. Porém, não poderia ficar esperando para ver o que aconteceria. Sua frágil irmã estava amedrontada dentro daquela carruagem e ela não deixaria que nada acontecesse com ela, nem que para isso tivesse que usar os punhos, as unhas e os dentes, inclusive.

Não era capaz de ouvir nada além dos gritos e gemidos, boa parte vindos de sua própria garganta. Senhor, se ao menos pudesse enxergar um pouco mais...

Foi pega desprevenida com uma rasteira que a derrubou de bunda no chão fazendo com que soltasse uma ligeira imprecação.

O homem estava em cima dela agora, segurando seus pulsos e impedindo que lhe furasse os olhos com as unhas.

— Fique quieta! — ele parecia estar tendo trabalho em lidar com sua ira.

— Bastardo! Me solte e lute como homem!

— Você tem uma língua viperina demais para o meu gosto.

— Eu vou matá-lo, imundo, juro por Deus, eu vou...

Um beijo duro, ríspido e inesperado a calou.

Lizzie arregalou os olhos, congelada. Foi tão rápido quando um raio cortando o céu. Assim como iniciou, acabou, deixando-a completamente ultrajada e enraivecida.

Queria matar o desgraçado, mas suas mãos ainda estavam presas.

— O que pensa que está fazendo, seu verme? — ralhou, entredentes ao ouvir o riso ordinário dele.

— Não conheço muitas formas de calar uma mulher. — aquilo em sua voz era diversão?

O sangue dela ferveu.

Concentrando toda a força do seu corpo em um único lugar, Lizzie levou seu joelho de encontro as bolas do desgraçado que soltou um uivo de dor imediatamente. Aproveitando-se da brecha, ela o presenteou com um gancho de esquerda fazendo com que caísse  a seu lado enquanto ela recuperava a compostura e se colocava em pé novamente.

A lua saiu de seu esconderijo por trás das nuvens, clareando brevemente o caminho. Isso deu a ela uma ampla visão do ambiente ao seu redor.

— Oh, Deus. — A cena não era nada acolhedora.

Homens mortos aqui e ali, cavalos fugindo, sua carroça realmente havia sido levada... e claro, um homem sofrendo a seus pés.

— Você! — Começou a chutá-lo — olhe o que você fez!

Lizzie o chutaria até a morte se pudesse, contudo, a voz de Belinha a fez parar.

— Irmã, acalme-se.

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