Capítulo 49

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Flash Back

O tempo parece esticar-se infinitamente quando o coração pulsa freneticamente, contando os segundos até o momento tão aguardado. Meus dedos traçam uma dança ansiosa sobre os joelhos, enquanto meus olhos permanecem fixos no relógio que está pregado na parede, como se cada segundo fosse uma eternidade aguardando para se desdobrar.

Como os minutos teimam em não passar, mergulhei ainda mais profundamente na familiaridade desta casa, cada canto meticulosamente detalhado e já marcado pela minha presença constante. Mas a melhor parte da sala em que estou , são aqueles porta-retratos grudados na parede de cor caramelada, os quais toda vez que venho aqui, tenho que dar uma espiadinha neles, graças aquela covinhas bem desenhadas há centímetro da boca do Dylan.

O garoto irradia um sorriso contagiante em todas as fotografias, inclusive nas que capturam preciosos momentos em família, como retratado com carinho pela senhora Alice em relação a amizade dela e de minha mãe. Na perspectiva delas, somos parentes, e não me incomoda tanto quando o assunto é emocional, mas me irrito bastante quando pensam que somos do mesmo sangue, gerados de genes parecidos. Não possuo parentesco nenhum com o rapaz que vivem dizendo que é meu irmão, e isso me incomoda, pois se tem algo que eu não desejo ser é ser irmã do Dylan, embora ele mesmo já tenha dito isso quatro anos atrás.

Há momentos que eu penso em desistir do nosso amor, às vezes acho que somente eu o vivo, mas em outras vezes Dylan parece corresponder. Vi uma vez os seus olhos brilharem em minha direção, mesmo que eles tenham desviados de imediato quando lhe encarei. Por que isso me fere tanto? Será que ele não quer que eu lute por nós? E por que, justamente quando penso em desistir, ele me dá um sinal para continuar?

Assim como aconteceu ontem...

Minha mãe precisou viajar a trabalho por alguns dias, e então, como mal tenho parentes, fiquei na cada da senhora Alice. E desde que cheguei, evitei o filho da mulher ao máximo, pois após o episodio que ocorreu no mês passado, que o vi sorridente ao lado de uma menina loira, sem se preocupar em me ajudar com as muletas quando praticamente tinha acabado de sair do hospital, eu vi que ele não era para mim. E ciente disso, comecei a me abrir para novas amizades e foi ai que conheci o Marcus. Nós conversávamos diariamente, posso dizer que nos aproximamos muito dentro de poucas semanas. E então, tivemos o nosso primeiro beijo, que embora não fosse com a pessoa que o meu coração ainda saltava, não foi nada mal.

Às vezes, parecia que o espaço ao redor de nós encolhia quando Dylan nos via juntos, sua expressão carregada de tensão. E quando Marcus brincava chamando-o de 'cunhadinho', Dylan parecia à beira da explosão. Foi então que, pela primeira vez, ele soltou as palavras que ecoariam em minha mente por dias a fio: 'Nós não somos irmãos', disse ele, com uma intensidade que cortou o ar como uma lâmina afiada e feroz. Foi a primeira vez que ele negou... ele negou...

E esses dias em sua casa lhe notei diferente, está mais gentil comigo, até mesmo compartilhou sua comida japonesa. E quem é tão bom para compartilhar uma comida tão gostosa como aquela?

Ontem eu ia sair para o cinema com Marcus, porém, fui pega de surpresa com o pé quebrado de Dylan, e como os seus pais não estavam em casa, então, cancelei com Marcus, o que acabou em uma discussão, pois ele não é uma prioridade para mim e eu não devo mais procura-lo, foram as palavras dele. Por mais que tenha sido um exagero de sua parte não é a primeira vez que não vou lhe encontra-lo por causa de Dylan. Parece que o destino sempre empatava.
E depois de encerrar a ligação com o rapaz, vi um sorriso escondido de Dylan, que para disfarçar me chamou para assistir um filme, preparamos pipocas e sentamos um ao lado do outro, eu sinceramente não consigo sentir raiva dele, então aos poucos  as cenas passadas se apagam na mente por um momento. Eu só quero lhe sentir ao meu lado, como antigamente.

Ate que um instante do filme que estávamos falando sobre um personagem, o garoto se concentra em meus lábios e me beija. O coração vai a loucura e eu mal sabia onde por as mãos, de tanto nervosismo. Me questionei se isso é realmente verdadeiro. O gosto da pipoca prevalece na sua boca enquanto a sua língua dança com a minha.
E depois do acontecimento mais inesperado por mim, ficamos juntinhos assistindo o filme. Foi maravilhoso senti-lo tão perto. 

Agora estou aqui, esperando ele chegar da casa do Luiz, pois prometeu que iriamos jogar vide game, ou melhor, passar o tempo juntos. Porém ele está atrasado vinte minutos.

— Mas que demora — reclamo, levantando do sofá a medida que arrumo o meu cabelo. A única coisa que não desejo agora é que me encontrem desarrumada, embora não esteja vestindo os melhores trajes. A camiseta preta básica e a calça moletom bege me deixam a vontade para a ocasião.

Ouço o som de um carro estacionando e em seguida vozes de pessoas la fora, possivelmente de Luiz e Dylan se despedindo. Aguardo sentada no sofá enquanto a porta é aberta pelo rapaz que passou direto para as escadas e subiu. No instante eu fiquei feito uma estatua sem reação, mas aguardei a sua descida. E quando ouvi passos vindo da escada, me levantei com o controle na mão, mas o rapaz nem me olhou e pegou as chaves na mesinha de centro.

— Pra onde você vai? — questiono. Acabou de chegar, já vai sair de novo?

— Vou me encontrar com a Aurora — Então é esse o nome da loira. Respiro fundo e reprimo o desejo de exigir uma explicação, o porquê de agir assim.

— Mas... — dou uma pausa, completamente incrédula e por um momento vi um buraco se abriu na minha frente. Estou decepcionada demais mais discutir e não quero chorar na sua presença. Eu sou uma idiota. Ele estava apenas me usando.

— Mas... — arqueou as sobrancelhas.

— Nada. É melhor você ir logo, está fazendo ela esperar. — com os olhos preenchidos de lagrimas, eu segui para o maldito quarto que estava ficando que no caso é o do Dylan, pois o garoto dormiu na sala esses dias.

Quando chego no cômodo, totalmente devastada, começo a arrumar as minhas coisas, pois não vou aguentar ficar nessa casa nem por mais um segundo. Me sinto uma completa imbecil. Juro para mim que excluo definitivamente Dylan do meu coração.

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O que acharam do Capítulo? Esse Dylan...

Florzinhas, agora um assunto sério, sobre as novas diretrizes eu n sei muito o que fazer, acho q o livro n se encaixa no quadro de um livro q deve ser removido.

1 - embora o titulo seja "Não Somos Irmãos" de fato eles n são irmãos, então n é incesto.

2 - n há incentivo a violência e o assunto central n é o sexo. Ate agora n tivemos um hot de verdade, mas ja adianto q n irá ser com de menor, para n correr o risco.

Porém, ainda tenho medo de removerem o livro, no entanto, sem vocês para lerem, o livro acaba n me servindo, pq n estou expondo a minha imaginação para as pessoas. Então n adianta fazer um trabalho e deixa-lo guardado.

Não Somos Irmãos Where stories live. Discover now