03. Carolina

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Eu a conheci num speed date. Noelle tinha um doce sorriso nos lábios quando me viu pela primeira vez. Cabelo e olhos castanhos simplesmente genéricos, que de alguma maneira ela transformou em algo espetacular. Usava um vestido de verão azul que praticamente me implorava para tocar sua pele ligeiramente bronzeada. Eu a queria mais do que podia imaginar.

— Oi, Harry. — ela cumprimentou, após ler a pequena etiqueta branca e vermelha em meu peito.

— Noelle. — sorri, tomando o lugar a sua frente.

Joguei meu cabelo para trás, vasculhando algo em minha mente que fosse digno.

— Como está indo até agora? — ela arqueeou uma sobrancelha, se inclinando levemente na minha direção.

— Acho que encontrei o que procurava. — sorri torto. — Você?

Suas bochechas assumiram um tom avermelhado, deixando-a ainda mais encantadora.

— Eu nem sei o que estou fazendo aqui, para ser sincera. — ela suspirou, alisando nervosamente a saia do vestido. — Minha melhor amiga achou que seria uma boa ideia.

— Me conte sobre você, Noelle. — pedi, pronunciando seu nome demoradamente.

Ela riu, um tanto constrangida e deu de ombros.

— Eu não sei... — fitou suas mãos, que agora estavam sobre a mesa. — Eu passo a maior parte do meu tempo lendo, já que me mudei para cá faz pouco tempo e não conheço quase nada da cidade.

— Costa Leste? — indaguei e ela assentiu.

— Carolina do Norte. — sorriu. — Eu me sinto bem lá. — encolheu os ombros. — Mas minha família acha que eu deveria tentar coisas novas, então, aqui estou. Não sei muito bem por que fiz isso, na verdade, eu não acho que posso me acostumar.

— Mudanças fazem bem. — assegurei.

— O que você faz da vida, Harry? — perguntou curiosa.

— Faço parte de uma banda. Sou o vocalista. — sorri. — Não ganho rios de dinheiro, mas dá pra sobreviver.

— Parece divertido.

Ela riu, olhando para algo atrás de mim e franzi o cenho.

— O que foi?

— Está vendo aquele cara de boné? — ela o indicou com a cabeça, me virei, analisando-o por alguns segundos. — Ele tem memória fotográfica, o que é bem útil, exceto pela parte que ele passa o dia em sites de piadas e as conta quando está nervoso.

— Sério? — ri, olhando-a novamente. Ela assentiu, brincando distraidamente com seus dedos.

— Por que o cachorro balança o rabo? — arquei a sobrancelha, esperando pela resposta. — Porque o rabo não pode balançar o cachorro.

— Isso foi péssimo. — fiz uma careta e ela riu, concordando.

— Eu sei! — ela riu, jogando o cabelo por cima do ombro.

— Memória fotográfica é algo fascinante. — ela murmurou. — Eu li um livro sobre, há alguns meses. Sabia que existem algumas maneiras de treinar seu cérebro para fazer isso?

— Mesmo?

— É um tanto chato, mas parece funcionar. — ela deu de ombros.

— Por que leu um livro sobre isso?

— Alguém o colocou na sessão errada da biblioteca e isso me chamou atenção. — ela deu de ombros.

— Você passa muito tempo lá?

Ficstape - Harry StylesWhere stories live. Discover now