Meu Querido Bad Boy

Capítulo 1

Música - Heathens/twenty One Pilots*

Ela havia terminado a gravação quando avistou Gerald, seu ex namorado.

Grace mascava um chiclete enquanto caminhava até ele.

-O que está fazendo aqui? Não é o horário de crianças estarem dormindo?- seu olhar quase podia perfurar a alma do rapaz que se vestia como um maltrapilho. O sorriso vitorioso de Grace estava irritando o homem. Ela apenas se curvou na mesa onde ele estava bebendo.

-Pelo visto você ainda é a mesma vadia que canta em boates para terminar a noite sendo comida por algum velho rico, não é?- se tinha algo que Gerald sabia muito bem, era irritar qualquer pessoa.

-Pelo visto você ainda não superou o fato de ter um pau pequeno que não satisfaz ninguém. Como se sente vendo que eu preciso recorrer a velhotes podres de grana para poder me satisfazer?- Grace também sabia devolver na mesma moeda. Seu sorriso de vitória de desfez quando Gerald levantou-se da mesa jogando tudo o que tinha ali no chão.

Quando a garota se viu prensada na parede com mãos em volta do seu pescoço ela apenas abriu a boca e tentou respirar.

-Vadia! Você é uma vadia! E agora, onde está a sua coragem, sua puta barata?!- os olhos de Gerald estavam vermelhos e Grace muito exausta.

Do bolso do seu casaco ela tirou um spray de pimenta. Não havia muito tempo, ele poderia mata-la ali mesmo, ninguém faria nada. Todos aqueles homens eram uns covardes. Gerald deixou a sua máscara cair quando fez isso pela primeira vez na casa da menina.

-Ah, porra! Sua vagabunda! - foi o que ele disse ao sentir uma tremenda ardência em seus olhos.  Já não podia abri-los - meus olhos, Grace! Grace!! Caralho, volte aqui!

Grace estava caminhando lindamente e bem tranquila através da fileira de homens que assistiam o espetáculo sem mover um músculo.

-Vocês, todos vocês...  Vão se foder! - logo a loira atravessava a  porta giratória rebolando. Ela sorria. Grace sempre sorria.

A noite estava linda, apesar de estar frio. Ela já estava acostumada. Amava sair sozinha, ainda mais na escuridão. Ela era como uma sombra. Era gelada. 
Grace aprendera desde muito cedo a se virar.

Vindo de uma família complicada ela tivera muito o que aprender.

Aprendeu a trabalhar ainda nova, e a cuidar da casa onde agora vivia sozinha . Ela era realmente livre.

Sua mãe morreu em um dia que estava saindo do serviço. Na estação de trem. Fora assassinada da pior forma. Cinco facadas foram o suficiente para um morte rápida. Após isso, o assassino ainda jogou seu corpo na linha do trem.  Resultando em um corpo totalmente desconhecido.

Ninguém nunca descobriu quem fizera tamanha maldade e nem o porquê.

Naquele dia Grace chorou, e no outro também. No terceiro ela apenas não conversava. Uma semana depois seu pai ligou lhes dizendo para ir com ele para o México. Foi a última vez que conversou com ele. Fazia três anos.