Mnemosyne

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O caminho até o Instituto na manhã seguinte foi silencioso. Era o terceiro sábado de fevereiro e o inverno acabaria dali a dois dias, o tempo estava num friozinho gostoso, mas a neve derretida não parecia nada bonita e alguns estrangeiros quase caiam com a água no chão. Apertou o suéter de Taehyung contra seu corpo por causa do vento frio e levou sua mão até a maçaneta da porta do Instituto. Abriu-a e sentiu seus pelos se eriçando por causa de todo aquele vento.

Enxugou suas botas antes de seguir para dentro do Instituto e viu que por ali estava tudo tranquilo. A caminhada da vergonha — como os mundanos chamavam quando uma pessoa aparecia em casa com as mesmas roupas que estava no dia seguinte, se bem que Jungkook tinha pego emprestado uma blusa de Taehyung — não havia sido tão ruim.

Até que deu de cara com a sua mãe no meio do Instituto com Martín nos braços, ela tinha um sorriso nos lábios e falava com voz de bebê com a criança. Jungkook travou no lugar.

— Jungkookie? — Junghee falou virando-se para o filho e estranhando aquele suéter de bolinhas vermelhas e verdes — Suéter interessante.

— Oi, mãe. — Jungkook pigarreou, pedindo socorro mentalmente para Raziel. — Quando você chegou aqui?

A mulher balançou o bebê em seus braços, o mesmo ria bobinho para um brinquedo aleatório que estava em suas mãos e era todo colorido.

— Ontem à noite, — ela ajeitou a franjinha de Martín que caía sobre seus olhos — a Academia está de férias agora e eu consegui uns dias de folga. Pensei em vir ver meus filhos e esse neném lindo aqui. Sabia que Jimin e Namjoon finalmente mudaram o nome dele? Agora é Park Jiwoo. A Clave mandou os documentos por e-mail hoje mais cedo, não é, meu anjinho?

O parabatai de Jungkook apareceu ali no segundo seguinte, arregalando os olhos ao ver Jungkook totalmente desesperado e louco pra sair correndo de perto da mãe.

— Jungkookie! — Jimin disse bem alto, fazendo alguns nephilins olharem feio para ele — Ainda bem que você chegou! Tem uma coisa que eu preciso falar com você... E o Joonie também! Vamos lá, na sala de armas!

O loiro puxou o marido e o parabatai com as mãos até a sala de armas. Namjoon e Jungkook se entreolharam, sem entender o que diabos estava acontecendo ali.

— O que é isso no seu pescoço? — Namjoon perguntou apontando para Jungkook, que olhou para seu próprio pescoço e gaguejou.

— É... eu caí da escada. — Jungkook falou cobrindo o chupão com o suéter. — E fui mordido por um mosquito maligno.

— E esse mosquito tem nome e sobrenome, — o loiro falou fechando a porta da sala de armas e apontou para Jungkook — você, vai dar um jeito nesse chupão enorme no seu pescoço. Namjoon e eu vamos inventar uma história idiota pra sua mãe e distrair ela. Somi está voltando de Gangnam. Ah, o seu irmão está no seu quarto.

Jungkook gostava de Wonwoo, seu irmãozinho era fofo e gostava de ler histórias mundanas. Sempre gostava de carregar um livro pra cima e pra baixo de onde ia e odiava quando tinha que treinar. Já tinha nove anos agora, mas Jungkook ainda lembrava dele como um bebezinho.

— Jimin, querido? — Junghee o chamou quando viu o loiro novamente, saindo da sala de armas — Jungkook está namorando com alguém?

— Não sei, Junghee-ssi. — Jimin murmurou, Jungkook já deveria ter saído da sala de armas pela outra porta. — Meu parabatai é extremamente discreto quando quer ser.

— Entendo, — a mulher balançou a cabeça, Jiwoo brincando com os cabelos soltos dela — acho que ele esteja. Meu filho parece estar mais alegre, aquele tipo de alegria que aparece quando você está amando, sabe? Só quero que ele seja feliz.

Timeless Souls | TAEKOOKWhere stories live. Discover now