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A neve caía do lado de fora e Alice aos poucos terminava a arrumação da casa para o natal mesmo sem a ajuda dos pais. Sempre fazia isso com a ajuda de Marian, mas aquele ano não teria a amiga.

Montou uma árvore de natal de 2 metros de altura, colocou luzes pisca-pisca na varanda enorme da residência; alguns enfeites espalhados pela sala e aprontou-se para receber a família da mãe.

Os primos logo chegaram, mas a ruiva simplesmente não conseguia se animar como sempre.

A mãe resolveu trocar presentes, e assim Alice lembrou-se que não tinha comprado nada devido a semana cheia. Acabou ganhando da mãe uma touca de bichinho própria para o frio que fazia; e do pai ganhou um colar de psicologia.

Antes da meia-noite, a mãe fez uma reza como em todos os anos e quando ouviram os fogos, deram início a ceia.

— Você parece meio quieta — Niköla, primo da ruiva, comentou colocando mais um pedaço de carne no prato.

— Ah, a semana foi cheia. Arrumei aqui sozinha, estou muito cansada — sorriu sem graça, voltando a fazer seu prato.

— Você ia ficar na Alemanha até abril, não era? — ele perguntou ainda curioso.

— Acabei com imprevistos, e não deu certo — deu de ombros, sorrindo sem mostrar os dentes.

— Entendi — o primo pegou garfos tanto para ele quanto para ela. — Eu vi algumas notícias, você estava namorando com Marco Reus, né?

— Sim, estávamos namorando.

— E foi legal trabalhar no Borussia? — ele perguntou animado, e a menina agradeceu por não questionar sobre o namoro. — Melhor do que no Zenit?

— Foi uma experiência incrível — Alice sorriu, lembrando-se dos dias de trabalho. — O Zenit é maravilhoso, mas eu não tenho tanta amizade igual fiz no Borussia. Os caras lá me acolheram como uma amiga e não como uma simples psicóloga. Meu único trabalho mais sério foi com Marco e alguns outros jogadores, mas nada sério demais. Íamos em festas demais, saíamos demais... Corri de levas de fãs, então foi incrível.

— Nossa, que maneiro — o primo sorriu. — Você pretende voltar?

— Não — ela balançou a cabeça. — Acredito que minha vida é aqui em Moscou mesmo, não tem volta para Alemanha. Acho que 7 meses foi o suficiente para tudo.

— E a única coisa que eu posso fazer, é desejar sorte, prima — Niköla sorriu, começando a comer.

Após o jantar, Alice sentou-se em uma das poltronas e pegou o celular. Mexeu um pouco no instagram, mas acabou se arrependendo devido a chuva de fotos de jogadores que tomava sua timeline.

Auba tinha postado uma foto beijando Marian embaixo de um visco natalino; Götze postou uma tomando champanhe com Kim; Schurrle declarava seu amor em uma foto com a sua garota; Bartra também tinha postado foto com a filha e a namorada e depois tinha compartilhado com Burki e Raisa, a namorada que ele tanto falou nos últimos dias que Alice esteve na Alemanha.

Rolou novamente a timeline, até ver a foto dele. Marco estava de camisa branca, com as mangas arregaçadas, calça social e colete cinza. Usava uma gravata slim vinho e tinha na cabeça, um gorro do papai-noel. Ao seu colo, estava Nico e todo o resto da família no sofá. Todos sorridentes.

A garota sorriu involuntária, ficando por alguns minutos ainda naquela foto. Tudo parecia tão bem, tão normal, mas dentro de si, estava uma tempestade grande; um completo furacão, que ela nem sabia como iria enfrentar aquilo.

Já fazia mais de um mês.

Olhou no relógio, e marcava 1:59am. Entrou no Whatsapp, e sem pensar duas vezes, digitou uma mensagem.

IMPEDIMENTO [COMPLETA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora