Capítulo 3

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Stefan

Alexia Menezes. Esse é o nome dela.

Foi isso o que Teresa disse minutos atrás quando cheguei ao campus, logo depois de sair da empresa: "Sua monitora não pôde vir hoje. A única que sobrou dessa matéria é Alexia Rodrigues Menezes, mas ela é do terceiro período. Não tem como dar monitoria para um aluno do quinto.".

É claro que ela reconsiderou essa ideia depois de alguma insistência, então ali estava eu, escutando uma música qualquer no último volume pelo fone de ouvido, prestes a admitir que precisava da ajuda da garota que estragou a festa na noite anterior.

Maravilha!

Por um segundo, considerei sair pela porta em que havia entrado, mas não levei essa ideia adiante. Não que eu fosse burro ou algo assim, mas estudar sozinho não era minha praia. Nessas horas, eu me pegava até contando os azulejos do meu quarto, tirando o fato de que eu tinha uma última prova antes das férias e se eu não fosse bem nela, poderia facilmente ficar em dependência e, sinceramente, essa ideia não me agradava nem um pouco.

Tirei os fones do ouvido quando vi a garota na frente dela se levantar e sair, mas antes de fazer meu caminho até sua mesa, a observei organizar os materiais recém-usados e abrir um novo livro que me parecia um tanto familiar. Ela folheou algumas páginas e enrugou o nariz numa careta que por pouco não me fez rir.

Respirei fundo e caminhei até sua mesa.

Vamos lá, Stefan. Você pode lidar com isso.

Alexia tinha o cabelo escuro preso de maneira desleixada em um coque e usava uma roupa casual que não se parecia em nada com o pijama com o qual a vi tarde da noite passada. Certo, eu não seria hipócrita: ela é linda, mesmo usando tanta roupa.

Quando levantou os olhos para mim, sua surpresa foi perceptível. É claro que não esperava me ver, pelo menos não tão cedo.

- Ora, ora, se não é a Marrentinha Destruidora de Festas... - Eu disse com meu melhor sorriso, tentando não demonstrar o quanto estava em desvantagem por precisar dela.

A garota vacilou por um segundo antes de se levantar bruscamente.

- Você só pode estar brincando se acha que eu vou te dar monitoria.

- Bem, dizem por aí que alunos bolsistas monitores são meio que... obrigados a dar monitoria a quem precisa. - Respondi casualmente me sentando na cadeira à frente da sua mesa e ergui uma sobrancelha, incentivando-a a se sentar também.

- Você se lembra de que foi você quem aumentou o volume do som quando eu pedi educadamente para que abaixasse porque eu tinha que estudar? - Seu humor parecia variar entre extremamente irritada e extremamente inconformada enquanto eu tirava meus materiais da mochila.

- Sim. E foi você quem chamou a polícia dois minutos depois. Por onde a gente começa?

- Você se acha o bonzão, né? Já que é assim tão espetacular, por que precisa da minha ajuda?

Olhei para ela e sorri. Sorte a minha que eu sabia pensar rápido.

- Estou aqui te fazendo um favor, meu anjo. Aposto que há muito tempo você estava querendo um momento a sós comigo.

Seu queixo caiu como se ela não acreditasse no que havia acabado de escutar. Em seguida, balançou a cabeça e começou a recolher seus livros.

- Quer saber? Eu não sou paga para aturar tipos de pessoas como você.

- Pare de se fazer de difícil, garota. Você sabe que estará em maus lençóis se for embora agora.

- Eu não sou obrigada a ajudar você, playboyzinho dono do mundo! Contrate um professor particular e torça para que ele te ature.

O preço da Felicidade // DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now