Ceder

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Jennie Kim

Eu tinha o sono ridiculamente pesado. Sempre tive. Meu pai costumava dizer que eu poderia dormir até o fim do mundo.

Dormia com tempestades que abalavam a casa, com o despertador tocando no meu ouvido. Seria preciso uma mão dura me sacudindo por vários minutos antes de que eu finalmente acordasse e mesmo assim ainda estaria grogue, desorientada. Babava enquanto dormia.

Era embaraçoso e parte da razão pela qual eu nunca tinha morado com um cara, para ser totalmente honesta.

Por babar bastante, não um pouco bonitinho no canto da minha boca. Quero dizer que meu travesseiro estaria úmido quando acordasse.

Era nojento, mas eu não podia mudar isso. Que cara iria querer dormir ao lado de uma garota que baba uma piscina de saliva em cima dele ou no travesseiro?

Nunca acordei no meio da noite, nunca, por nada. Uma vez que caía no sono, dormia até que o meu corpo estivesse pronto para acordar.

No entanto, dois dias após a visita à ópera, acordei no meio da noite. Não tinha estado com Manoban desde então, o que tinha tornado os dias muito longos e chatos.

Acordei, olhando para o relógio ao meu lado 02:39AM. Por que estava acordada?

Meu coração estava disparado, batendo em meus ouvidos. Olhei ao redor do quarto, mas tudo que eu via eram sombras e formas vagas, pálidos reflexos de sombras mais profundas dos espelhos no banheiro.

Meu quarto estava quase escuro, como breu, a única luz vinha do relógio ao lado da minha cama. Não estava sozinha. De repente eu soube disso.

- Olá? Manoban?

- Sim. Sou eu. Feche os olhos. - Sua voz veio da porta que leva à sala de estar.

- O que você está fazendo aqui? No meio da noite.

- Feche os olhos, Jennie. - Fiz o que ela instruiu.

- Eles estão fechados. Não que isso faça diferença, este quarto está tão escuro.

- Mantenha-os fechados. - Ouvi a sua voz se movendo para perto e os pés arrastando no carpete.

Senti a cama afundar com seu peso. Meu coração começou a martelar ainda mais rápido, batendo na minha garganta.

Sua mão tocou minha perna perto do joelho, moveu para cima, para minha coxa, meu quadril, até minha cintura.

Eu estava coberta apenas pelo lençol, vestindo uma camiseta e calcinha. Sua mão deslizou por cima do meu peito e o segurou, em seguida continuou se movendo.

Ela encontrou meu rosto. Seu polegar roçou meu queixo, bochecha. E então eu senti a seda pressionando os meus olhos, levantei minha cabeça para que ela pudesse amarrar a venda.

- Peço desculpas pela minha ausência nos últimos dias, Jennie. Negócios levaram-me longe daqui. Mas estou de volta agora e vou compensar a minha partida. - Ela puxou o lençol para baixo, jogando para o lado. - Coloque as mãos sob o travesseiro debaixo da cabeça.

Deslizei minhas mãos como fui instruída e mantive as minhas perguntas para mim mesma.

Eu tinha a sensação de que sabia o que ela ia fazer e não estava disposta a discutir.

Seu dedo traçou minha bochecha, mais uma vez, afastou uma mecha de cabelo para longe, então deslizou para baixo da curva da minha garganta.

- Esta camiseta é importante para você? - Neguei com a cabeça e percebi que ela não seria capaz de ver o gesto.

Taken - Jenlisa G!PWhere stories live. Discover now