Ontem foi a pior noite que eu poderia passar, a minha cama parecia feita pregos, e torturou o meu corpo por horas. Nem mesmo a voz doce da música conseguiu me acalmar, como de costume. Bati nas paredes violentamente, fazendo minha mãe ir várias ao meu quarto perguntar o que estava havendo, pois nunca me viu daquela maneira. A única coisa que pude fazer foi expulsa-la e por a culpa nela.
Talvez seja por que nunca achei que Emma me deixaria na mão logo no meu aniversário. Aliás, com quem diabos ela passou a noite?
Acordei com a buzina angustiante do carro de Luiz fazendo barulho lá fora. Me levantei so de cueca, e abri a janela ainda meio sonolento, coçando a cabeça.
- Acorda gostosão! Não temos a manhã toda! - ele grita, abusinando ainda mais quando me ver.
- Para de abusinar essa porra - respondo, fechando a janela e seguindo ao banheiro, onde faço tudo o mais rápido possível.
Luiz estava correto, a manhã já esta preste a finalizar e eu tenho um jogo para ir, o qual estou bem atrasado. Ontem eu fui dormir muito tarde por passar a maior parte do tempo afundado nos pensamentos.
Desço as escadas vestindo roupas casual, com as chaves da moto na mão. Ainda ouvindo a buzina.
- Será que o Luiz não tem noção que está nos incomodando e também a vizinhança? - ouço minha mãe reclamar alto. Ela nunca foi muito com a cara dele.
- Eu vou falar com ele - respondo quando chego na sala e guardo as chaves no bolso.
Noto a presença da senhorita Liz, mas não de Emma. Ela realmente não veio.
A mulher me olha meio desconfiada, como se estivesse com vergonha da ausência de sua filha.Quem deveria ter vergonha era Emma, por quebrar o nosso contrato.
- Parabéns, meu filho - minha mãe para de andar de lá para cá e me dar um abraço enquanto observo a senhorita Liz, com cara de quem está sentindo a falta de alguém ali.
Saio dos braços da mulher enquanto a mãe da Emma reúne suas forças e vem de encontro comigo.
- Parabéns, Dylan - diz, me abraçando - Emma não pode vim, mas mandou um presente - ela sorri fracamente. Liz não sabe mentir muito bem. Quero perguntar o por que, e com quem ela dormiu ontem, mas mantenho a boca fechada, abrindo o presente.
- Obrigado, agradeça a Emma por mim - comento quando vejo o que realmente estava escondido, e a minha relação é um meio sorriso acompanhado de agradecimento. Uma camisa branca. Emma nunca foi tão improdutiva ou desinteressada.
Onde esta a Emma que eu conheço? Cadê o presente que eu realmente iria amar, que ira me impressinar, como sempre aconteceu?
Deixo o presente no sofá quando Luiz começa novamente a sua série buzinadas.
- Tchau, eu já estou indo - dou um beijo na bochecha da minha mãe.
- Boa sorte! - fala empolgada.
- Iremos estar preparando os sagados da sua festa - acrescenta Liz, com a sua risada gentil.
Dou meia volta e sorrio para elas, mesmo sendo queimado vivo por dentro.
[...]
Quando finalmente cheguei no campo, as arquibancadas já estavam cheias, e nenhuma delas destacavam os cabelos ruivos de Emma. Não reluzia a sua pele clara e seus olhos da cor do céu. Não tinha uma garotinha vestindo uma blusa escrita "Você é o melhor" e o número da minha camisa.
Me sento no banco dos jogadores enquanto lanço um olhar raivoso na direção de Liam. Pensei que não vinhesse.
- Cara, não vai matar o filho da diretora no campo! - avisa Luiz, se senta ao lado.
- Do que você esta falando? - finjo de desentendido.
- Você não entende que no campo em que vocês realmente são adversários não é esse? E nesse campo que estou lhe falando, você é o pior jogador.
- Vai se fuder, Luiz - saio de perto, pondo o meu capacete e acompanhando os outros jogadores para o centro do campo.
Eu estou a mil, e quero muito descontar em alguém. Vou vencer essa porra no puro ódio. O meu sangue ta quente e o suor não para de descer. Vou me vingar jogando, por que é o que eu faço de melhor.
O juiz ainda enrola para começar. Me mantenho na posição, e quando estou prestes a afatas os pensamentos, vejo Emma sentar na arquibancada juntamente a Louise. Ela me olha sem deixar expressar muita coisa, mas isso não importa. Ela está presente.
[...]
Quando o jogo terminou, ou melhor quando o meu time ganhou, as pessoas gritaram e alguns amigos vinheram me parabenizar tanto pelo meu aniversário como tanto pelo meu desenvolvimento no jogo.
Fico cerca de vinte minutos só observando Emma e querendo fugir da multidão ao redor para falar com ela. E agarro a primeira oportunidade para isso. Os meus passos são rapidos e quando um dos meus colegas meio me cumprimentar, tive que deixa-lo falando sozinho.
- Emma... - à chamo - disse que não iria vim.
- Não quebro acordos, Dylan - responde não muito animada. E não me parabeniza.
- Então, vai a minha festa?
- Talvez. Quem sabe? - inclina os ombros.
- Vocês dois andam muito estranhos ultimamente. - Louise comenta.
- Vamos conversar? - direciono o questionamento a ruiva.
- Esta me expulsando? - Louise cruza os braços, e lhe respondo em apenas um olhar. - Ok... - a mesma dar um passo para trás e se distância.
- O que você quer? - franze o cenho.
- Uma camisa branca. Sério? - queria ver o que o seu olhar falaria, mas a sua face não transparece expressão, ou pelo menos a garota não permite isso.
- Ué, é o melhor presente que uma pessoa pode dar a outra, quem não gosta de uma camisa branca?
- Aceito como presente você na minha festa, comigo - sorrio de canto, avançando um passo.
- Não gosto da festa do seu amigo - revira os olhos, unindo as mãos a cintura.
- Ok! Então, podemos ir a um outro lugar - falo sem pensar duas vezes, dando de ombros.
- Você pirou? Por que não iria para a própria festa?
- Por que você é mais importante para mim, e essa sua mudança está me matando.
☆☆☆
Eu ia ajuntar mais para postar, so q tinha umas leitoras querendo, ai eu postei essa partizinha.
Bjssss
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Não Somos Irmãos
Teen FictionEmma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita na época, por considera-la uma irmã. Eles crescem no meio de muitas brigas e confusões, até que Emma começa a sair e conhecer outros garot...