Four Years Later

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- NORA! NÓS VAMOS NOS ATRASAR SE VOCÊ NÃO DESCER AGORA MESMO! - A voz de Chloe soou no andar de cima, enquanto Nora colocava o brinco em frente ao espelho. Ela sorriu fraco, encarando seu reflexo no espelho. Seu cabelo perfeitamente arrumado e seu rosto delicadamente maquiado deveriam refletir a alegria de uma garota prestes a se formar, mas não era isso que ela conseguia sentir naquele momento.

Há quatro dias, seus pensamentos simplesmente não saíam de Gray. Durante esses quatro anos longe de São Francisco, ela afundou seus pensamentos nos estudos e em tudo o que pudesse tirá-lo de sua cabeça, mas tudo foi por água abaixo quando resolveu pensar no futuro, no que faria dali para frente. Ela já conseguia se ver no consultório, já ajudava muito no hospital universitário, a ponto do pai dizer que ela trabalhava mais do que outros dentistas, mas sentia como se ainda faltasse algo. Como se mesmo tão perto de receber seu diploma e mesmo com tantos elogios de seus professores e honras, ainda não estivesse preparada para o o que viria a seguir.

Como se algo lhe faltasse.

E ela sabia exatamente o que era. Sabia exatamente quem lhe faltava.

- NONO, É SÉRIO! PRECISAMOS IR! - Ela ouviu a amiga mais uma vez e estranhou que ela ainda não tivesse subido para lhe arrastar para o carro. Respirou fundo, pegou sua bolsa e desceu, encontrando o pai já na porta, enquanto Chloe estava no pé da escada. - Você está linda.

- Pare de tentar me bajular e vamos logo. - Nora deu um empurrãozinho na amiga, seguindo em direção ao carro com o pai.

- Sei que também vai dizer que estou tentando te bajular, mas concordo com a Chloe. Você está linda, filha. - George, que tinha mudado muito em todos esses anos de convivência, disse à filha com um brilho no olhar. Nora sabia que era orgulho.

- Obrigada papai. Agora vamos. Vocês ficaram gritando comigo que íamos nos atrasar e agora querem ficar admirando minha beleza. - A garota brincou, entrando no banco do carona, enquanto Chloe se acomodava atrás e o pai assumia o volante.

- E Sarah? - George perguntou, enquanto dava a partida.

- Já está no hotel. Mandei uma mensagem para ela, dizendo que estávamos saindo, e ela disse que nos encontra em frente ao Royce Hall. - O pai assentiu e Nora ligou o rádio, onde uma música antiga da Adele tocava.

Hello
It's me
I was wondering if after all these years
You'd like to meet
To go over
Everything
They say that time's supposed to heal ya
But I ain't done much healing

Ela simplesmente odiava essas músicas que simplesmente encaixavam-se à sua situação. Odiava Adele por ter uma música tão boa e, ao mesmo tempo, tão devastadora e real. Era como se ela estivesse em seu lugar, falando sobre seus sentimentos.

Hello
Can you hear me?
I'm in California dreaming about who we used to be
When we were younger
And free
I've forgotten how it felt before the world fell at our feet

- Essa mulher gosta de uma música depressiva, não é? Nossa, pra que isso tudo? Só falta a chuva e minha cabeça recostada na janela pra isso aqui virar filme melodramático. - Nora não conseguiu evitar o riso. - Troca de estação, Nono. De amargo já bastou o chocolate que eu comi. - Nora trocou a estação, ouvindo uma melodia harmoniosa no violão e a voz doce de Ed Sheeran, assim que parou. - Qual é, Nora. Tá de brincadeira comigo?

The Holiday SagaWhere stories live. Discover now