14. Amanda

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Na manhã seguinte, assim que eu abro os olhos meu estômago se embrulha e eu corro para o banheiro. Sem dúvidas estou com alguma virose.

No mesmo segundo o Antônio está atrás de mim segurando os meus cabelos - enquanto eu tento tirá-lo dali o empurrando com uma mão - e deixo todo o conteúdo do meu estômago dentro do vaso.

Com a barriga doendo muito, me levanto, abaixo a tampa e me sento sobre ela. Me sinto fraca e tonta de repente. Fecho os olhos e respiro fundo.

- O que você está sentindo? - ele pergunta enquanto coloca uma das mãos na minha testa tentando medir minha temperatura.

- Sintomas de alguma virose - explico enquanto me levanto e vou até a pia escovar os dentes.

Ele escova os dentes na pia ao lado enquanto me observa. Termino e me deito novamente, meu corpo está muito cansado.

- Vou preparar um café pra gente - fala, saindo do quarto.

Eu estava cochilando quando sinto a cama afundar ao meu lado. Ele está sentando me observando, com uma enorme bandeja de café da manhã na sua frente.

Me sento e tomamos café em silêncio, quando terminamos, ele sai pra levar a Anna na escola. No mesmo instante meu estômago se contrai e eu corro de novo pro banheiro.

Volto pra cama e durmo.

- Ei meu amor, vai dormir o dia inteiro hoje? - ele me chama, enquanto faz um cafuné gostoso na minha cabeça.

- Que horas são? - pergunto sem querer abrir os olhos.

- Já são 13h32. Eu te deixei dormir depois que voltei, mas já tem muito tempo - ele explica - estou indo treinar, precisa de alguma coisa?

Balanço a cabeça negando, ele me enche de beijinhos e se vai.

Eu me levanto e vou até a cozinha, preparar meu almoço. Faço uma salada leve e como sentada na bancada.

Quando termino e fico de pé minha cabeça começa a girar sem parar, e eu rapidamente me sento no sofá. Quando a tontura passa eu me lembro de algo.

Não... não... não pode ser. É muito cedo!

Me sinto sem ar. Que aflição. E disposta a tirar a dúvida de uma vez por todas, vou até o quarto e troco de roupas. Pego minha carteira e celular e saio do prédio.

Ando até a farmácia, chegando lá pego três testes diferentes, um digital, um normal e um de tirinhas. Pago por tudo e volto pra casa.

Vou até o banheiro e faço xixi em um potinho, coloco a ponta dos três testes ali dentro, conto os segundos e depois os repouso sobre a bancada da pia.

Me sinto enjoada e tonta novamente, me agacho e vômito mais uma vez. Alguns minutos depois, estou deitada na chão do banheiro e com os pés cruzados sobre a privada.

Eu nem precisava olhar os testes pra saber o resultado. Fecho meus olhos e continuo ali deitada.

Minha nossa, estou morrendo de medo. Quando dou por mim, as lágrimas estão banhando meu rosto. Eu penso em Oli, na minha gravidez, em como foi tê-la, e inevitavelmente a tristeza me inunda.

Esse era o meu maior medo de ser mãe novamente. Não poder controlar e prever o que aconteceria.

Faço uma oração silenciosa enquanto choro, e antes que eu consiga me levantar do chão do banheiro, aonde estou deitada, o Antônio entra ali.

Os olhos dele paralisam no meu rosto ao notar a quantidade de lágrimas, depois desviam para a bancada e ele fica surpreso quando vê o que tem sobre ela.

DocShoe - Sempre suaWhere stories live. Discover now