Tudo aconteceu muito rápido e a falta de claridade interferia em sua visão. Lizzie saltou sobre o homem como um animal feroz lutando pela vida.
Desviou de um e outro golpe só Deus sabe como, pois, se fosse capaz de pensar em algo naquele instante seria apenas no quanto estava sendo tola e imprudente. Porém, não poderia ficar esperando para ver o que aconteceria. Sua frágil irmã estava amedrontada dentro daquela carruagem e ela não deixaria que nada acontecesse com ela, nem que para isso tivesse que usar os punhos, as unhas e os dentes, inclusive.
Não era capaz de ouvir nada além dos gritos e gemidos, boa parte vindos de sua própria garganta. Senhor, se ao menos pudesse enxergar um pouco mais...
Foi pega desprevenida com uma rasteira que a derrubou de bunda no chão fazendo com que soltasse uma ligeira imprecação.
O homem estava em cima dela agora, segurando seus pulsos e impedindo que lhe furasse os olhos com as unhas.
— Fique quieta! — ele parecia estar tendo trabalho em lidar com sua ira.
— Bastardo! Me solte e lute como homem!
— Você tem uma língua viperina demais para o meu gosto.
— Eu vou matá-lo, imundo, juro por Deus, eu vou...
Um beijo duro, ríspido e inesperado a calou.
Lizzie arregalou os olhos, congelada. Foi tão rápido quando um raio cortando o céu. Assim como iniciou, acabou, deixando-a completamente ultrajada e enraivecida.
Queria matar o desgraçado, mas suas mãos ainda estavam presas.
— O que pensa que está fazendo, seu verme? — ralhou, entredentes ao ouvir o riso ordinário dele.
— Não conheço muitas formas de calar uma mulher. — aquilo em sua voz era diversão?
O sangue dela ferveu.
Concentrando toda a força do seu corpo em um único lugar, Lizzie levou seu joelho de encontro as bolas do desgraçado que soltou um uivo de dor imediatamente. Aproveitando-se da brecha, ela o presenteou com um gancho de esquerda fazendo com que caísse a seu lado enquanto ela recuperava a compostura e se colocava em pé novamente.
A lua saiu de seu esconderijo por trás das nuvens, clareando brevemente o caminho. Isso deu a ela uma ampla visão do ambiente ao seu redor.
— Oh, Deus. — A cena não era nada acolhedora.
Homens mortos aqui e ali, cavalos fugindo, sua carroça realmente havia sido levada... e claro, um homem sofrendo a seus pés.
— Você! — Começou a chutá-lo — olhe o que você fez!
Lizzie o chutaria até a morte se pudesse, contudo, a voz de Belinha a fez parar.
— Irmã, acalme-se.
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CORAÇÃO DE AÇO
Historical FictionElizabeth Drummond sempre foi um espírito livre. Dedicada a família e principalmente a irmã, Belinha, ela embarca em uma aventura pelas terras altas a fim de acatar o desejo de sua família para unir os clãs através de um casamento arranjado. Contud...