Capítulo 10

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O brilho no seu olhar é completamente ridículo, ou pelo menos a mente quer achar isso. Não há nada de interessante nele! Essas covinhas não são charmosas, os seus dentes não são  perfeitos, e a coloração rosa de seus lábios não é maravilhosa. Ponho no meu subconsciente.

Talvez seja a tal necessidade humana, aquela que precisa de um parceiro. Eu não acredito muito nessas coisas, porém, nesse momento a ideologia se torna um argumento forte. Só pode ser isso!

— O que foi, Dylan? — ele encara a minha boca enquanto a sua permanece sem reação. Sinto o vento frio se distanciar do meu corpo, então, me solto das suas mãos, dando um passo para trás.

— Estou aguardando — responde, coçando a cabeça.

— Esta bem... — reviro os olhos — Obrigada! Satisfeito? — arqueio as sombrancelhas.

— Sim — responde, se aproximando novamente.

Tento me fazer de idiota, passando a atenção a comida. Como está cheirosa! E ainda tem duas porções! Incrível!

— Agradece a sua mãe também, ela enviou duas porções! — digo sorridente.

— Sai fora, uma é minha! — ele diz.

— Então, obrigada por me dar a sua comiga — por comida japonesa, eu faço tudo.

— Não seja tão morta de fome, me dar logo a outra — Dylan agarra da minha mão a sua parte.

Observo ele subir as escadas da varanda e ir na direção da porta.

— Ei... o que acha que vai fazer? — questiono, me ajuntando a ele.

— Comer em paz — pisca o olho enquanto roda a maçaneta.

— Folgado — resmungo, entrando na casa.

Mesmo sabendo que Dylan é como um filho para a minha mãe, assim como devo ser para a mãe dele, ainda o acho folgado demais, e muito mal educado.

O mesmo segue diretamente a cozinha e eu o acompanho, observando a camisa branca desenhando os seus músculos, principalmente na parte das mangas, que merda! Ele fica tão atraente nela.

Me encosto no armário a medida que o rapaz organiza a comida num prato que buscou sobre as louças lavadas que se encontram ao lado da pia.

— O que esta olhando? — ele questiona, com as pupilas nos cantos dos olhos.

— Minha mãe tem o costume de falar que as pessoas só enxergam o erro dos outros. Agora vamos ver quem é o mal educado — foi a única coisa que surgiu na mente para falar.

As sombrancelhas de Dylan se arqueiam e a risada ridícula toma conta de sua face, fazendo a luz da lâmpada central do cômodo refletir em seus dentes tão perfeitos. Malditos.

Eu odeio ele por isso! Fisicamente não tem defeito algum. Mas interiormente há de sobra.

— Você é engraçada, Emma — nega a cabeça lentamente e volta a atenção para o prato. — Vai ficar ai parada babando?

— Babando? Você tem muitos desvaneios, tia Alice não se preocupa em lhe levar a um especialista? — me movo, a fim de pegar um prato.

Ponho o recipiente na bancada para por toda a comida do depósito para o prato, porém, sou interrompida pelo o som da campainha.

Franzo o cenho e olho para o rapaz ao lado, mas ele parece não se importar em ir atender, então, eu vou. Sigo em passos rapidos enquanto soltava algumas falas defamando o Dylan. Abro a porta tão ligeiro, que ao me deparar com a figura a frente, um espanto corre a espinha. A noite está silenciosa, assim como minutos atrás, e a lua atrás dá ao Liam um cenario perfeito, ficaria incrivel um quadro desse momento, e sentir as borboletas na barriga me faz ficar aliviada, e eu sei o por que. Por não estar gostando de Dylan. É extremamente satisfatório.

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