Elizabeth Drummond sempre foi um espírito livre.
Dedicada a família e principalmente a irmã, Belinha, ela embarca em uma aventura pelas terras altas a fim de acatar o desejo de sua família para unir os clãs através de um casamento arranjado.
Contud...
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— Não posso acreditar que ele fez isso conosco. — Lizzie estava desolada.
— Confesso que nunca passou por minha cabeça a perspectiva de que ele nos mandaria partir à noite. Parece afoito por se livrar de nós. — Belinha, apesar de parecer mais tranquila com relação aos últimos acontecimentos, também estava um pouco apreensiva.
— Tenho certeza de que Sorcha está por trás disso.
— Ao menos não nos mandou sozinhas.
— Ah, sim. — concordou Lizzie — Um contingente de dez homens protegendo duas mulheres no meio da noite em tempos de guerra me soa bastante reconfortante. — O sarcasmo em sua voz era nítido — Sabemos que você está indo para James Mackenzie e ele sabe bem onde está entrando, mas e quanto a mim? Como Angus em sua infinita sabedoria espera que eu chegue em McCkey sem um familiar sequer para me acompanhar e faça com que acreditem em minha palavra?
— Na verdade eu estou indo a McCkey com você primeiro, irmã.
— Oh, por Deus, sabe do que estou falando. Você também está indo para o abate. Um casamento normal teria a presença dos pais ou irmãos mais velhos. Estamos indo sozinhas. Só um asno não perceberia a falha deste plano.
— Eu sei. Mas a questão é que não há nada a ser feito. Com a questão de nosso pai estar doente, bem, é uma boa desculpa pela ausência de nossos responsáveis. Angus sabe que você vai conseguir, confia em você, talvez seja por isso que esteja metendo os pés pelas mãos dessa forma.
— E confia no que exatamente? Só se for na minha habilidade em fugir de situações desesperadas.
— Exatamente. Acho que ele sabe que você dará um jeito de convencer Ewan McCkey a confiar em você. Além do mais, é bonita, é atraente. Pode tentar usar isso a seu favor.
— Eu sou tão delicada quanto um javali, Belinha.
— Um javali domesticado.
— Mas ainda assim, um javali. Queria ser como você, que mais parece um lindo beija-flor.
Belinha sorriu, tímida.
— Um beija-flor não tem a força necessária, neste caso, tampouco importa a sua beleza.
— Esqueceu-se de que um beija-flor possui asas. Asas essas que podem levá-lo a qualquer lugar. Não esqueça delas.
— Tentarei me lembrar disso. — respondeu Belinha, sem muito entusiasmo.
Lizzie olhou para fora, mas a escuridão da floresta a atrapalhava em demasia e os uivos dos lobos atenuavam sua ansiedade. Céus, como detestava viajar à noite.
— Como está sua febre? — Colocou a mão sobre o rosto da irmã. — me parece muito abatida.
— Vou ficar bem assim que puder descansar um pouco.
