Epílogo | As circunstâncias me tornaram melhor

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— Sim — respondi com o que provavelmente era meu sorriso mais largo em toda a vida, os olhos brilhando de desejo. — Eu me caso com você, Trevor.

Ele arregalou os olhos.

— É sério?! — indagou, a dúvida ainda detectável.

Como resposta — encantado com forma com a qual seu olhar estava surpreso comigo de um jeito extremamente fofo —, o abracei. Ele apertou-me mais em seus braços e descansou o nariz no meu ombro, tão energético quanto eu. Nada nesse momento poderia me deixar triste.

— Como eu poderia não aceitar, meu amor?

Ele relaxou o corpo sobre o meu e afagou minhas costas, igualando seu gesto a de um urso enorme, quente e macio.

— Eu te amo — sussurrei enquanto brincava com seu cabelo. — Te amo daqui até a STYLE. E eu quero ter meu futuro ao seu lado, e, se isso não for possível, então eu não terei um futuro feliz. Você é o meu tudo; você é a minha vida. Eu respiro você e não sei o que me aconteceria se um dia voltássemos a nos separar. — Separei-me dele, olhei para baixo, exatamente nas nossas mãos, beijei os nós de seus dedos e sorri. — Obrigado por tudo. Por ter sido esse homem maravilhoso para mim e abrir meus olhos a coisas as quais eu não queria ver, coisas que me fariam bem. Eu te amo.

Com um beijo, senti toda a energia do universo me dominando, como se tudo estivesse envolvido nos gestos: línguas entrelaçadas, toques, respirações aceleradas e sorrisos que ameaçavam rasgar os lábios. Eu estava alegre demais, e sentia minhas veias queimando positivamente, mesmo que o frio em Paris estivesse forte. Casamento... Caralho! Ele havia planejado isso há tanto tempo assim? Como pode?

Ainda chocado, desci meu olhar para meu dedo anular acima da grade da ponte, contemplando a beleza do anel brilhante. Ele continha uma pedra de diamante meio circular, que estava preso por quatro sustentações pequenas de ouro, o que o deixava lindo, delicado e esbelto. Não pude evitar parar de encará-lo por um longo tempo. Só depois, com muito esforço, ergui meus olhos para algo tão iluminado quanto: as íris cristalinas de Trevor.

— Você gostou? — perguntou, as bochechas parcialmente coradas.

Balancei a cabeça em afirmação, admirado por ele ainda ter me perguntado uma coisa dessas. Caramba, meus amigos vão surtar!

— Mesmo que fosse de plástico, daqueles que as crianças ganham em aniversários, seria maravilhoso — afirmei, segurando seu rosto novamente e beijando-o várias vezes. — Você é tudo o que alguém poderia querer.

Ele curvou o lábio para o canto.

— Só me contento em satisfazer você — falou, rodeando minha cintura com suas mãos. — O resto vem em segundo.

— Seus pais já sabem?

— Com certeza. E super apoiaram. Minha mãe até chorou quando contei o que eu estava planejando.

Relaxei meus ombros após ouvir isso.

— Suspeitei que eles fossem torcer o nariz.

— Nunca. Eu não deixaria. — Respirou meu pescoço, encostando-me na grade. — Feliz aniversário, por sinal.

Dei um riso.

— Já não passou da meia-noite?

— Ainda não — afirmou, os olhos brincalhões. — Vinte e três anos, hein? Acho que já não posso mais te chamar de dengo.

Abri os lábios.

— Por quê?

— Está velho demais.

EU ENTREGO MINHA VIDA A VOCÊOù les histoires vivent. Découvrez maintenant