Capítulo 50

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Atualidade

Ele esta agindo da mesma forma, assim como esperava, mas dessa vez não irei cair em seu papo, pois causaria uma falha comigo mesma. Talvez eu tenha perdido o senso naquela noite, mas foi por que de fato o meu corpo experimentou chamas que estavam me derretendo e infelizmente me tornei uma refém de Dylan, especialmente daqueles braços incrivelmente fortes, uma coisa que não posso negar, o quanto é gostoso.
Me questiono inúmeras vezes por que diabos Dylan não segue apenas o acordo que fizemos em seu ultimo aniversario e me deixa viver em paz, sem brigas e lembranças ruins para recordar. As vezes eu piro, há uma guerra entre desejo e a emoção bem grande dentro de mim, o cérebro e o coração disputam todo dia pelo governo das minhas ações. Como um órgão tão despedaçado pode ainda clamar pelo calor daquele que o desmontou em todas as oportunidades em que teve?

O rapaz à frente ainda me encara com a respiração um pouco acelerada. Creio que deve ter sido difícil para o garoto para implorar pela a atenção de alguém, já que é a pessoa mais desejada da escola, isso nunca deve ter acontecido com ele. Porem, tudo tem a sua primeira vez. E os papeis parecem se inverter, não sou mais eu quem imploro por algo, embora seja por meros segundos, até ele aceitar que não sou a mesma e cansar de lutar com essa brincadeira idiota, que sempre fez comigo.

Há algo peculiar nessa situação: enquanto um garoto não pode cruzar meu caminho, diversas garotas parecem ter passe livre no dele. E o que posso fazer? Nada além de permanecer na minha, sem interferir, ao contrário do rapaz que sempre atrapalha. Gostaria sinceramente de compreender Dylan, mas isso parece uma tarefa impossível. No momento certo, se eu lhe der uma oportunidade, quando Liam se despedir da minha vida, Dylan simplesmente desaparece como uma névoa.

— Vamos? — perguntou com o semblante mais fofo que pode ter no momento. Olhinhos de cachorro abandonado, que tentam esconder a sua danação.

Então, depois de um turbilhão de pensamentos, respirei fundo, mas a resposta não saiu da minha boca, pois um braço pousou-se em meu ombro, desviando a minha atenção imediatamente de Dylan para a pessoa sorridente de cabelos loiros que se encontra sorridente ao fixar os olhos nos meus, como se tivéssemos uma conexão única, de outro mundo. Por mais que Liam pareça cansado por causa de uma possível corrida ate a gente, ele não deixa de refletir felicidade por ter conseguido um objetivo, que no caso aparenta ser ter me alcançado.

— Ainda bem que lhe encontrei aqui —  ele fala, e noto um revirar de olhos por parte de Dylan, que descansa  o capacete, que havia me oferecido apenas erguendo a mão, perto de uma das suas pernas. Sorri para o rapaz ao lado como resposta a sua fala. - Oi, Liam! – o filho da diretora o cumprimentou, mas o outro não deu muita bola.

— Então... — dei uma pequena pausa na fala, capturando bem a face de Dylan. – Eu vou com o Liam. Nós tínhamos marcado para nos encontrarmos.

— Mas... — ele tentou relutar, porém, o interrompi.

— Mas? — arqueio as sobrancelhas. Espero que tenha entendido o recado.
É surpreendente como as pessoas anseiam por atenção, mas relutam em concedê-la. O que parece faltar no mundo é empatia; Dylan merece atravessar essa provação. Se ele está sofrendo, que suporte, assim como eu suportei em silêncio. Não consigo decifrar o que estamos vivenciando, mas uma parte de mim sugere que não é amor, mas sim uma interação entre uma alma ferida e outra altamente competitiva.

Dei passos para traz juntamente a Liam e depois segui para o carro do rapaz. Tinhamos combinado de tomar sorvete e falar mais sobre a produção de música. Confesso que gosto dos nossos assuntos.

...

Ao adentrar a sorveteria, fui envolvido por uma aura de fofura e conforto. As paredes pintadas em tons suaves de rosa e azul pastel transmitiam uma sensação de tranquilidade, enquanto o aroma doce de waffles recém-assados pairava no ar. As mesas, adornadas com pequenos vasos de flores coloridas, convidavam os clientes a se acomodarem e desfrutarem de seus deleites gelados. O balcão exibia uma variedade de sorvetes artesanais, cada um mais apetitoso que o outro, e a gentil atendente sorria calorosamente, pronta para servir uma dose de felicidade em forma de sorvete. Era um refúgio encantador onde os problemas pareciam derreter junto com as colheradas de sorvete cremoso.

— Acertei no lugar? — Liam questionou um pouco perto do meu ouvido, claramente ele notou o brilho nos meus olhos ao observar o lugar. É muita fofura para um só estabelecimento. É um sonho.
 
— E muito — confirmo com a cabeça.

— Parece com a que você descreve em uma de suas músicas, não acha?

— Nossa, você se lembra bem das letras das minhas músicas — digo surpresa, pois ninguém deu muita bola para as minhas escritas. Bom, até Liam chegar.

— é claro! Quem não lembraria? Elas são glamourosas...

Então saiu e me deixou paralisada com um sorriso no rosto, uma vez que ele elogiou o meu trabalho e isso é o meu ponto fraco.

Após o garoto falar com a garçonete, me chamou e puxou uma cadeira para eu sentar. Que no caso, é uma segunda citação da mesma música que ele retratou. Fizemos os pedidos e falamos sobre o vocal de vários cantores, e logo o sorvete chegou prontinho na mesa e ao longo do diálogo, Liam esbarrou de propósito um pouco de sorvete no meu queixo.

— Oh, não você se sujou, deixa eu limpar – pegou no guardanapo e depois seguiu para o meu rosto.

— Que isso? Estou vivenciando a minha música? —  interrogo, soltando pequenas gargalhadas.

— Bom... Essa é a intenção — os meus olhos se fixaram nos deles, e o clima virou outro.

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Bom, florzinhas e nesse capítulo eu deixo o meu muitíssima obrigada pelo 1M de visualizações. Vocês são dms, e isso td é graças a vcs.

Me conte, desde quando "me conhece"? Quero saber se tem uma florzinha antiga aq no jardim. ❤️❤️

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⏰ Last updated: May 05 ⏰

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