Capítulo 5

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Stefan

Acordei sentindo minha bochecha queimando e minha cabeça latejando, com a estranha sensação de que o sol estava bem acima de mim.

Não, espera... o sol está bem acima de mim! Puta que pariu, eu dormi na praia!

Levantei-me cambaleando, sentindo a ressaca da noite anterior me pegar desprevenido. Que inferno. O pirralho do meu novo irmão chega hoje.

Ainda sobraram duas latas de cerveja no fardo, mas eu as ignorei e caminhei com dificuldade até meu carro. Sorte a minha que a chave ainda estava no meu bolso e meu celular no porta-objeto, o que indicava que eu não fora assaltado.

Acho que demorei mais que o normal para chegar em casa e provavelmente minha aparência não estava muito apresentável, considerando a reação de Nanda.

- Por Deus, Stefan! Por onde você andou?!

- Acho que estou morrendo. Faz um remédio qualquer para mim, Nanda. Não, melhor... prepare meu banho. Eu preciso de um.

- Precisa que eu chame o Arthur para te levar para cima?

Eu ri.

- Ainda não estou inválido, amor.

Eu devo ter levado quase duas horas na banheira e, quando finalmente saí do banheiro com uma toalha envolta em minha cintura, encontrei Nanda no meu quarto.

- Seu irmão e seus pais estão te esperando lá embaixo.

Revirei os olhos.

- Até você? Ele não é meu irmão. - Entrei no closet.

- Ele é um garoto incrível, tenho certeza de que vai gostar dele.

- Se ele ficar na dele e não falar comigo, acho que vamos nos dar bem.

Ouvi Nanda suspirar enquanto eu vestia uma camisa e uma bermuda.

- Ele está louco para te conhecer.

- Ah, eu também! Estou superanimado! - Saí do closet e joguei minha toalha para ela. - Vamos descer.

- Não assuste ele, Stefan!

Eu desci sozinho sem prestar muita atenção ao que Nanda disse. Não esperei mesmo que ela fosse me acompanhar.

Encontrei minha mãe e meu pai no quintal, de costas para mim. Na frente deles, um garoto com metade da minha altura me olhou e abriu um sorriso, então eles se viraram. Minha mãe estava sorrindo, mas quando seus olhos me encontraram, sua expressão ficou alarmada. Eu sorri para ela transmitindo confiança enquanto caminhava até eles, e ela pareceu acreditar, porque sorriu de volta.

Inclinei-me para ficar da mesma altura que meu novo irmão e o observei por um momento. Olhos castanhos, pele morena, cabelo comprido que ele definitivamente precisa cortar... bem, eu não o apresentaria para os meus amigos como meu irmão. De fato, não o apresentaria a ninguém.

Seu sorriso vacilou.

- Qual é o seu nome? - perguntei.

- Thomas.

- Quantos anos você tem, Thomas?

- Oito.

Levantei-me.

- Beleza, é o seguinte... minhas regras são simples. - Levantei três dedos conforme dizia: - Não entre no meu quarto, não entre no meu carro e não mexa nas minhas coisas. Acha que pode fazer isso?

- Stefan... - Minha mãe disse como um aviso oculto.

- P-posso - Thomas respondeu sem nenhuma sombra de sorriso mais.

O preço da Felicidade // DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now