Ele sempre tivera a certeza de que existia uma mulher feita pra ele no mundo, e apesar de ter namorado e se apaixonado algumas vezes, ele nunca tinha sentido o que sentiu naquele momento em que trocou o primeiro olhar com Caitriona. É ridículo dizer...
– Preparada? – Sam perguntou, sentando-se ao lado dela com o celular em mãos, um sorriso de diversão no rosto.
– Não! – ela riu, pegando o próprio celular e rolando a timeline do twitter sem nem olhar, apenas um reflexo – Sam, eles vão enlouquecer!
– Cait, precisamos contar – ele disse, segurando uma das mãos dela de forma compreensiva.
– Eu sei, eu sei, mas tô nervosa – apoiou-se contra o peito dele, esticou a mão direita, dando uma boa olhada no enorme diamante que agora repousava em seu dedo anelar – Sam, quanto foi que você gastou nisso?
– Você não quer saber – ele riu, pegando a mão dela e levando até a boca. Deu um beijinho estalado.
O peso do anel em seu dedo ainda lhe era estranho. Sabia que eventualmente se acostumaria, como se acostumou com a correntinha em seu pescoço, mas ainda era estranho, sem contar que a pedra era realmente muito grande.
Nem um dia inteiro tinha se passado desde o pedido, mas Sam tinha pressa. Ele queria sair contando para o mundo, tão empolgado que estava. Queria contar do pedido, queria contar do bebê, já tinha mil planos para o casamento, falava sobre a casa que comprariam juntos, que ela deveria ter um quintal grande para que o bebê pudesse correr quando crescesse... mas ela só conseguia pensar naqueles vinte por cento de chance de perder o bebê.
O repouso era absolutamente irritante, ficar o dia todo deitada, as pernas para o ar. Ela sempre curtiu poder ficar sem fazer nada, mas o fato de ser imposto, obrigatório, e as condições da imposição a faziam odiar aquilo. Dava vontade de sair correr uma maratona, só pra contrariar. Mas não, ela ficaria ali, devidamente deitada, sendo mimada por Sam e sua mãe até segunda ordem. Tomaria quantas injeções fossem necessárias, faria todos os exames, ouviria e seguiria cada palavra de sua médica para que aqueles vinte por cento se tornassem zero, e esse bebê viesse o mundo, e pudesse ver o tamanho do sorriso de Sam desde que descobrira que seria pai.
Claro que ela também estava feliz, mas não conseguia parar de pensar nisso, simplesmente não conseguia. Queria sim contar para todo mundo... mas e se perdesse? Como iria dizer que havia perdido? Como dar uma notícia dessas? Somente depois de muita conversa e argumentação, Sam a convencera a contar pelo menos que iriam se casar e mais pra frente, abririam o jogo sobre o bebê, talvez quando a barriga já estivesse grande demais para ser escondida sobre roupas largas. Ela queria tanto que esse dia chegasse.
– Cait – Sam chamou, arrancando-a de seus pensamentos – querida, pare de pensar nisso – ele sabia exatamente no que ela estava pensando, ela tinha contado na noite anterior, dividido seus medos com ele. Ele também temia por isso, ela podia ver em seus olhos, mas estava firme e forte, sendo o conforto que ela precisava, a força que ela achava que não tinha – Vamos ficar bem.
– Eu espero que sim – era a única coisa que poderia responder.
– Vamos sim. Eu tenho fé em você – ele tinha a mão sobre a barriga dela, enquanto a apoiava contra seu peitoral duro – Agora vamos fazer isso, sim?
– Tá bom – ela concordou, abrindo o twitter novamente – Tô pronta!
Eles tinham tirado a foto na noite anterior, logo após o pedido: sua mão direita, fechada em punho e o anel brilhavam em primeiro plano, o rosto sorridente de Caitriona ao fundo. Sam aplicara um filtro preto e branco e ambos concordaram que era a foto mais linda que haviam visto, tanto que ele tinha até colocado de lockscreen no celular.
– E... pronto! – Sam anunciou, soltando o celular. O anúncio seria simples "Noite passada eu pedi a @caitrionambalfe em casamento", tuitou.
– Só um segundo – ela disse enquanto retuitava a foto, dizendo "E eu disse SIM! Estamos oficialmente noivos agora!" junto com a linda foto que ele tirara.
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Se olharam por alguns segundos, presos naquela bolha de felicidade. Estavam tão felizes por estarem juntos, por estarem noivos, pelo bebê que estava a caminho, e por poderem finalmente abrir o jogo. Claro que não havia sido uma decisão tomada sem pensar nas consequências. Haviam avisado seus advogados e suas equipes de relações públicas horas antes. Um release para a imprensa havia sido preparado, confirmando as informações do tuíte, mas aquilo ali era um carinho, uma atenção que estavam dando. Falar assim, diretamente com o fãs, era tudo o que podiam fazer para agradecer o tempo que tantas pessoas dedicavam a eles.
– Agora melhor sumirmos por um tempo – ele disse, tirando o celular da mão dela e largando junto com o seu sobre o braço do sofá, com as telas viradas para baixo.
– Não quero nem ver a repercussão disso – ela sorriu enquanto se esticava para alcançar a boca dele, os lábios se abrindo para um beijo lento.
– Sabe que eu não pedi só por causa do bebê, né? – Sam falou, enquanto curtiam aquele momento só deles. Anne tinha saído, encontrar umas amigas que também estavam na cidade. Ela iria embora no dia seguinte, e por mais que Cait insistisse para que ela ficasse mais um pouco, ela arrumou uma série de desculpas para ir. Afinal, na cabeça dela, já não era mais necessária sua presença ali. Sam era tudo o que Cait precisava, e vice-versa.
– Eu sei.
– Quer dizer, o anel estava guardado há tempos, e eu realmente queria muito pedir... é só que agora pareceu o momento certo – ele se apressou em dizer – Eu fiquei com medo de pedir antes e você dizer não. Aliás, eu tava com muito medo que você dissesse não ontem – sorriu.
– Eu não seria louca de dizer não.
Eddie pulou no sofá sem nenhuma cerimônia, alojando-se no colo de Caitriona. Ela esticou o pescoço, com sua tradicional cara de desinteresse, lançou um olhar para a dona, depois para Sam e então pôs-se a lamber a pata dianteira, aconchegada na barriga de Cait.
– Será que a Eddie vai gostar dele? – Cait perguntou, fazendo um carinho entre as orelhas da gata.
– Dele? – Sam questionou, curioso. Até onde tinham conversado, nenhum deles sabia o sexo do bebê, e Caitriona tinha sido bem direta ao dizer que não queria saber ainda, porque saber só a faria alimentar mais esperanças.
– Do bebê, Sam, do bebê – ela o encarou – Você faz questão de saber antes?
– Não, vindo com saúde tá bom – sorriu, puxando Eddie do colo de Cait e ninando-a contra o peito, enquanto a gata protestava – Já vou treinando.
– Ela vai... – Cait nem conseguiu terminar a frase antes que Eddie cravasse as unhas nos braços de Sam, que a soltou imediatamente. Ela saiu em disparada, quase batendo de cara na porta de vidro da varanda, antes de virar em direção a cozinha – Ela odeia ficar de barriga pra cima – falou, rindo tanto que sentia a barriga doer.
– Espero que o bebê seja mais dócil – ele riu, esfregando onde Eddie tinha o arranhado, e beijando Caitriona em seguida. Naquele momento, parecia que nada de ruim poderia acontecer a eles, parecia que poderiam superar qualquer adversidade, contanto que estivessem juntos.
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N/A: IMAGENS PURAMENTE ILUSTRATIVAS! Queria agradecer a @itsblancait (no twitter) que fez essa manip maravilhosa <3 Tô explodindo de alegria desde o dia em que essa maravilha foi criada. Obrigada Issa! <3 Esse cap foi inspirado no anúncio do noivado de Tom e Giovanna Fletcher, e a foto é da própria Gio <3
