Todo mundo se encontra na entrada do parque de diversões às cinco da tarde do sábado do meio de Dezembro. Estão agitados, conversando e rindo alto como se tivéssemos ficado séculos sem nos ver. Renan e eu chegamos cumprimentando o pessoal, os gêmeos, Natália, Isadora e Camila — que não estava no grupo do Whatsapp, mas foi convidada pelas meninas e resolveu aparecer. Ela diz que o Diego está "por aí", com o Pablo e o Marcos.
Joel está perto delas e eu o encontro primeiro, porque Renan parou para conversar e rir com o Rafael e o Gabriel de algo que eu não entendo, nem consigo prestar atenção. Joel está mais magro, usa uma camisa de botões que faz a Camila tirar sarro porque ele parece um tiozinho de seriado americano de investigação.
Ela não poderia ter sido mais específica e arranca risada de todo mundo.
Então eu me viro pra ver onde o Renan está... e dou de cara com meu primo.
Eu sequer tinha notado que ele estava no grupo, já que tinha ficado calado o tempo todo (eu e ele, aliás), pelo menos durante o tempo que eu acompanhei a conversa. Posso ter perdido alguma coisa, mas vejo que ele se mantém reticente, hesitante. Cumprimenta o pessoal com um aperto de mão simples e só.
Mas Carlos não está sozinho: Ítalo veio à tiracolo, mesmo sem obviamente ter sido convidado, porque os gêmeos só o conhecem de vista. Ítalo não faz parte do time de futebol que os mais velhos conheceram, nem tem intimidade com qualquer um de nós direito, muito menos com o João Vítor, mas ele está lá, na sombra do Carlos.
E não é o único: meu primo também trouxe uma garota. Alta, mascando chiclete cheia de charme... arrancando um gemido descontente da Natália ao meu lado.
— Eles tão juntos de verdade agora? — Joel pergunta, curioso por nós todos. Ou pelo menos por mim, que não acompanho mais a vida nem do meu parente mais próximo.
— O Carlos e a Nayara? Sei lá. Eles ficam juntos, uma semana depois minha irmã já tá com outro, daí no dia seguinte ele aparece pra sair com ela... Não quero nem tentar entender. — Nat comenta, subindo os ombros.
Nayara chama atenção dos meninos, é claro, do Felipe e do Caíque principalmente, e também do Gustavo, que eu percebo que chega logo em seguida. E é a vez do Joel soltar um gemido de desgosto.
Não posso culpar nenhum dos dois pela surpresa e pela infelicidade de ter que lidar com aquelas pessoas, mas parece que há um acordo tácito entre os presentes que o dia não é pra brigar, e que as desavenças serão deixadas de lado em prol de um "bem maior": a chegada do JV.
— Vamos! Vamos entrar! Tá todo mundo aqui já e todo mundo trouxe o que pedimos, né? — Rafa grita, gesticulando pra que a gente se aproxime.
Aparentemente está tudo meio organizado, porque assim que entramos e andamos nos espaços entre os brinquedos do parque, os gêmeos vão nos dizendo onde ficar e o que fazer. Eles trouxeram confetes, serpentinas, sprays de mashmellow (?), farinha, ovos, arroz... Uma verdadeira bagunça. Caíque pergunta a um dos seguranças se não tem problema fazermos isso ali, explicando brevemente a situação, e o cara acha graça, dizendo que não liga se fizermos no chão de terra batida, onde ficam os brinquedos maiores, como a roda-gigante. Então nos dirigimos pra lá.
Renan anda do meu lado, o braço sobre o meu ombro, e o Joel está do outro, conversando com a gente. Vejo as três meninas andando à nossa frente, a Camila se vira de vez em quando, coloca a língua pra fora e dá uma risada pra nós, fazendo o Renan gargalhar também. Tudo em paz, tudo tranquilo demais.
— Ok! Já mandei mensagem pra mãe dele! Eles vão chegar em no máximo meia hora. — Nat anuncia. — Também falei pra ela trazer o JV pra perto da roda-gigante. A gente vai ficar onde?
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Aprendendo a Gostar de Você {Aprendendo III}
Teen FictionO último ano do ensino médio foi premeditado como sendo uma verdadeira catástrofe e, eventualmente, com sorte, quem sabe, fazer Daniel Henrique ter um verdadeiro ataque cardíaco de estresse. Isso o pouparia de muita coisa, sério... Mas o que tinha t...