7 ▪︎ Futuro

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FUTURO

Louis

Quando a campainha tocou na manhã seguinte eu sabia que era Harry, na verdade eu esperava que fosse ele.

Eu estava sem ânimo para encontrar qualquer outra pessoa, mas queria vê-lo, queria que ele me desse alguma explicação.

Não consegui evitar passar uma mão pelos cabelos para arrumá-los enquanto ia até a porta.

"Eu sou tão trouxa!"

É claro que quando eu acordei toda a raiva que eu tinha sentido na noite anterior havia desaparecido, eu ainda estava magoado, mas não irritado.

Pus a culpa do meu pequeno "ataque" no vinho. Eu não teria ficado tão irritado se não tivesse bebido e provavelmente também não teria acordado com dor de cabeça.

A dor de cabeça passou depois de um remédio e uma xícara de chá, mas sem ela minha mente ficou livre para divagar sobre todos os problemas, frustrações, medos e segredos que a rondam, e uma dor, bem literal e esquisita, invadiu meu peito.

Então quando a campainha tocou eu pedi internamente que fosse Harry para que eu pudesse parar de me torturar pensando nas coisas que fiz e nas que ainda quero fazer, e para que eu pudesse me focar em outra coisa que não fosse o incomodo que eu sentia no peito.

Respirei fundo antes de abrir a porta, eu não estar mais irritado não significava que eu pularia nos braços dele, feliz da vida só por quê ele apareceu.

Eu esperava encontrá-lo com a maior cara de coitadinho arrependido com um sorriso cinico e gigante no rosto mas quando abri a porta seu semblante mostrava exatamente o contrário.

Seu rosto estava um pouco inchado como se ele tivesse chorado e ele tinha olheiras como se não tivesse dormido nada.

Me controlei para não avançar sobre ele, tocar seu rosto com carinho e perguntar o que houve, se ele estava bem, se estava sentindo dor.

Quando ele me viu deu um fraco sorriso e apertou um pacotinho peludo que tinha nos braços.

Espera, o quê?

- Isso é um cachorro? - perguntei confuso, embora fosse claramente um cachorro.

- Surpresa! - ele respondeu baixo, levantando o filhote nos braços e oferecendo para mim.

Arqueei as sobrancelhas e cruzei os braços, fazendo o sorriso de Harry sumir do rosto enquanto ele abraçava o filhote de novo.

- Eu posso entrar?

- Por que você simplesmente não abriu a porta e entrou já que tem a chave?

- Queria te surpreender - ele explicou, mostrando o cachorro de novo.

- Você me surpreendeu ontem a noite quando me deixou esperando.

- Eu sinto muito por isso. - ele disse devagar encarando o chão, e fungando logo em seguida.

- Você está bem?

Ele assentiu e me encarou outra vez, o filhote em seus braços ganiu baixinho fazendo Harry sorrir e afagar o pêlo aparentemente macio.

Abri mais a porta para que ele entrasse e ele deu um sorriso fraco se abaixando para pegar uma cestinha acolchoada e pondo o filhote, que parecia estar drogado, dentro.

Assim que eu fechei a porta fui surpreendido pelos braços de Harry que me viraram e me prenderam contra a madeira.

Não tive tempo para protestar pois ele já estava colando seus lábios nos meus me calando, e quando eu vi já estava correspondendo.

Red DestinationWhere stories live. Discover now