Pais

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Conheci Ed Sheeran, sem querer, numa das visitas que fui fazer à casa do moreno.

Havia descoberto que o quarto dos bebês possuía algum efeito calmante sobre mim e sempre que meus hormônios estavam muito próximos de me fazer explodir, eu ia para lá, principalmente quando o próprio Harry não estava. Não queria parecer tão dependente e agora que possuía a chave da casa dele, também não precisava dar desculpas para ir até lá nos momentos em que o Styles estava trabalhando.

Contudo, acabei descobrindo que eu não era o único com essas regalias, quando ao abrir a porta, dei de cara com um homem sentado no sofá da sala de Harry.

Ele estava jogado no estofado como se fizesse aquilo há séculos, com uma garrafinha se Coca-Cola nas mãos de dedos longos. Pessoalmente, Ed era ainda mais pálido do que na foto, com uma pele tão alva que deixava as veias de seu braço formando um mapa azulado e singular.

Assim que me viu, ele tirou os cabelos ruivos da face, sentando-se melhor; mas para falar a verdade, a única coisa em que eu consegui reparar foi em como seus movimentos eram estupidamente aristocráticos. Não era forçado, simplesmente acontecia. Ele se movia e TÃ-DÃ, era como ver alguém da realeza te encarando.

Seu olhar era felino e o sorriso bonito que ele abriu mostrou dentinhos regulares que, caralho, me fizeram querer sair correndo dali, porque o homem era lindo. Não lindo de uma maneira habitual, porque ele tinha defeitos (como o estrabismo), mas de uma forma diferente e única dele. A situação piorou muito quando ele se levantou e mostrou que tinha uma série de tatuagens marcando todo o corpo.

Eu realmente gostava de tatuagens.

Como se não fosse ruim o suficiente me sentir algo muito parecido com um ornitorrinco perto de toda aquela beleza.

 “Louis Tomlinson, certo?” Ele perguntou e eu quis me enfiar num buraco, junto com a minha barriga enorme e minha testa grande.

Era oficial, eu odiava o mundo de perfeição. Harry Styles.

E estava querendo me matar por ter ciúmes daquele homem, que parecia um modelo de capa de revista hipster e também possuía as chaves da casa do pai dos meus filhos.

“Sim, sou eu... E você é...?” Fiz de conta que nunca havia falado sobre o tal.

“Ed Sheeran, melhor amigo de Harry. Estava me perguntando quando iríamos nos conhecer, mas achei que na ocasião, o Hazza estaria presente.” Hazza... Hazza... HAZZA! Céus, eu queria socar aquela boca impecável só por ouvi-lo proferir aquele apelido ridículo! Quem, com mais de cinco anos de idade, ainda aceitava ser chamado de Hazza?

“Ele... Me deu a chave e eu...”

“Ei, não precisa se explicar!” Ed riu, colocando a garrafa em cima da mesa de centro, com aquele sorriso que poderia facilmente substituir o Sol como fornecedor de luz vida para o muno. “Ele te deu as chaves, você está grávido dele... Sério, não precisa mesmo se explicar. Vem, vou preparar um café da tarde pra gente; o Hazza falou que chega em quinze minutos.” Ed começou a andar para a cozinha do pai dos meus filhos como se a casa fosse dele e aquilo me irritava. Principalmente por eu saber que me sentia inferior a ele e toda sua aristocracia natural. “Fiquei sabendo que ele te convidou pra morar com ele. Você aceitou?”

“Eu... Ahm... Eu não respondi ainda, porque... Não estou certo sobre isso...”

“Não está certo sobre o quê, exatamente?” Ele indagou, verificando um bolo que estava assando no forno. Pelo jeito ele estava ali há algum tempo. “Sabe, Harry é uma pessoa muito importante pra mim. Além de alguém que faz sucesso com absolutamente qualquer um que tenha bom senso e ele gosta de você.” Apesar de tudo, o tom dele não era acusatório enquanto pegava frios e pães nos armários e colocava o leite para esquentar. Eu não fazia ideia de onde ficava nada na casa de Harry. “Não sei se você merece ou não os sentimentos dele porque acabei de te conhecer, mas eu não gosto de pessoas indecisas, Louis. Ou você fica com ele, ou desiste. Por favor, não fique iludindo meu amigo, ou eu vou ficar bem bravo.”

ImprovávelWhere stories live. Discover now