🏆 OBRA VENCEDORA DO WATTYS 2022
MADELAINE HANWORTH, definitivamente não era uma aristocrática comum. De beleza rara e língua afiada, ela estava debutando pelo segundo ano na sociedade londrina, sendo considerada o diamante da temporada. O que todos...
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Na manhã seguinte, Madelaine fora acordada mais cedo que de costume.
— Senhorita? — chamou Ellen. — Madelaine?
Estava fingindo dormir, havia ouvido Ellen da primeira vez, mas sabia dissimular muito bem. Gostava de dormir até mais tarde e odiava quando tinha que despertar cedo.
— Sim? — respondeu, fazendo um esforço para abrir os olhos. — Não é o seu papel me acordar, Ellen. Você é minha dama de companhia e tenho outras criadas para isso.
Sentou-se na cama ainda um pouco desnorteada e observou a dama de companhia abrir a janela. Sentiu o ar fresco da manhã entrar e isso foi o suficiente para que acordasse. Não deveria ser mais que nove horas e ela estava acostumada a acordar depois das dez.
— Eu sei, mas... Sua sala está cheia de flores, nunca vi tantas! — contou, empolgada, ajudando-a a se despir e entrar na banheira, já aquecida. — Vim pessoalmente acordá-la, já até preparei seu banho e mandei servirem seu desjejum. Tem flores de muitos pretendentes e acho que o príncipe comprou uma floricultura inteira.
— O príncipe? — indagou, entrando na água.
— Sim, ele parece bastante determinado a conquistá-la. Não é maravilhoso? — continuou Ellen, ensaboando sua cabeça. Todo o banho de Madelaine era feito com sabonete de lavanda.
— Você já sabe que eu tenho alguém, Ellen.
— Mas você precisa avaliar todas as suas opções! — Ellen quase gritou, o que assustou as duas. — Desculpe, nunca foi minha intenção ofendê-la, Srta. Hanworth.
Madelaine lançou um de seus melhores sorrisos enquanto lavava o rosto. Eram amigas de infância e nunca havia visto Ellen falar com ela assim. Era sua confidente mais próxima e certamente quem ela mais confiava na vida. Se matasse alguém e precisasse esconder o corpo, escolheria sua dama de companhia para ajudá-la.
— Não precisa se desculpar, fico feliz que você esteja conseguindo ser verdadeira comigo — confessou, fazendo Ellen sorrir. Quando ela sorria, quase não dava para ver seus olhos, que eram puxados devido a sua ascendência japonesa ou chinesa que puxara da mãe. Nunca haviam falado sobre isso, sobre a mãe dela. Era um assunto delicado.
