Red Destination

15 ▪︎ Presente

PRESENTE

Harry

Eu estava feliz.

Eu achava que estava pelo menos.

No primeiro ano eu tentei não pensar em Louis.

Eu não estava apaixonado por ele, era mais do que isso, eu o amava.

Mas eu estava conformado.

Quase todo mundo tem um amor secreto por algo ou alguém que não pode ter.

Um pequeno segredo, guardado no fundo da alma.

Louis era o meu.

E eu tentava me convencer todos os dias que não era algo errado.

Amá-lo tanto assim.

Ficou mais fácil quando ele se afastou, foi aos poucos mas eu percebi.

Eu percebia tudo sobre ele.

Ligações semanais se tornaram mensais, até que foram substituidas por mensagens, cada vez mais curtas.

Ela sentia falta dele, e eu mais ainda.

E eu tentava não demonstrar, eu entendia por quê ele queria distância de mim.

O idiota que se apaixonou.

Então eu ocupava minha mente com Katherine.

Cuidar dela havia se tornado uma válvula de escape.

E viver o casamento era uma distração.

Então o segundo ano foi mais fácil, e quanto mais o tempo passava mais eu dizia para mim mesmo que sim, eu podia viver sem ele.

Mesmo que algo dentro de mim estremecesse sempre que nos encontrávamos, eu podia controlar aquilo.

- Você não quer mesmo ir comigo? - Katherine perguntou pelo que seria a enésima vez.

- Eu já disse - respondi rindo - vou quando as aulas acabarem.

- Mas é minha viagem de formatura amor.

- Exatamente, você tem que ir com seus colegas de classe, não com seu marido rabugento.

- Mas você não foi na sua...

- Kate não vamos falar sobre isso de novo okay? Seu voo é daqui duas horas e eu não posso viajar agora, fim de papo.

- Mas eu vou sentir sua falta. - ela insistiu.

- Que mentira, eu sei que você está louca para se livrar de mim. - retruquei rindo.

Katherine revirou os olhos e jogou a peça de roupa que estava segurando em mim.

- Mas sério você vai ficar bem sozinho?

- Katherine, eu vou ficar ótimo já disse.

Ela terminou de fechar a mala e deu a volta na cama para vir até mim.

- Você tem certeza? - perguntou séria.

- Se você continuar com essa conversa nós vamos perder a festa - eu disse olhando para o relógio.

- Ah meu Deus - ela disse animada - é verdade.

E logo esqueceu do assunto, nós havíamos discutido isso pelo menos trinta vezes nos últimos dois meses, e havíamos nos despedido pelo menos o dobro de vezes, o que eu desconfiava que era simplesmente desculpa para ter mais sexo.

A questão era que nós nunca fomos de tipo que fodem loucamente pela casa toda depois de casar desde que a medicação dela inibia esse tipo de desejo, mas ela havia mudado o tratamento e parecia convencida a recuperar o tempo perdido, ou antecipar pelo tempo que ficariamos sem nos ver.