2 ▪︎ Passado

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PASSADO

Louis

Katherine Jones, que ficaria conhecida alguns anos no futuro como Katherine Styles Jones, não era exatamente minha melhor amiga e nem tão pouco eu era o dela. Ela sempre confiou mais em Niall, como eu, e provavelmente sempre gostou mais dele também.

O que não era exatamente uma desculpa para toda a situação em que me meti. Afinal eu ainda gostava dela e me preocupava com ela, e ela aparentemente também gostava de mim o suficiente, afinal eu fui padrinho de seu casamento.

No entanto eu ainda não sentia exatamente remorso por ter me envolvido com Harry.

O que eu poderia fazer? Ela praticamente me jogou nos braços dele, como se o fio vermelho que nos ligava já não estivesse praticamente gritando me puxando em direção a ele.

A questão era: todos nós temos um fio do amor, como minha mãe apelidou, amarrado aos dedos mindinhos, e todos temos alguém na outra ponta que está destinado a nos amar.

Só que isso não quer necessariamente dizer que vamos encontrar essa pessoa e ficar com ela facilmente.

O destino gosta de brincar com nossas vidas, provavelmente por isso que ele amarra essa droga de fio na gente, afinal qual é a probabilidade de alguém encontrar entre sete bilhões de pessoas exatamente aquela que está destinado a amar?

Há quem imagine que sou um sortudo por ter encontrado a única pessoa no mundo que pode me fazer feliz de verdade.

Mas eu? Eu acho que sou um azarado do caralho. Porque dentre todas as combinações possíveis eu fui atado à pessoa mais incrível que eu poderia conhecer no universo, a única irresistível o suficiente para me fazer aceitar essa situação ridícula de ser amante. E de todas as pessoas com quem ele poderia ser casado tinha que ser justo com ela, a única pessoa que pode amar quem quiser, a única pessoa que nunca vai achar alguém que a faça mais feliz que ele, a única que não tem a porra de um fio amarrado ao dedo controlando seus sentimentos.

Aconteceu há tanto tempo, mas eu lembro o exato momento em que o fio desamarrou lentamente de seu dedo e escorregou até o chão, começando a evaporar logo em seguida, uma fumaça vermelha fininha que foi levada pelo vento desaparecendo junto do possível amor da vida dela.

Estávamos sentados na grama a uma meia hora desde que saímos do colégio, Niall tentava infernizar as crianças menores no parquinho correndo atrás delas que gritavam e fingiam espanto quando na verdade estavam adorando a palhaçada dele.

- Me fala a verdade - começou Katherine - é o Niall não é? A pessoa do outro lado do meu fio. - ela disse brincalhona.

- Por que você acha que eu seria cruel o suficiente pra esconder uma informação tão importante assim de vocês? - respondi sorrindo, desviando o olhar do bobo do Niall para a Kate que sorria indignada.

- Porque você quer que vivamos a experiência de se apaixonar de verdade, sem parecer uma obrigação. - ela constatou convicta.

- hm, não. - falei franzindo o cenho e rindo em seguida.

- Então quem é? - ela perguntou, fazendo beicinho.

- Já disse que não sei Kate!

- Então como sabe que ele está perto? - indagou arqueando as sobrancelhas.

- Já disse, eles se esticam quando as pessoas que se amam estão perto. - falei pelo que seria a enésima vez naquela tarde.

- E como você não sabe quem é se estamos perto?

Red DestinationWhere stories live. Discover now