5- A reunião

45 8 5
                                    

Depois de alguns dias de escola eu finalmente recebi mais uma carta.

Esta chegou nas garras de uma coruja negra belíssima que me lembrou uma antiga amiga minha. A tal coruja pousou gentilmente na janela aberta e eu fui desamarrar a carta de sua pata.

Olá Daniel, eu escrevi para te dizer que todos já estão prontos. Eu vou te buscar amanhã, no mesmo horário da última vez. O encontro será em hogwarts no meu escritório.

Espero que esteja bem.
Alvo Percival Dumbledore.

- Mãe, pai, ele disse que eu tenho que ir amanhã, depois da escola. Eu suponho que só vai demorar um dia, mas talvez demore um mês ou mais, não se preocupe com isso que ele é bem confiável para esse tipo de coisa. Tudo bem eu faltar alguns meses de escola, não é?
- Acho que sim, filho. Vou mandar uma mensagem pra escola, eu tenho certeza que eles vão deixar se precisar, afinal você é o melhor aluno deles.
- Pelo amor de deus não falte por um mês, Daniel. Eu iria morrer de saudades.- disse minha mãe.
_____

Agora eu já preparei uma mala bem grande com roupas e objetos pessoais para o caso de demorar de mais, o que eu sinceramente espero que aconteça porque quanto mais tempo nós investirmos em libertar Sirius agora, menos tempo ele vai ficar em Azkaban.

Exatamente a uma da tarde a campainha tocou. Eu abri a porta e me deparei com Dumbledore.

- Como vai, Daniel?
Eu me despedi dos meus pais e nós dois saímos de casa.
- Acho que a maneira mais rápida seria aparatarmos até lá. É como se você desaparecesse e reaparecesse instantaneamente em outro local.
- Já ouvi falar.
- De primeira vez você pode ficar bem tonto e vomitar, então segure bem firme no meu braço.
- Está bem.
Durante alguns segundos eu não consegui respirar e senti como se estivesse sendo transportado na velocidade da luz por um cano invisível, cheio de cores borradas que eu mal consegui ver.

Quando eu estava quase precisando de mais ar, tudo parou de girar e eu me vi em um lugar bem diferente de Hogwarts, ouvindo sons da natureza na noite fria e tendo caído no chão sentindo pedra, areia, terra e grama, todos frios, tanto com as mãos apoiadas quanto com o meu corpo. Minha cabeça encheu de dúvidas e eu me preparei mentalmente para se eu precisasse escapar.
- Aonde estamos?
- Nenhum lugar que possa ser perigoso ou que alguém possa nos escutar.
- Você me raptou? É um impostor?
- Óbvio que não.- respondeu ele com a voz calma. - Eu só queria fazer algumas perguntas, pois não é comum uma criança de sete anos saber oclumência.
Eu gelei com essa afirmação.

- Do que você está falando? Eu não sei oclumência!
- Mesmo que não soubesse, há um monte de coisas que não deveria saber e você precisa me responder a verdade. Eu saberei se estiver mentindo.
- Você não deve saber isso, se achou que eu sei oclumência.
- Você estava mentindo.
- Mais uma prova que você não sabe, já que eu não menti.
Meus olhos estavam se acostumando ao escuro, então eu vi quando Dumbledore apontou sua varinha para mim e logo depois senti um feitiço ser lançado em mim. Isso pode ser estranho, mas percebi duas coisas: que era para eu não poder aparatar, e que de jeito nenhum isso ia me impedir de aparatar se eu quisesse, mas eu não quero aumentar mais ainda as suspeitas de um mago tão poderoso.

- Você é um comensal disfarçado?- perguntou ele com a voz mais assustadora que eu já ouvi em minhas duas vidas. A raiva que emanava dele era palpável e me assustou profundamente. Definitivamente, deixar Dumbledore bravo é uma péssima idéia.
- Não me mata!- gritei com a voz tremendo.
- Você ainda não me respondeu!- gritou ele avançando em mim. Ele me segurou pelo braço e aparatamos novamente. Eu quase desmaiei com a falta de ar e o medo juntos. Quando eu abri os olhos eu estava na beira de um precipício tão alto que eu não enxergava o fundo.
Foi uma péssima idéia olhar para baixo.

Se eu fosse Harry PotterWhere stories live. Discover now