Testes

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Jennie Kim

Eu pensei que o sono viria instantaneamente. Tinha começado o dia na minha casa, em Seul, vivendo a vida como de costume.

Em questão de horas, tudo foi totalmente alterado. Agora estava em Manhattan, trancada na merda de uma torre da Rapunzel. Eu podia sair quando quisesse.

A única coisa que me segurava aqui era a minha própria teimosia, curiosidade, a necessidade de me certificar que minha única família, fosse cuidada.

Mesmo que eu tenha os deixado.

Sorri para mim mesma. Não era loira, mas meu cabelo era longo. Então, apesar de tudo, podia ser como Rapunzel, exceto por estar em uma torre.

Sempre havia muitas torres naqueles velhos contos de fadas. Isso era um conto de fadas? Se fosse, eu não era a princesa. Minha... captora? Minha provedora? O que ela era? Uma princesa encantada?

Ela poderia ser. Talvez fosse da realeza européia, lá ainda tinha realeza em alguns países.

Definitivamente ela parecia ter os maneirismos de uma aristocrata. O seu discurso, um toque de formalidade, mesmo nas situações mais privadas e intimas, maneiras elegantes.

Ela até mesmo amaldiçoava com elegância.

Claramente muito bem educada, obviamente rica. Tenho a sensação de que ela veio de família com dinheiro, de privilégios. E não é uma bilionária que começou 'ponto.com', alguma yuppie rica do ramo imobiliário.

Ela nasceu na riqueza, mas algo me fez pensar que também tinha feito sua fortuna. As pistas estavam lá, afinal de contas, especialmente da história de como tinha contratado Mina.

Não acho que quisesse revelar tanto sobre si para mim tão cedo, mas a história me disse muito sobre ela. Esforcei-me a dormir, mas não consegui. Não havia relógios em meu quarto, então não poderia saber que horas eram.

Tinha o meu telefone em algum lugar na minha bolsa, mas a bateria estava descarregada, e, honestamente, não me importava sobre que horas eram.

Tarde, imagino. Rosé tinha aparecido às quatro da tarde. Tinha acabado de chegar em casa, de uma mudança de um almoço no Outback, tinha tomado banho para tirar o cheiro do restaurante.

Passava das quatro, quase cinco horas, a partir do momento que Rosé e eu deixamos o meu apartamento para chegar aqui, neste palácio de arranha-céu.

Outra hora do primeiro encontro para jantar, já deveria ter passado da meia-noite, com facilidade. O jantar tinha sido lento e arrastado.

Nós tínhamos conversado, a cada mordida. Houve longos silêncios entre nós, momentos estendidos, desprovidos de conversa vazia.

Esses silêncios, que deveriam ter sido estranhos, mas não eram. Eu não gostava de conversa fiada, a tagarelices.

Estive em dezenas de 'primeiro encontro' na minha vida, que nunca tinham ido a lugar algum, simplesmente porque não estava interessada em tagarelice fútil.

Não tinha paciência para os homens que divagavam sobre isso e aquilo. Cale a boca sobre o jogo de futebol estúpido.

Eu não poderia me importar menos sobre a porra do futebol. Foda-se os Lions, eles são uma merda e sempre vão ser, dane-se sobre as ações.

Não me importo se as ações subiram dez pontos e caíram cinco. O que isso quer dizer e em que universo devo me importar?

Se a conversa não me interessa, estou fora. Como fazer, posso pegar duzentos dólares e terminar o encontro.

Taken - Jenlisa G!PWhere stories live. Discover now