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                                                                    chapter 5 

 A caminhada de volta ao café foi pequena e isso ainda me deixava mais frustrada porque eu tinha de entrar de novo, continuar o meu trabalho, pedir desculpas ao chefe e explicar tudo a Emily por tê-la deixado especada enquanto saia à procura do rapaz misterioso. O facto de que a caminhada ter sido pequena e não me ter dado oportunidade para pensar, deixa-me ainda mais frustrada. Se eu tivesse poderes em que eu não sentisse dor, eu daria um murro na parede agora mesmo. O sino da porta soou, deixando toda a gente saber que eu estava cá, o que por acaso, deixa-me ainda mais frustrada. Eu suspiro quando vejo o olhar preocupado de Emily no canto do olho. Digo-lhe que só ia à casa de banho que me sentia mal e que já vinha num pouco. Ela assentiu compreendendo enquanto me observa a afastar-me entrando na casa de banho. Suspiro quando vejo o meu reflexo no espelho enquanto passava a água pela minha cara, secando-a minutos de depois com a toalha que estava pendurada. Olho para o meu reflexo, abanando a cabeça.

- Que é que estás a fazer, caralho?! - Pergunto ao meu reflexo como se tivesse a falar com uma pessoa real. Suspiro, passando as minhas mãos pela minha testa. Estou a dar em doida. Agora falo com o meu próprio reflexo! 

Tiro o bilhete que o rapaz misterioso me tinha dado, lendo e lendo e lendo cada palavra. Olho para o meu avental preto e sorrio feita parva, pensando que havia um rapaz que gostava da forma como o meu avental ficava. Franzo as sobrancelhas por aquilo que acabei de pensar, achando um pouco esquisito estar a sorrir só porque disseram que gostavam do avental. 

Yhap estás a dar em doida, uma vozinha soou.

Cala-te, outra voz respondeu.

- Okay... - Sussurro, assustada comigo própria saindo da casa de banho. Emily olhou de imediato quando ouviu a porta da casa de banho a fechar-se. 

Caminho até ela, baixando a minha cabeça não gostando de toda a observação que ela dava. Sento-me na cadeira, sorrindo fraco, como se tivesse a dizer que estava inocente e que nada aconteceu. Ela semicerrou os olhos, sabendo que eu tentava sair desta mas por alguma razão ela não deixou. Talvez porque ela se importa, e porque eu não ando a contar-lhe nada deixando-a curiosa. Sim, deve ser essa a razão.

- O que aconteceu? - Ela perguntou, observando cada movimento que eu fazia. Junto as minhas mãos em cima da mesa, olhando para o livro de matemática, pensando no que ia dizer.

- Nada? - Respondo, olhando-a expetante.

- Nada?! Sais disparada por causa de um bilhete e não aconteceu nada? - Ela pergunta, franzindo as sobrancelhas.- Desculpa, mas eu conheço-te há demasiado tempo, sei que estás a tramar alguma coisa. – Cospe diz-me o que é.

- Ando a receber mensagens anónimas de alguém.- Respondo, sentindo-me derrotada.- Pronto, é isso.

Ela processou o que acabei de dizer, enquanto um cliente novo tinha entrado. Não prestei muita atenção, curiosa pela reação de Emily. Ela sorriu para mim com os olhos arregalados e riu-se. Franzo as sobrancelhas pela gargalhada que sai, enquanto ela tenta acalmar-se bebendo o seu café. Olhando em volta, um pouco frustrada pelo riso dela, não sabendo qual era a piada. O cliente novo estava no balcão a ler o menu, atento. Levanto-me, deixando uma Emily divertida e caminhando ao balcão, pegando no meu bloco de notas para fazer o seu pedido.

- Muito boa tarde, o que deseja? - Pergunto, preparando a caneta no papel com os ouvidos abertos, esperando pelo seu pedido.

- Lauren? - A voz chamou-me. Franzo as sobrancelhas antes de olhar para cima e arregalar os olhos pelo Harry sorridente há minha frente. Ele usava uma camisola azul e umas calças de ganga enquanto tinha o seu cabelo despenteado. 

coffee notes || h.s [au]Where stories live. Discover now