14 ▪︎ Presente

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PRESENTE

Louis

Ele não se afastou de mim quando Niall abriu a porta de uma vez, ele se afastou quando se virou e viu que o mesmo transbordava preocupação.

Mas ele não foi para longe, ele só saiu do armário me puxando junto até Niall dizer "Ela se sentiu mal", e aí foi que ele foi para longe, quase correndo fazendo a algema de plástico que prendia nossos pulsos me machucar.

Eu soltei um grito de dor, e ele se virou para me encarar como se tivesse percebido só naquele instante que era eu atado a ele.

Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, parecia totalmente arrependido me fazendo sentir pequeno e sujo.

Então Niall se aproximou e eu desviei do olhar quente dele que de repente estava me fazendo sentir mal. Ele tinha um alicate nas mãos e com um clic quebrou a algema liberando nossos pulsos.

"Ela quer falar com você" foi tudo que ele disse, encarando o chão, respirando com dificuldade.

E só quando ele disse isso eu associei o "ela quer falar com você" ao "ela se sentiu mal".

Então eu só assenti preocupado e passei por ele indo em direção as escadas, mas Harry segurou meu pulso e me fez olhar para ele.

Ele disse "espera" e "eu preciso te explicar" mas eu só me afastei, por quê eu não precisava ouvir nada.

Eu entendia tudo.

O rosto dele me dizia tudo.

Culpa.

Arrependimento.

E eu me virei e saí andando, tentando controlar meus batimentos acelerados.

Meus lábios formigavam e eu sentia o gosto dele na minha língua, seu cheiro estava impregnado em mim e eu queria me livrar dele por quê estava me queimando.

Ela estava sentada no sofá, segurava um copo com água e encara as próprias mãos.

Não.

O anel, ela olhava para o anel no dedo dela.

Quando ela disse que precisava conversar comigo, todos assentiram e saíram.

Menos ele.

Ele foi até ela.

Se ajoelhou na frente dela e perguntou se estava bem.

Ela sorriu e disse que sim.

"Calor" foi onde ela pôs a culpa.

Mas naquele momento eu entendi que era mais do que isso.

Ela levou uma mão ao seu rosto e passou os dedos devagar por seus lábios, e eu queria que aquilo não tivesse doído, mas doeu.

E ela sorria, mas eu sabia que não era um sorriso sincero, eu a conhecia bem demais para perceber um sorriso falso.

Quando ele voltou o olhar na minha direção engoliu em seco, ele estava apreensivo mas arqueava as sobrancelhas de leve como se perguntasse "tudo vai dar certo?".

Eu não podia corresponder, eu não conseguia.

E quando eu desviei o olhar para ela, ela ainda o encarava com os dedos em seus lábios.

"Você também" foi tudo que ela disse.

Ele pareceu receoso, queria discordar, e eu tenho certeza que olhou para mim querendo saber o que eu achava, mas eu estava ocupado demais encarando o chão.

Ele levantou, veio em minha direção e apertou meu ombro me fazendo olhar para ele.

Dor.

Parecia que ele sentia dor.

Red DestinationWhere stories live. Discover now