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"Meu amor, por favor, fique comigo"

| LOVER, PLEASE STAY, Nothing but Thieves |

Ellie

Eu não esperava que o quarto de hotel fosse grande, porque ele não havia sido muito caro. Eu não permiti que Elisabeth pagasse pelo presidencial, afinal ela queria arcar com todas as despesas e eu jamais aproveitaria da situação, embora fosse interessante ter uma jacuzzi na nossa suíte.

Mas o nosso "quarto" (parecia um apartamento) tinha cômodos dentro de si e provavelmente possuía um sistema próprio de respiração. Algumas estantes de livros diversos estavam espalhadas pelo local, mas tão organizadas que me davam alergia. Havia um frigobar recheado ao lado do sofázinho aparentemente confortável, mas eu não duvidava que houvesse outro perto das nossas camas.

Ela não podia me comprar tão facilmente com tudo isso, porque eu era difícil de ser domada.

— Tire a roupa — Elisabeth ordenou ao bater a porta atrás de si.

Pisquei e tive uma pequena parada cardíaca com a fala dela, mas fiz os movimentos certeiros e hábeis para retirar as peças que estavam me privando da luxúria noturna. Eu já havia ficado nua em sua frente, mas a situação era completamente oposta. Despi-me das roupas mais pesadas e senti o toque do frio, embora o aquecedor estivesse ligado.

Elisabeth, nitidamente, almejava meu corpo em nudismo. Ela deslizava os olhos pela extensão da minha pele e devorava-me aos poucos. Eu podia escutá-la respirando em puro desejo, mas ela não se movia, apenas olhava. Imaginá-la me encostando de outra forma não era o suficiente para saciar minhas vontades. Percebi que ela não se moveria; ela estava muito concentrada em fitar cada região pulsante da minha estrutura física. Colei meu tronco no seu e beijei de leve seu pescoço, porque queria mostrar que estava tudo bem, que não havia problema naquilo.

Ela acordou dos devaneios — provavelmente sexuais — e empurrou-me para cima do sofá que, devido ao impacto violento, abriu-se no baque. Por um momento pensei que ele havia quebrado, mas a abertura só fazia parte do modelo. Agora tínhamos uma espécie de cama, mas eu não tinha tempo de agradecer pelas brincadeiras do destino. Na verdade, meu cérebro estava meio nebuloso, sem entender bem o que estava acontecendo.

No caminho para o hotel a senti mais acomodada em minha moto. Antes ela mantinha certo respeito e apenas grudava nas minhas costas para não se ralar na estrada. Mas depois do beijo, que eu também não entendi muito bem como rolara, ela apoiara a cabeça em meu ombro de forma afetiva e acariciara minha barriga quase chegando em uma altura satisfatória. Ela me segurava forte, mas não porque estava com medo de cair, e sim porque "não queria dizer adeus". Eu queria deixar claro que ela não precisava temer o afastamento, porque eu também não tinha intenções de me despedir tão cedo.

Eu nunca estive com tanta consciência em toda a minha vida e, ainda assim, ausente das minhas racionalidades. Assisti-la se dobrando em cima dos meus seios e beijando-me com tanto prazer era a mesma coisa de recuperar o fôlego depois de ter me afogado. Ela equiparava-se a algum assopro divino de vida. Eu recuperava minha essência ao embolar minha língua na sua, mesmo que nunca houvesse deixando de ser eu mesma. Ela era antagônica e única, intricando minha mente. Se eu tinha certeza de algo, então as perdia em um piscar só de tê-la pairando na minha frente.

Elisabeth apertou meus ombros com vigor e puxou meu sutiã para fora. Livrou-se de tudo que a segurava também e quebrou a distância entre nós duas, colando seu corpo no meu. Instintivamente abri as pernas na tentativa de liberar a passagem para seus dedos. Ocupamos-nos em retirar as últimas peças de roupa e, uma vez complemente peladas, a batalha por fim começou.

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