Capítulo 1.1

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Donna estava sentada desconfortavelmente na sala, acompanhada pela advogada que contratara para a defesa de Giovani, as mãos que mantinha sobre a mesa e a sua expressão séria não denunciava o seu nervosismo.

A advogada, uma morena bonita de aproximadamente quarenta anos, estava concentrada em suas anotações, quando ouviram falas vindo da porta, que se abriu, revelando Giovani ainda algemado, acompanhado por um agente penitenciário.

— Doutora Alba! Donna!? — falou surpreso.

— Pode tirar as algemas dele, por favor! — pediu a advogada arrumando seus óculos, ao que o funcionário obedeceu.

— Sente aqui — mandou o agente, forçando o ombro de Giovani para fazê-lo obedecer, enquanto o advogado não tirou os olhos de Donna, que também o encarava sem expressar qualquer emoção. — Tem um policial lá fora, ele irá entrar se for preciso! — avisou olhando para as duas mulheres, enquanto seguiu para a porta.

— Não será! — respondeu a advogada com firmeza, antes que a porta se fechasse, deixando os três sozinhos na pequena sala, onde não havia nada mais que uma mesa com cadeiras.

— Doutora, o que está acontecendo? — indagou olhando para a advogada. — Donna, o que faz aqui? Por que vocês estão...

— Vou deixar vocês conversarem sozinhos — declarou olhando-os — Giovani, peço que não se altere, ou ela terá que sair, para nossa sorte, o diretor daqui é meu amigo, consegui com ele essa rápida reunião, dando minha palavra de que você não é perigoso, e como está prestes a sair, ele deixou, mas por favor não abuse da boa vontade dele — esclareceu. — Donna, estarei do lado de fora também, se precisar que eu entre...

— Sim, Alba, pode ir, muito obrigada! — respondeu a outra, enquanto Giovani ficava cada vez mais confuso.

— Oi, Giovani — cumprimentou após a porta se fechar.

— Donna, não estou entendendo nada, o que está fazendo aqui? Por que minha advogada está te acompanhando? E o que quer comigo? — questionou curioso.

— Estou aqui porque precisamos conversar!

— Donna, eu sei que para você é difícil acreditar, mas eu não matei a Ade! — interrompeu. — Eu vou ser inocentado, a doutora Alba conseguiu provas que...

— Eu sei, Giovani!

— Como sabe? — perguntou surpreso.

— Eu contratei a Alba para te tirar daqui!

— Você!? M-mas, por quê?

— Vou te contar, Giovani, vou te contar tudo, o que tenho para falar não é nada fácil para mim!

— Estou ouvindo, Donna. Me conte, quero saber porque está me ajudando!

— Primeiro, porque sei que é inocente e...

— Mas como pode saber? Você...

— Sim, eu sei quem é o Ceifador! — declarou firme.

— Quem? — perguntou com um misto de curiosidade e raiva.

— Vincent!

— O quê!? — falou incrédulo.

— Meu... ex-marido é o Ceifador de Anjos, Giovani!

— O Vincent? Ex-marido? O que isso tudo significa? O que está acontecendo, Donna? — indagou perplexo e confuso.

— Sim, o Vincent, meu ex-marido! — Suspirou.

— Como tem tanta certeza? — perguntou ainda perplexo.

— Eu encontrei os frascos com os fetos, os gêmeos da Ade e... todos eles, estavam no porão de casa — contou.

O Ceifador de Anjos: A Última CeifaWhere stories live. Discover now