Prólogo

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Seu olhar ia do relógio de pulso para o portão de desembarque repetidas vezes, pois já estava impaciente. Tinha sido informado que o voo dela iria atrasar, mas havia se passado duas horas do horário programado, e ele já não aguentava mais esperar.

Ouviu o número do voo ser anunciado, finalmente ela tinha chegado, o que o fez respirar aliviado e feliz por acabar aquela espera.

Minutos depois, viu satisfeito ela apontar entre a multidão, com passos largos e firmes, vestida com uma calça jeans apertada e uma jaqueta leve e da mesma cor, o cabelo balançava em um rabo de cavalo alto e bem amarrado. Seu andar denotava a mulher madura e forte na qual ela havia se transformado, bem diferente de quando ele a conheceu. Pensou então que, talvez, ela tenha sido a maior vítima do Ceifador, afinal, foram anos sendo enganada, e para se ver livre dele, teve que se livrar primeiro daquilo que mais amava, a pequena Danna.

— Giovani, como está? — Donna cumprimentou ao se aproximar, dando-lhe um beijo no rosto após soltar a mala no chão.

— Feliz por te ver depois de tantos meses, e você, como foi de viagem? — indagou ele sorrindo.

— Não foi boa! — Suspirou. — Mas como poderia ser, é o país mais pobre da África, e você sabe bem porque viajei! Te conto tudo depois...

— Sim, eu sei, lamento não poder ter te acompanhado.

— Sabe que eu não podia esperar você...

— Eu sei, não podia esperar eu sair da prisão, eu entendo, não podemos mesmo perder tempo! — declarou. — Mas como vê, a advogada que você contratou fez um bom trabalho, obrigado!

— Não precisa me agradecer, sabemos que aquele não era o seu lugar!

— Não, não era, era o lugar dele — disse serrando os dentes. — Apesar de que o prefiro morto!

Donna abaixou a cabeça sem saber o que dizer.

— Desculpe, Donna, eu sei que ele é o pai da sua filha e...

— Tudo bem, Giovani, eu te entendo, de verdade! E quanto a minha filha, o que sabe dela?

— Fiz o que você pediu logo que saí da... daquele lugar, ela está sendo bem cuidada! — contou ele.

— Não tenho dúvidas sobre isso! E obrigada — falou sorrindo.

— Por nada — sorriu, ficando sério em seguida. — Donna, sei que essa não é a hora, você acabou de chegar e está cansa...

— Fale logo, qual o problema?

— Na verdade, são problemas, e eu diria, problemões!

— Vá direto ao ponto, Giovani — pediu ela, preocupada.

— Olhe — falou estendendo a mão, na qual trazia um jornal amassado, visto que o segurava há horas.

Donna aceitou o jornal e leu a manchete, atônita.

— Meu Deus, tantos crimes assim e em tão pouco tempo! Ele mal voltou de Chade e...

— Sim, a polícia o está chamando de besta sedenta e ele não está mais só extraindo os fetos, está torturando as suas vítimas!

— Ele está pior do que antes... — observou ela, estupefata.

— E algumas dessas mulheres que ele matou são parentes ou conhecidas da polícia que trabalha com o departamento de homicídios — complementou ele.

— Do departamento do Christopher — constatou boquiaberta. — Vincent está confrontando a polícia toda ou apenas o detetive?

— Não sei. — Giovani balançou a cabeça em um gesto negativo. — E tem outra coisa — falou sem saber como prosseguir.

— O quê? Pela sua cara, imagino que... — observou ela.

— Sua amiga está grávida! — ele respondeu.

— Meu Deus, a Olívia! — constatou horrorizada.

O Ceifador de Anjos: A Última CeifaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt